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Cultura

Museu e Bibliotecas do Porto apresentam nova imagem e programa

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Fotografia: Inês Aires

Foi com o poema “Dois Cimbalinos Escaldados”, de Inês Lourenço, que Jorge Sobrado, o atual diretor do Museu e Bibliotecas do Porto, abriu a sessão inaugural da nova temporada. Seguindo este tom, fomos convidados a perceber qual a lógica que dá vida à mais recente reestruturação da rede museológica, que se materializa na junção do antigo Museu da Cidade do Porto (que já só por si englobava toda a rede de museus e percursos culturais da cidade), agora denominado Museu do Porto, e das Bibliotecas Municipais do Porto, em apenas uma só entidade. Com efeito, percebemos que esta reforma não se prende apenas com aspetos técnicos. O seu objetivo, tal como foi apresentado, passa, inequivocamente, pelo regresso da estrutura ao que se afirma como a essência portuense, tornando possível o “reencontro destas casas com a sua história” e com os seus habitantes, afirma Jorge Sobrado.

“Evolução sem revolução, metamorfose sem rutura, o novo nome inspira-se na história e exprime uma radicalidade com vocação programática – a de um museu de território, que espelha e especula uma identidade cultural e a sua transformação.”

Fotografia: Inês Aires

Já no que toca à identidade visual do Museu e Bibliotecas do Porto, a proposta que o atelier portuense de design R2 tinha executado em 2020 foi reaproveitada em várias vertentes. É de notar a recuperação do estudo tipográfico desenvolvido para o antigo Museu da Cidade do Porto, que teve por base uma extensa análise das placas toponímicas da cidade e aplicação de pequenas referências às mesmas, na fonte tipográfica que viria a integrar a identidade. No entanto, foram adicionados vários elementos fotográficos, associados a uma nova paleta de cores vibrantes, que contrastam com a monocromia da antiga identidade visual.

Por fim, foram elencadas as novidades programáticas para os meses de março e abril, que incluem mais de 90 propostas a nível cultural, como a retoma do projeto “Um objeto e seus discursos” e espaços que vão reabrir ao público, durante o próximo ano. Foi destacada a abertura, marcada para agosto, da Antiga Casa da Câmara (ou Casa dos 24, como é vulgarmente conhecida), com uma exposição dedicada ao arquiteto que a projetou, Fernando Távora, bem como do Arqueossítio, da rua de D. Hugo, em outubro.

Após o longo discurso de Jorge Sobrado, foi a vez de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, subir ao palco. Este reiterou a já mencionada ligação seminal e indispensável que o Museu do Porto e as suas Bibliotecas têm com a cidade e com a sua história, tendo reforçado a importância da alteração do nome atribuído nesta fase evolutiva ao museu (Museu do Porto), com o objetivo de potenciar o poder comunicativo da marca da cidade do Porto. Mencionou, também, que o núcleo da rede museológica do Porto estará sediado, numa fase inicial, no edifício da Alfândega do Porto, devido à importância histórica que este tem para a cidade. No entanto, demonstrou intenções de, no futuro, este poder vir a ser alterado para o Palácio de São João Novo, tendo-se referido ao mesmo como sendo “um património notável, propriedade do Estado central, e que desejamos ter de volta à cidade”.

Esta iniciativa e o extenso programa preparado prometem trazer a cultura de volta ao Porto, com ainda mais força. Toda a programação cultural do Museu e Bibliotecas do Porto pode ser consultada em detalhe no seu website.

 

Artigo escrito por Inês Aires