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NOS CLUB: RODRIGO AMARANTE E HOLY FUCK AQUECEM A CASA DA MÚSICA

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No seguimento de mais um evento musical, a NOS promoveu uma série de concertos em simultâneo, que estivessem “todos à mão” – neste caso, ao ouvido. E que melhor espaço para receber as mais diversas sonoridades do mundo senão a Casa da Música no Porto, com um conjunto de 7 espaços que permitem usufruir dum leque diverso de música. Foi no seio deste “mix” de rock, pop, eletrónica, soul, indie, que atuou o artista do samba nostalgiante Rodrigo Amarante e os eletrónicos dançantes Holy Fuck.

 

Rodrigo Amarante: quando uma voz e uma guitarra enchem um palco

Às 23:00h em ponto, Rodrigo Amarante sobe ao palco da Sala Suggia, num ambiente repleto de energia e entusiasmo. O palco, arquitetonicamente ímpar, apresenta uma estrutura moderna e sonante, que mais não seja pela acústica que fornece.

Rodrigo Amarante, conhecido pela banda Los Hermanos dos anos 90, apresenta, há já alguns anos, um projeto a solo que recolhe todas as suas influências musicais. O espetáculo expressa-se numa diagénese musical exímia, apenas com uma viola e uma voz.

O artista, já conhecido por terras lusas, veio com o intuito de apresentar o seu mais recente trabalho, Cavalo: um ensemble de músicas de timbre claro e limpo, com uma voz harmoniosa, cantado num poliglotismo vasto de português, inglês, francês e espanhol.

Os instrumentos estavam a postos e, sozinho no palco, Rodrigo começa com o tema “Nada em Vão”, deixando desde logo o público com um sorriso no rosto. Na primeira parte do concerto, ouviram-se os temas em inglês “The Ribbon, I’m Ready e Fall Asleep”, intersetados com “O Cometa” e “Mon Nom”.

Houve tempo para tudo: entre música e aplausos, Rodrigo expressou a sua opinião face ao fumo e às luzes em palco, que a seu ver “são um negócio que retira alguma magia à música”. Constantemente num tom de brincadeira, encadeado num jogo de luzes suaves e quentes, referia o imenso agrado por poder estar presente na Casa da Música perante uma audiência tão numerosa, pedindo em alguns casos para direcionarem a luz por cima do público e não para ele.

Na segunda parte do espetáculo, ao sentimento de alegria juntou-se o desassossego nostálgico nas baladas portuguesas “Irene”, “Cavalo” e “Tardei”, tocadas num ritmo clássico com alguns assobios à mistura, levando o público ao rubro a pedir por mais.

Rodrigo despediu-se do Porto e saiu do palco, enquanto sala extasiada pedia um encore. Sem hesitar, o cantor carioca voltou para tocar mais dois temas: o samba dançante “Maná” e um tema de Angel Olsen.

Com esta vinda à Casa da Música, Rodrigo Amarante veio apenas confirmar a índole do intérprete que representa e reafirmar um álbum que se assume, de certo modo, como a expressão da dualidade de indivíduos que existe no artista, reunindo as suas vivências e passagens. Na despedida da Invicta, Rodrigo Amarante deixou a promessa de voltar.

 

Holy Fuck

Os Holy Fuck subiram ao palco da Sala Suggia às 00:30, prontos para um concerto energético, inserido num estilo de pop rock e dance pop eletrónica. Com um certame de instrumentos – pianos, sintetizadores, microfones, computadores, PA’s, bateria, baixo, ainda um teclado e uma arma de brincar -, os canadianos tinham a seu dispor tudo para realizar uma performance marcante.

A banda, já no ativo desde 2004, conta com 3 álbuns, tendo sido o mais recente, “Latin”, lançado em 2010. Foi este último que a banda apresentou ontem na Casa da Música.

A filosofia musical dos Holy Fuck consiste na produção de música eletrónica com recurso aos mais diversos instrumentos, dando aso ao improviso. Tal esteve presente durante todo a perfomance da banda, no qual os temas de Latin tiveram uma reação extasiante no público.

O começo estrondoso com as malhas “SHT MTN” e “Stilettos” proporcionando, desde logo, uma energia contagiante na sala. A banda não deu descanso aos espectadores e o ritmo foi sempre a palavra de ordem, mesmo com as músicas mais harmoniosas como “P.I.G.S.” e “Silva&Grimes”.

Com uma energia eufórica e dançante, a banda subiu um degrau na escala e tocou os temas “Latin America” e o singleRed Lights”, enchendo o palco de saltos e “abanares”. Embalados neste frenesim eletrónico, com jogos de luzes intermitentes e movimento, a banda teve ainda tempo de tocar os temas “Frenchy’s”, “The Pulse” e “Lovely Alien”, despedindo-se com “Super Inuit”.

O Porto recebeu de braços a banda canadiana que, para a maioria que não conhecia o seu trabalho, deixou uma impressão positiva.

Foi desta forma que a Sala Suggia, que acolheu duas individualidades musicais bastante díspares na noite de ontem, despediu-se dos artistas e do público dando lugar a outros concertos nos diversos palcos espalhados na Casa da Música.

 

1 Comment

  1. Aline

    12/10/2014 at 23:45

    “o cantor carioca voltou para tocar mais dois temas: o samba dançante “Maná” e um tema de Angel Olsen” falta aí a Evaporar, a canção dos Little Joy com que ele fechou o concerto 🙂

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