Segunda noite do Primavera Sound Porto 2024: Com muito entusiasmo e sem tempestade

Com Lana Del Rey como cabeça de cartaz, o segundo dia (7 de junho) do Primavera Sound começou com chuva e terminou ameno, embora com alguns percalços pelo meio, como o cancelamento dos concertos do Palco Vodafone. Por Francisca Costa e multimédia por Inês Aires

Do pop psicadélico ao indie rock e pop, passando pelo folk, pelo art punk, noise rock e rock experimental, sem esquecer a celebração da “portugalidade”, os três palcos (Porto, Plenitude e Super Bock) do dia 7 de junho do Primavera Sound estiveram ao rubro.

Problemas técnicos no Palco Vodafone (no segundo dia) @ Primavera Sound 2024 Fotografia: Inês Aires

O mesmo não pode ser dito, no entanto, sobre o Palco Vodafone, que, por motivos técnicos, foi cancelado, impedindo, assim, a atuação de Classe Crua, The Legendary Tigerman e Justice.

Nem a chuva amoleceu os espetadores que esperavam ansiosamente pela indubitável estrela da noite. Lana Del Rey, a artista já promovida a ícone, apresentou músicas de toda a sua discografia, num espetáculo etéreo, construído como se de um conto de fadas se tratasse.

Os devotos fãs ouviam, choravam e acompanhavam-na a viva voz, ao longo de uma hora e meia, o que a cantora norte-americana, muito interativa com o público, referiu várias vezes.

Já teria sido cabeça de cartaz no mesmo festival em 2020, não tivesse havido uma pandemia, mas foi agora em 2024, que finalmente pousou em solo portuense (com mais três álbuns editados do que na altura) e veio agitar as águas (metaforicamente falando, pois a chuva, como que por milagre, parou pouco antes do seu espetáculo).

Embora fosse evidente quem era a artista mais esperada da noite de 7 de junho, houve várias surpresas pelo caminho. As The Last Dinner Party foram uma delas. O quinteto feminino britânico que lançou o seu primeiro álbum apenas há uns meses, subiu ao Palco Porto antes de Lana, conseguindo prender os que estavam presentes e agarrar novos admiradores.

Noutro registo e no Palco Plenitude, mas também com fãs adquiridos no recinto, os Tropical Fuck Storm aqueceram uma noite fria com os seus ritmos eletrizantes.

Já por outro lado, o Primavera Sound contou ainda com artistas veteranos e bem cimentados junto do público, todos com início nos anos 90. São esses grupos os Lambchop (uma banda do Tennessee, de country alternativo), Wolf Eyes e Crumb, que atraíram fãs de décadas, que escutavam atentamente todas as músicas.

Regressando à “portugalidade”, o segundo dia do Primavera Sound contou com Milhanas no Palco “Porto”, André Henriques no “Plenitude” e Samuel Úria no “Super Bock” – embora os três artistas tenham registos diferentes, a atuação de cada um deles mostrou a forma como, cada vez mais, a música lusófona se mistura e  se junta com a música de outros países, demonstrando a internacionalidade cada vez mais premente.

Mesmo no fim de um dia com variações meteorológicas e musicais, havia uma grande energia no ar, com emoções e ritmos fortes e variados, que culminaram numa multidão a cantar numa só voz quando Lana Del Rey subiu ao palco e com sorrisos estampados na cara de todos aqueles que saíam pela porta principal.