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Cultura

O CANTE ALENTEJANO NÃO É SÓ PARA OS MAIS VELHOS

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Com uma existência que conta já mais de 30 anos, o Grupo de Cante Alentejano do Orfeão Universitário do Porto (OUP) é o grupo mais antigo do país formado exclusivamente por estudantes universitários que perpetua esta tradição. O grupo conta com a participação de, aproximadamente, 20 pessoas. O JUP falou com Hermínio Fernandes, o Presidente do OUP, que nos contou sobre as origens deste grupo.

“A ideia de criar o grupo surgiu no ano de 1980. O OUP, cumprindo um dos seus objectivos lapidares de representar a Cultura Portuguesa, contava já com alguns grupos mais intimamente ligados com a etnografia portuguesa, como o Grupo de Danças e Cantares de Douro e Minho, o grupo de Pauliteiros de Miranda do OUP, entre outros. A ideia de abrir o leque de grupos integrantes foi trabalhada e o OUP foi explorando, com alguma digressões e recolhas, a possibilidade de inserção de novos grupos. Após uma recolha afincada no Alentejo e de percepção do modus operandi deste cantar tão específico, foi possível oficializar este grupo, ainda no ano artístico referido.”

Também contactámos André Castro, o responsável pelo grupo de cantares, que se sente “honrado por representar a nossa cultura, em particular um cante tão especial oriundo do Alentejo”. Este acrescenta ainda que “o facto de ser novo (tenho 24 anos) permite divulgar às outras pessoas mais velhas e mais novas de que temos uma tradição tão rica e tão bonita da qual conseguimos tirar partido para termos momentos e vivências espetaculares e convívios inesquecíveis. Acrescento que sinto o peso de responsabilidade para procurarmos passar sempre uma boa impressão e imagem, mais ainda desde que o Cante Alentejano conseguiu ser reconhecido como Património Cultural Imaterial da Humanidade, que é mais um motivo de orgulho acrescido para o representar!”

Tiago Vasconcelos, membro do núcleo há já cinco anos, afirma que os motivos que o levaram a ingressar no Grupo de Cante Alentejano foram “o espírito e convívio que sempre se fizeram sentir nos jantares, atuações e digressões”. Tiago mostrou-se igualmente orgulhoso e partilhou a sua opinião em relação a este cante ter sido reconhecido pela UNESCO: “Para mim, como um dos elementos ativos mais antigo deste grupo, é um enorme orgulho ver reconhecido no Cante Alentejano o devido valor pela cultura e tradição portuguesa. Sendo o grupo de Cante Alentejano do OUP um grupo numa faixa etária entre os 18 e 27 anos, é o nosso principal objetivo a perpetuação e preservação da cultura portuguesa, assim como a transmissão da cultura portuguesa à faixa etária mais jovem no nosso país.”

Um dos membros mais novos, Mário Parada, também aceitou partilhar com o JUP a sua experiência e as razões que o levaram a ingressar no grupo, apesar de o ter feito há apenas três meses. “Decidi entrar para o grupo de cante alentejano, primeiramente, pelo interesse que tenho em representar qualquer tipo de cultura tradicional portuguesa e também pela curiosidade que este grupo me despertou em conversas entre colegas do OUP. A minha experiência no grupo, apesar de curta, está a ser algo de enriquecedora no que toca a aprender sobre a cultura alentejana e começar a compreender o sentimento com que é cantada esta tradição.”

Todos os estudantes da Universidade do Porto são convidados a explorar esta tradição, cantando-a e celebrando-a, segundo o Presidente do OUP. Hermínio Fernandes informa todos os estudantes que “se quiserem pertencer a um Grupo de Canto Alentejano, sugiro que se increveram no Orfeão Universitário do Porto e frequentem os ensaios deste grupo, às segundas, pelas 22h45. Aproveito também para incentivar todos os estudantes da Universidade do Porto a pertecerem a esta instituição, uma vez que é constituída por muito outros grupos que também celebram o que a Cultura Portuguesa tem de tão próprio.“

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