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O DRAMA CONQUISTA FANTÁSTICO NO QUARTO DIA DO FANTASPORTO

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A tarde de ontem (2) foi chuvosa e cinzenta no Porto, mas à entrada e nos corredores do Rivoli o mau tempo foi assunto secundário. Começava mais um dia do Fantasporto, o Festival de Cinema Fantástico que já criou os verdadeiros os amantes do cinema à tarde.

Mourning Grave é o primeiro filme do dia, no Grande Auditório. O Fantas recebeu a antestreia europeia da longa metragem sul-coreana de In-Chun Oh. Inserido na categoria de Fantástico, o filme teve um público reduzido dada a hora da exibição, 13h30. A longa-metragem fez também parte dos filmes selecionados pelo Festival de Puchon, uma espécie de Fantasporto da Correia do Sul.

Cada vez mais cadeiras começam a ser ocupadas à medida que a tarde avança. Às 15h15 começa Closer to God, com uma plateia maioriamente jovem. Billy Senese apresenta brevemente o seu filme. O realizador independente americano introduz o filme como a sua própria interpretação do clássico Frankenstein, de Mary Shelley.

Closer to God é um filme sobre o debate sobre a clonagem, tendo como figura principal Elizabeth: o primeiro ser humano clonizado. O geneticista debate-se com as motivações que o fazem continuar: será ambição? Ou o orgulho de fazer algo maior e melhor que si mesmo? Para além das questões étnicas, o enredo levou a sala a exclamar, por diversas vezes, de horror e admiração.

Esta é uma história de monstros humanos ou de humanos monstros: a linha torna-se cada vez mais ténue ao longo do filme. No fim ainda há quem repita a questão: “O que significa ser humano?”.

Pelos corredores do Rivoli, onde a língua inglesa é mais falada que a de Camões, começam a circular mais estudantes. Às 17:15 começa The Well/The Last Survivors, de Thomas S. Hammock. O thriller norte-americano descreve a luta de uma jovem pela sobrevivência após dez anos de seca. Ilustra o desespero da sede, a injustiça dos pobres e a ganância dos poderosos.

No filme de Hammock a coragem, que roça o clichê, é a palavra de ordem. Com vários climax e momentos decisivos para o enredo, a longa metragem manteve o público com os olhos vidrados no ecrã. O suspense chegou mesmo a criar tremores na plateia.

Às 19h é a vez de Pechorin. O filme de produção russa foi apresentado pelo tímido realizador, Roman Khrushch. Durante 95 longos minutos, o drama desenrolou-se em volta de Pechorin, um soldado ferido, que revê todo o seu histórico de mulherengo narcisista nas suas últimas horas de vida.

A história de Pechorin não conseguiu prender a audiência, que foi ora abandonando a sala, ora bocejando, apesar de o filme ser vencedor de uma Menção Especial no Festival de Berlin e de um Prémio Remi Platinum no Festival de Houston.

A noite continuou com III, um filme fantástico, também russo. Foi apresentado por membros da equipa e do elenco, incluindo o realizador, Pavel Khvaleev, e a protagonista, Polina Davydova. A sala encheu, seguindo-se a apresentação de um dos filmes mais peculiares e intrigantes que passou pelo Grande Auditório. A história das irmãs Ayia e Mirra, que vivem numa pequena aldeia que foi infetada por uma doença desconhecida, que matou a sua mãe, apela ao imaginário da espiritualidade e à necessidade de libertação dos medos. Apesar do estranho final, a audiência aplaudiu de pé.

Pelas 23h começou Liza, The Fox Fairy, um filme húngaro de Karoly Meszaros. Foi assim que terminou o quarto dia do Festival de Cinema Fantástico do Porto.

 

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