Cultura

SUPRESA DE ANIVERSÁRIO MARCA OS FESTEJOS DA CASA DA MÚSICA

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A 15 minutos da abertura, ainda se recusavam bilhetes para ouvir uma orquestra cercada por olhares curiosos que aguardavam uma Supresa de Aniversário. Os espetadores ocuparam a sala Suggia duma ponta à outra. Das cadeiras mais altas aos lugares do coro. Já restavam poucos espaços vazios, enquanto os músicos afinavam os instrumentos.

Takuo Yuasa foi o motivo dos primeiro aplausos da noite. O maestro japonês não é estranho à Casa, já que em 2014 conduziu a Orquestra Sinfónica através das Histórias da Velha Rússia .

Con brio de Jörg Widmann proporcionou uma abertura triunfante ao concerto e rapidamente deu azo a sorrisos intrigados do público. Os espetadores perderam-se nas sonoridades pouco ortodoxas de Widmann e ainda se ouviram algumas gargalhadas tímidas à custa dos instrumentos de sopro.

A correria do décimo aniversário ainda está bem patente nos espaços que rodeiam a sala Suggia. Para lá das janelas onduladas, ainda há equipas a desmontar equipamento de filmagem e os últimos visitantes noturnos espreitam a orquestra.

Em pleno Ano Alemanha faz-se obrigatória a presença de Beethoven, que se estende através de A Consagração da Casa. Uma composição que quebrou a agitação da abertura e concentrou de forma imponente as atenções da audiência numa melodia familiar.

Não houve intervalo para uma sala que não parou de receber visitantes e, a cada pausa do programa, abriu portas para os espetadores que chegavam atrasados.

A estreia de uma encomenda feita pela Casa da Música ao compositor português Pedro Amaral dividiu opiniões. Um scherzi sustentado por dois vibrafones, trouxe um ritmo animado de festejo à sala. O público que se permitiu dormitar durante a A Consagração da Casa, despertou perplexo enquanto a orquestra baralhava sonoridades.

A Orquestra Sinfónica recebeu os visitantes em ensaios abertos esta semana, enquanto afinava os último retoques deste concerto. No entanto, uma parte do ensaio permaneceu longe dos olhares  curiosos. Esta supresa preparada para o aniversário, contou com a participação do Coro Casa da Música e já deixava os espetadores impacientes, mesmo antes do início do concerto.

É a orquestra que principia a velada composição, sob as direções atentas de Takuo Yuasa. Os solistas emergem para acrescentar a sua voz aos instrumentos que ocupam o palco e nas filas de trás um jovem falha em sussurrar “É a nona.”. O Coro desce para ocupar as escadas junto do público. Um gesto moldado por um década de aproximação entre artistas e visitantes, que a Casa da Música promove de forma exímia.

Num final apoteótico, a Sala Suggia juntou vozes e instrumentos, uniu Casa e visitantes e reproduziu uma longa e imponente ovação que prolongou o triunfo deste muito especial concerto de aniversário.

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