FANTASPORTO: A ÚLTIMA SEXTA DO FESTIVAL

O dia começou às habituais 13.30h, com uma mistura de comédia e terror em Crazy Bitches, de Jane Clark, seguida por The Dead II: India, um thriller de Howard J. Ford, ambos apresentados por elementos da equipa cinematográfica. Por volta das 17.30h era projetada a antestreia mundial de The Second Reign Of Night, um inquietante thriller sobrenatural que constitui a primeira longa-metragem do espanhol Antoni Solé.

À medida que o sol ia descendo, o Rivoli ia enchendo, acolhendo já uma sala aconchegada em The Stranger, um filme de Guillermo Amoedo integrante da seleção do Festival de Sitges. Este drama salpicado por terror alberga uma misteriosa espécie semelhante ao vampiro que chega à cidade à procura da mulher, que tentara matar há anos com esperança de erradicar a “doença” de que ambos sofriam. Descobrindo que a mulher morrera e deixara um filho, desenrola-se uma inquietante história de violência e injustiça e sobre como a força e a coragem são capazes de as ultrapassar. Apesar de não inovar na temática ou realização, a longa é paciente na construção de um clímax, não deixando que o final desiluda.

Esquecendo o intercalar de curtas dos dias anteriores, o programa segue com The Fear Clinic, outra antestreia, desta vez europeia, que apelou o público a deixar a sala bem-composta. Robert Hall realiza a história de Dr. Andover que, por ter descoberto a cura para a fobia de todos os doentes que o consultaram, se vê cara-a-cara com o Medo, que cresceu faminto devido às “vítimas” que lhe haviam sido roubadas. Alucinação atrás de alucinação, o filme, com potencial para ser tanto (devido ao ambicioso conceito inicial), perde um pouco da sua força a caminho do final, conseguindo, no entanto, arrancar uma boa salva de palmas dos espectadores.

Suspension, de Jeffery Lando, seguiu-se, antecedendo-lhe a presença em palco de uma longa equipa, excitada pela antestreia mundial do projeto que lhes saiu das mãos este ano, mas havia já saído da cabeça de alguém há doze. O cenário é o típico: uma adolescente inocente e mal-adaptada, com problemas familiares, que desenha cenários de terror para ultrapassar a dificuldade da vida diária. Alvo de desejo do “bonitão” e maltratada publicamente pela namorada do mesmo, vê-se em pânico quando o seu pai, assassino em série, foge da prisão e está prestes a chegar a casa. Todas as mortes possíveis e imaginárias se sucedem e tanto o desenrolar como o final admitem-se como mais do que óbvios. Mas há que dizer que, se lhe faltou tanto na qualidade e como na originalidade, o filme compensou no entretenimento e nas cenas que arrancaram risos soltos tanto à plateia como à própria equipa.

A noite finalizar-se-ia às 00.45h, com Mexico Barbaro, seleção do London Frightfest Festival. Produto da realização de 8 elementos, o filme de terror constitui-se de 8 diferentes visões da sociedade e cultura mexicana, abordando a barbaridade do México, desde os antepassados aos dias de hoje.