Cultura

FANTASPORTO (DIA 8)

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15h15 – Se o espectador for um grande adepto de películas melancólicas, Fontelonga, curta- metragem documental de Lúis Costa, conta o dia-a-dia dos habitantes da homónima vila transmontana. A protagonista, Amélia, representa o epítome do povo do interior de Portugal: envelhecida, iliterata, dogmática, mas com uma visão crítica da crise económica e política que assola o país. Fontelonga chama a atenção para a gradual desertificação do interior português.

 

 

17h15 – Savaged conta a história de Zoe, uma jovem surda-muda, sodomizada por um grupo de rufias. Após ser o destino da transmigração do falecido chefe dos índios Apache, a sua vingança para com o grupo de rufias passa a ser também a daquela tribo. Embora o enredo aparente ser rebuscado a quem ainda não viu o filme, não é. O espectador pode contar com uma dose considerável de gritos e gore gratuitos mas, no geral, estamos perante um filme mediano, de série B, capaz até de fazer soltar umas gargalhadas.

 

 

19h – Scintilla de Billy O’Brien é uma longa-metragem sobre ficção científica que conta a história de como Jim Powell, um operacional de alto nível, e a sua equipa invadem uma ex-república soviética. A missão é entrar num bunker subterrâneo e resgatar uma cientista, obrigada a trabalhar num projeto secreto. O que Powell não sabe é do verdadeiro segredo, escondido no laboratório, a cerca de 1km de profundidade da milícia. No final, o espectador pode assistir a uma luta entre nós e os “outros”.  Scintilla une mistério com drama, mas sobretudo com muita ação.

 

22h10 – O Rivoli esperou até às 22h10 para que o espaço quase rebentasse pelas costuras. Claramente, The Railway Man monopolizou a atenção do público, o que se traduziu numa sala de espetáculo bem recheada. Grosso modo, conta a história de um antigo oficial britânico da II Guerra Mundial que não consegue apagar os horrores infligidos pelo Kempeitai, exército imperial japonês, aquando da construção da Ferrovia da Birmânia. O tempo diegético situa-se, ora na passada década de 80, ora na de 40, portanto, com constantes flashbacks ao passado do protagonista, Eric Lomax . Trata-se de um filme de argumento adaptado, com um alto orçamento e, portanto, bem conseguido, no que à sua produção diz respeito. Apesar de a ideia moralizadora cair num lugar comum, entrecortada por cenas fortemente romantizadas, lá para cativar a atenção do público e, quiçá, roubar uma lágrima, esta longa-metragem do realizador Jonathan Teplitzky mostra que, a determinada a altura, o ódio tem de cessar para dar lugar ao amor.

 

21h25 – O anúncio dos vencedores dos prémios antecedeu a exibição de The Railway Man. Entre figuras cimeiras do cinema português como o produtor Henrique Espírito Santo, ou outras de áreas como a política, como Rui Moreira, atual presidente da Câmara Municipal Do Porto, a cerimónia pautou-se por inúmeros discursos de emoções genuínas, contemplando o atual estado da Cultura em Portugal, e a resiliência de algumas pessoas, por contribuírem para que eventos como o Fantasporto ainda se organizem, contra todos os ventos e marés. Folgamos em saber que nós próprios temos a nossa quota parte na manutenção do único festival de cinema fantástico do norte de Portugal.

 

Por último destacamos os vencedores já anunciados de 2014:

 

 

Prémios Fantasporto 2014

 

Grande Prémio Melhor Filme Fantasporto 2014

(Best Film Award Fantasporto)

“Miss Zombie” – Hiroyuki Tanaki – (Japão)

 

Prémio Especial do Júri

(Jury’s Special Award)

“Chimères” – Olivier Beguin – (Suíça)

 

Prémio Melhor Realização

(Best Direction)

Aharon Keshales e Navot Papushado – “Big Bad Wolves” – (Israel)

 

Prémio Melhor Ator Fantástico

(Best Actor)

Doval’e Glickman – “Big Bad Wolves” – (Israel)

 

Prémio Melhor Atriz Fantástica

(Best Actress)

Anna Walton – “Soulmate” – (Espanha)

 

Prémio Melhor Argumento Cinema Fantástico

(Best Screenplay)

“The Fake” – Sang-ho Yeon – (Coreia do Sul)

 

Prémios Melhores Efeitos Especiais

(Best Special Effects/Cinematography)

“Las brujas de Zugarramurdi” – Álex de la Iglesia – (México)

 

 

Prémio Melhor Curta-Metragem

(Best Short Film)

“Rabbit Land” – Ana Nedeljkovic e Nichola Majdak, Jr.

 

24ª Semana dos Realizadores


Prémio Melhor Filme Semana dos Realizadores 2014

( Directors Week Best Film  Award)

“Heavenly Shift” – Márk Bodsár – (Hungria)

 

Prémio Especial do Júri

(Directors’ Week Best Film Award)

“Love Me”- Maryna Gorbach e Mehmet Bahadir  Er– (Ucrânia, Turquia)

 

Prémio Melhor Realizador

(Directors’ Week Best Film Award)

Carlos Cuarón – “Sugar Kisses” – (México)

 

Prémio Melhor Argumento

(Directors’ Week Best Screenplay Award)

Maryna Gorbach e Mehmet Bahadir Er – “Love Me” – (Ucrância, Turquia)

 

Prémios Não Oficiais

 

Prémio da Crítica (Critics’ Award)

“Love Me”- Maryna Gorbach e Mehmet Bahadir Er– (Ucrânia, Turquia)

 

Prémio do Público (Audience Award)

“Las brujas de Zugarramurdi” – Álex de la Iglesia (Espanha)

 

Prémios Orient Express

 

Prémio Melhor Filme

(Best Film Orient Express)

“Why don’t you play in Hell?” – Sihon Sono – (Japão)

 

Prémio Especial

(Special Award Orient Express)

“Miss Zombie” – Hiroyuki Tanaka – (Japão)

 

Prémio Melhor Filme Português

“José Combustão dos Porcos” – José Magro – (Portugal)

 

Prémio Escola

Universidade Católica do Porto

 

Prémio Carreira de 2014

(Career Award)

Henrique Espírito Santo, emblemático produtor de cinema português.

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