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Cultura

O RITUAL DESPEDE-SE

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O Incrível Homem Bomba, grupo recentemente chegados ao universo musical, abriu segunda noite da 23ª edição das Noites Ritual, depois de terem sido uma das 16 bandas a atuar na iniciativa “Rituais Emergentes” e terem ganho a oportunidade de participar no festival. A banda, composta pelo vocalista Pedro Martins, Bruno Carreira Cruz na guitarra, Pedro Ferreira no baixo, Marcos Pereira na bateria e José Moreira no teclado, já teve oportunidade de atuar no Hard Club e no Plano B. O grupo portuense foi recebido com o ouvido curioso da audiência e apresentou o seu trabalho com músicas como “Gato Mitch” e “Canção do Diabo”.

Foi com “Rainha Macabra” que a banda de rock blues mostra o seu lado intervencionista e apelou às palmas das centenas de pessoas que se reuniram no Palácio de Cristal.  Despediram-se, agradecidos, e atiraram o trabalho da sua autoria de forma aleatória – e gratuita – ao público, com a certeza que o aquecimento para David Fonseca tinha sido feito.

David Fonseca voltou para pisar o palco portuense, sete anos depois. O música marcou a sua presença com o habitual blazer preto e sapatilhas All Star. Arrancou o concerto com “What Life is For” do seu mais recente trabalho e dançou com o microfone.

Atrás do ex-membro dos Silence 4 aparecem as letras das músicas e projeta-se o concerto em ecrãs. David voltou aos clássicos como “Our Hearts Will Beat as One” e o público mostrou que tinha voz preparada para o acompanhar. Ouve-se cover da música “Rocket Man”, seguida de “Cry 4 Love” do álbum “Between Waves”.

Com um alinhamento de luxo entre os seus trabalhos mais recentes e mais antigos, David moveu-se pelo palco, dirigindo-se ao público de forma entusiasta. Entre os primórdios da sua careira a solo e o momento presente, David acalma o público com “Who are you?” e o palco ilumina-se com azuis frios.

Mantendo o portefólio musical na nostalgia, o artista canta o tema “Someone that Cannot Love” e reserva o refrão para o público.

Natural de Leiria, David confessa ter um carinho especial pela Invicta admitindo que “gritos assim só na cidade do Porto” e conta que passou a tarde a andar de bicicleta pelos Aliados. Fingindo que estamos todos num acampamento de escuteiros inventa a música “Bicicleta no Porto” com a colaboração das centenas que se reuniram ontem no Palácio de Cristal.

Perto do fim do concerto – e do festival – “Superstars” ecoa pelo pavilhão e David faz a “crazy dance” que anuncia na música. Iluminado a vermelho, apresenta a “Stop 4 a Minute” e sai do palco para cantar numa das bancadas laterais; emerge-se no meio do público e abandona o recinto deixando a multidão com fome de mais.

Volta com uma canção lenta do último disco “Seasons – Falling” e admite que adora cantá-la ao vivo. A lua é o pano de fundo e o artista apresenta o seu bem mais precioso: um telefone “que nos leva a um sítio mais bonito”.

É com “Video Killed the Radio Star” que a nostalgia se instala misturada com “80s”, que nos remete para outra década e outras histórias. E é assim que a viagem alucinante que David fez connosco acaba. Para o ano o ritual repete-se.

 

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