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Cultura

MUSE, DONOS E SENHORES DO NOS ALIVE

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The Wombats foram os primeiros a pisar o palco principal do NOS Alive. Não faltaram fãs da banda de Liverpool que cedo animou os festivaleiros.

James Bay estreou-se em palcos portugueses e, um pouco a medo, trovou para o público  que se acumulava à volta do palco principal em antecipação das atuações do final do dia. O concerto, passado a meio gás, convenceu muitos dos festivaleiros que ainda passeavam casualmente, na sua maioria envergando uma qualquer versão de merchandising de Muse. No entanto, os espetadores não foram os únicos a sair convertidos. Antes de uma animada interpretação do seu tema mais conhecido – Hold Back The River-, o cantor britânico fez questão de agradecer as reações do público português e deixou uma importante promessa de voltar. “Thank you. Just got one song left. We’ll see you again soon. Thank you so much.”

A multidão em volta do palco NOS adensou com a chegada de Ben Harper que trouxe companhia e encheu o recinto com o som de palmas logo na primeira música. No Passeio Marítimo de Algés cruzam-se todos os tipos de público, amigos, famílias e festivaleiros solitários, e há festival para todas as idades. A multidão de fãs mais velhos que dançavam mesmo ao lado dos jovens que rodopiavam despreocupadamente ao som de Ben Harper &  The Innocent Criminals deu provas disso.

Alt-J foram os primeiros a desafiar as dimensões do espaço principal. O grupo de rock alternativo já não estranha estes palcos, tendo atuado no Optimus Alive em 2013, e voltou para afirmar a sua posição. Apesar disso, através da multiplicidade instrumental e letras peculiares, nem todos os festivaleiros entraram na onda Alt-J. Muitos permaneceram contrariados, guardando um lugar para assistir ao concerto mais aguardado da noite. As opiniões dividiram-se, mas os espetadores aborrecidos pela atuação foram largamente suplantados pelos  fãs que se agitaram freneticamente pelo recinto entoando as letras indecifráveis da banda inglesa.

A receita para a lotação esgotada do primeiro dia de NOS Alive é simples e leva apenas 3 ingredientes. Matt Bellamy, Dominic Howard e Christopher  Wolstenholme já têm um historial de grandes concertos pelo país, o último no Estádio do Dragão em 2013, e continuam a convencer o público nacional. Não havia falhas na multidão que libertou a ansiedade da espera numa frenética resposta em saltos, palmas, berros e assobios ao primeiro sinal dos cabeças de cartaz. 

O alinhamento do trio britânico arrancou com Psycho e percorreu metade do novo album Drones. A plateia delirou ao som de Supermassive Black Hole  e não faltaram alguns dos temas mais populares do grupo como Plug In Baby, Supremacy e Starlight. Não houve descanso ao longo de 17 canções entoadas incessantemente pelo público, entre saltos e aplausos constantes.

O trio também não se poupou nos pequenos detalhes aprazíveis à multidão. O vocalista envergou a bandeira nacional e soltou algumas palavras em português e a banda garantiu interpretações animadas e enérgicas, não descurando uma forte interação acompanhada de um especial bom-humor.

Ironia do destino ou lição bem estudada, o certo é  que Muse abandonaram o recinto ao som de canções de revolta num encore composto de Uprising e Knights of Cydonia e marcaram a abertura do NOS Alive, num dia que dificilmente será suplantado pelos dois que se seguem.

O recinto de um dos maiores festivais do país não se apagou depois da atuação dos cabeças de cartaz. No palco Heineken, Django Django tocaram noite dentro e X-Wife marcaram o ambiente NOS Clubbing.

Mumford & Sons, James Blake, Sam Smith, Disclosure e The Prodigy são alguns dos nomes mais esperados que ainda vão passar pelo Passeio Marítimo de Algés no programa do NOS Alive que se estende até Sábado.

 

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