Cultura
UM TRIO PARA FECHAR TRÊS DIAS DE COMIC CON PORTUGAL
Na Exponor, domingo não teve a audiência de sábado mas não ficou atrás em entusiasmo. Tom Riley, Blake Ritson e Elliot Cowan sacudiram o pó do Auditório A bem cedo e vieram dispostos a fazer de tudo, ou quase tudo, para agradar os fãs portugueses. Receberam desenhos, distribuíram abraços e selfies e Riley chegou mesmo a aceitar o pedido de casamento de uma admiradora mais corajosa. Este foi o painel mais animado dos três dias, certamente influenciado pela interação que receber mais do que um convidado permitiu. Ritson pode não falar português mas ainda fez uso do seu italiano, enquanto Tom Riley percorreu entusiasticamente palco e corredores. Em relação ao futuro da série o protagonista garante “ninguém está a salvo” e não ficaram dúvidas de que a próxima temporada de Da Vinci’s Demons vai obrigar Leonardo a enfrentar as consequências das decisões anteriores. A cumplicidade entre o trio não passou despercebida e nenhum deles foi parco em elogios ao público português.
O bom humor de Paul Blackthorne contagiou a audiência que seguiu o seu painel do Auditório A, desejosa de saber novidades de Arrow. Clive Stanten não se coibiu de partilhar detalhes da evolução de Vickings e o painel de Big Hero 6 roubou gargalhadas à plateia com uma luta de vozes entre personagens do imaginário infantil.
Brian K. Vaughan partilhou com Marcos Martín e Pia Guerra uma discussão honesta sobre o futuro da banda desenhada e o trabalho de cada um. “Livros ou digital, não importa. Nós amamos comics” é uma afirmação do autor capaz de resumir os três dias passados no Auditório Comics. Esta sala pode não ter experienciado a popularidade do auditório que recebeu os convidados de cinema e TV, mas transbordou do espírito que uniu os visitantes da Comic Con Portugal no passado fim-de-semana. O apreço pelos contadores de histórias e pelo seu trabalho foi quase palpável neste espaço.
Improvio Armandi roubaram as últimas gargalhadas do evento, num número de improvisação que envolveu uma elfa stripper com intenções algo duvidosas. Banzai continuou a levar artistas ao espaço de workshops para alguns tutoriais e não faltaram cosplayers para animar o recinto.
A Comic Con culminou numa conversa com Joe Reitman. O correspondente do evento em Los Angeles não se acanhou em transparecer o seu carinho pelo público português, que respondeu na mesma medida de estima. Reitman falou um pouco da sua carreira e muito sobre as dificuldades e alegrias de organizar o evento. “Os sorrisos nas vossas caras são a melhor coisa disto” foi a exclamação que arrancou a ovação mais sentida da noite e Reitman não se poupou em elogios e abraços.
A Comic Con Portugal durou 3 dias. 3 dias que ultrapassaram as expectativas de todos. Do alvo de 20 mil entradas, foram ultrapassadas as 30 mil e 500. Depois da desconfiança e queixas iniciais, raros foram os visitantes que não abandonaram a Exponor de sorriso nos lábios. Mas, a Comic Con não se fica por aqui, vai continuar a formar super-heróis, em Matosinhos, pelo menos até 2018.