Cultura

SENSIBLE SOCCERS, LAETITIA MORAIS E “PAULO”

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Não é a primeira vez que Sensible Soccers atuam neste palco, nem a primeira que aceitam as propostas do Curtas. Após a estreia de “8” nesta sala e da participação no filme-concerto (o de maior audiência de sempre) na edição do ano passado do Festival, voltam mais uma vez a “jogar em casa”.

Segundo o título de “Paulo”, a banda dá som às imagens de arquivo de Laetitia Morais, artística plástica, que também no palco executa ao vivo a manipulação do vídeo. As imagens rochosas e sons áridos, o som da brisa conjugado com o contraste das silhuetas dos surfistas e das pessoas que observam o mar. O pato que voa e se encontra com o pássaro de brincar, a criança que surge iluminada pela luz do sol. O simples carro verde, a flor ou as pessoas que passeiam na rua. Várias são as imagens e as temáticas abordadas, que por sobreposições e camadas dão volume, textura e corpo a esta narrativa interpretada por cada espetador, à sua própria maneira. A saturação e variação das cores, o “loop” e certas rodagens de “trás para a frente”, em conjugação com o som hipnótico dos sintetizadores e das guitarras, levam o espectador pelo filme, como se ao vídeo o som tivesse sempre pertencido.

Esta co-produção de cinema experimental entre o Teatro Maria Matos, o GNRation e as Curtas de Vila do Conde, marcou assim o último concerto do ano desta banda. A fasquia mantém-se elevada para os novos e futuros trabalhos, uma vez que o regresso aos palcos ainda não tem agenda marcada.

“Se tudo é Paulo e nada é Paulo também, a palavra deixa de ser chão e atalho e é abandonada. Cresce o mistério e a estranheza num mundo onde o silêncio entre as pessoas é permanente. Ou seja, deixa de existir.” 

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