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Cultura

FANTASPORTO: O SEXTO DIA DE TERROR E EMOÇÃO

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Pink Zone é o filme que abre o Grande Auditório, às 13h30, desde sexto dia do festival. Inserido nas categorias de Drama e Fantástico, o filme estadunidense de Benjamin Walter é uma das antestreias mundiais do dia. Segue-se Norway, às 15h15, uma longa-metragem grega de Yannis Veslemmes, que conta a história de um atraente e bailarino vampiro. O filme foi seleção de diversos festivais – Karlovy Vary, Estocolmo e Denver.

A tarde prossegue com Handy. O filme italiano, de Vicenzo Cosentino, teve a sua antestreia europeia no Festival. Handy é o nome de uma mão que se decide separar do corpo ao qual pertencia e provar que o talento para a escrita não tem limites. Nesta fantástica viagem, a imaginação não fica de fora.

O Grande Auditório começa a encher com a chegada de Let Us Prey. O thriller britânico de Brian O’Malley prende a audiência às cadeiras, assim que começa a relatar a história de um misterioso homem sem nome que, preso na esquadra de uma pequena vila, penetra nas mentes de quem o rodeia. Esta invulgar e, por vezes, incompreensível narrativa contou com alguns clichés do cinema de terror, não se destacando pela originalidade. A participação de Liam Cunningham, ator da famosa serie de televisão “Game of Thrones” poderá explicar a afluência de espectadores à sala.

O filme foi antecedido por Habana, uma curta-metragem de coprodução francesa e cubana, realizada por Edouard Sailer. Durante 22 minutos, a audiência é presenteada com imagens a preto e branco que retratam Havana num futuro próximo. A cidade encontra-se na iminência de uma guerra civil e a criação de estranhos répteis foge ao controlo dos grupos de revolta.

Pelas 21h15, Memories On Stone é exibido. A longa-metragem iraquiana de Shawkat Amin Korki relata a realização de um filme sobre o genocídio do povo curdo no Iraque, na campanha Afal em 1988. Hussein e Alan, realizadores do filme, são ambos curdos e estão ambos decididos a honrar o seu povo, reconstituindo a crueldade dos acontecimentos passados. Esta é uma história de desespero, dificuldades, mas também de comédia, que prendeu os espectadores do início ao fim. Este foi um dos filmes de eleição da 35ª edição do Fantasporto, fazendo parte da seleção do Festival de Karlovy Vary.

Seguiu-se a antestreia mundial da curta The Substitute, antecedida por um curto discurso do realizador Nathan Hughes-Berry e da produtora (e também atriz) Madeleine Sims-Fewer. Em parcas palavras, transmitiram o entusiasmo da exibição no Fantasporto e mencionaram a necessidade de introduzir a temática do feminismo no mundo do terror. Durante 23 minutos, a sala ficou presa ao ecrã, com uma história que se desenvolvia através de um clima constante de mistério e inquietação. Cenas de abuso e maltrato chocaram o público, que viu os direitos básicos do sexo feminino a serem roubados por rapazes adolescentes. A curta termina com uma reviravolta chocante e digna dos fortes aplausos que se lhe seguiram – sem dúvida, um ponto alto do Fantasporto.

Novamente apresentado pelo realizador, Jeremy Wooding, surge Blood Moon, outra antestreia mundial. A aventura de hora e meia desenrola-se no Colorado, em 1887, e é protagonizada por personagens típicas da época. Um polícia, uma ex-prostituta, uma viúva, um padre, um jornalista, um par de ladrões e, como não poderia faltar, um cowboy vêm-se encurralados numa casa onde terão de lutar contra uma criatura semelhante a um lobisomem, que progressivamente vai eliminando membros do grupo original. Apesar da estranha combinação de humor e fantasia, o filme lo-fi vai perdendo originalidade ao longo da narrativa, assumindo todos os clichés das obras que incluem um lobisomem ou um cowboy – uma desilusão desnecessária em comparação com a curta-metragem que lhe antecedeu.

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