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Cultura

VOLTOU A MELHOR MÚSICA DAS MELHORES ESCOLAS EUROPEIAS

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O Harmos Classical regressou na sua 9ª edição para fazer cumprir a premissa anterior: trazer, do Velho Continente, vários conjuntos de música de câmara de Instituições Superiores de excelência. O ano de 2015 foi de crescimento para o festival, anunciando o início da sua internacionalização com uma edição do evento no Brasil. Paralelamente, perdura a sua afirmação como “um dos mais relevantes projectos artísticos e culturais da Europa”.

Na passada quinta-feira (5), o JUP foi ouvir à Casa da Música as amostras norueguesa e belga apresentadas pelo Harmos. Os primeiros a subir ao palco da Sala 2 foram os Norwegian Music Academy, um quarteto de cordas fundado em Oslo. Abriram o concerto com as “Três Peças para quarteto de cordas” de Stravinsky. Obra de cariz pouco ortodoxo, a sua interpretação foi eficiente ao extrair dos cordofones a dissonância e aspereza tímbrica requeridas, mas não extraordinária. Foi com a segunda peça, o “Quarteto de Cordas No.1” de Janacek, que os instrumentistas nórdicos brilharam.

O conjunto estava mais orgânico nas interações entre os músicos e mais evidente nas suas potencialidades sonoras. Os primeiros andamentos, que exigiam claramente uma maior proficiência técnica, revelaram um segundo violinista extraordinário na execução. Modelada por dinâmicas intensas e tremolos agressivos fora de contexto, esta obra acaba com uma textura subtil e efémera. Com o final, sai do palco um quarteto de cordas extremamente competente em tocar estas composições, pautadas pela pouca linearidade.

Seguiu-se Impression Piano Trio, um premiado grupo belga composto por violino, violoncelo e piano. A obra apresentada foi o “Piano Trio em Si bemol Maior” de Schubert. Esta peça, apesar de não estar dentro do balizamento temporal do período Clássico (1828), apresenta muitos dos seus chavões estilísticos: as cadências e exórdios, o contraponto seguro e estável, uma linearidade composicional que contrastou por completo com os quartetos interpretados pelos músicos noruegueses.

A execução foi regada, profissional e expôs muito bem a linguagem clássica e a direcção clara da composição. O único ponto fraco a destacar foi a subestimação acústica do piano, provavelmente devido a uma má colocação dos instrumentos no palco. Ambos os conjuntos não eram profissionais e apresentaram resultados de excelência. A organização do Harmos cumpriu a sua promessa.

Até Domingo à noite é possível ver mais de 12 conjuntos de música de câmara, espalhados por Barcelos, Lousada, Matosinhos, Espinho, Vila Nova de Gaia e Porto. Na Invicta, os concertos são as 19.00 e às 21.30, na Casa da Música.

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