Cultura
CLÁSSICOS AQUECEM PRIMEIRO DIA DO SBSR
Ainda não eram 16h e a azáfama já se fazia sentir no exterior do recinto no Parque das Nações. Muitas pulseiras para pôr, muitos bilhetes para vender e alguma confusão – típica – nas cabines. Estava quase tudo pronto para o arranque de mais um festival. Pulseira no pulso, horários na mão e aí vamos.
Com quatro palcos – Palco Super Bock, Palco EDP, Palco Carlsberg e Palco Antena 3 – muita era a escolha e havia decisões para fazer. O primeiro destaque do dia vai para Milky Chance. O duo alemão de pop, rock e folk, com influências que passam pelo reggae e pela electrónica, atuou no palco principal perto das 19h. Iniciaram-se no jazz, mas foi em 2012 que lançaram os primeiros materiais, como Stolen Dance – cujas visualizações no You Tube chegaram aos 142 milhões. Em 2013 lançam Sadnecessary. Deram um concerto com o público a meio gás, onde não faltaram os principais êxitos Stolen Dance ou Down by the River.
Enquanto isso, no Palco Antena 3, atuavam os Duquesa. A banda de Barcelos, mas que “não gosta de Braga”. Pouca gente, mas gente a gostar deste concerto.
Mike Hadreas é Perfume Genious, o músico de Seattle que atuou no Palco EDP ao fim da tarde. O que podia ter sido mau transformou-se em algo ótimo para o público: obrigado a sair do palco por problemas de som, os fãs gritavam “Volta Rei!” e eis que o músico surge no meio no público para tirar selfies e abraçar quantos podia. O artista deu um concerto intimista, com a sua voz rasgada e uma forte carga emocional.
Pouco depois das 20h regressa-se ao palco principal. The Vaccines já não são novidade para o público português – visitaram-nos em 2013 em Paredes de Coura. A banda inglesa de indie rock formada em Londres, em 2010, é dona de If You Wanna – com mais de 13 milhões de reproduções do Spotify. Têm dois álbuns e nós respondemos à pergunta do primeiro – What did you expect from The Vaccines?: com energia. E foi isso que tivemos. Muita energia para uma plateia meia cheia, mas com grandes fãs nas primeiras filas.
Pela hora de jantar houve algum relaxe nestas andanças dos concertos. Lugar para umas distrações junto ao rio. O novo espaço do Super Bock Super Rock conjuga o melhor da cidade e do mar. Esta foi mais uma: música e o flyboard show fizeram as delícias de muitos.
Mas o melhor da noite ainda estava para chegar. Às 21h50 chegava Noel Gallagher’s High Flying Birds. Um nome comprido para um músico conhecido de todos. Noel foi guitarrista, vocalista e principal compositor dos Oasis, banda que liderou com o irmão Liam. Em 2009 surge a primeira aparição com este projeto e o primeiro álbum vem em 2011, com título homónimo. O segundo álbum também já nasceu e chama-se Chasing Yesterday.
O concerto começou com a primeira música do primeiro álbum e desenrolou-se por entre música deste projeto e dos Oasis. Lock All The Doors, Dream On, Riverman ou You Know We Can’t Come Back foram entoadas pelos fãs mais acérrimos, mas só os grandes êxitos uniram a plateia em comunhão. Demorou a falar com o público, só o tendo feito talvez à sexta canção. Para recorder os Oasis, o músico elegeu Champagne Supernova, Whatever, Masterplan e Don’t Look Back in Anger, para fechar em beleza um concerto onde todos cantaram And so Sally can wait/ She knows it’s too late/ As we’re walking on by/ Her soul slides away/”But don’t look back in anger!”/ I heard you say. Um pavilhão meio cheio, com um concerto eficaz e que comoveu as centenas de fãs que esperavam Noel.
Gordon Matthew Thomas Sumner talvez possa parecer um nome pouco conhecido, mas se falarmos de Sting já nos entendemos. O cantor inglês de 63 anos foi compositor, vocalista e baixista dos The Police e vendeu, ao longo da sua carreira, mais de 100 milhões de discos e arrecadou qualquer coisa como 16 prémios Grammy. A sua carreira a solo começou em 1981. No palco do Meo Arena o cantor foi pontual e deu o melhor concerto do dia. Message in the bottle, Roxanne, Every little thing she does is magic, De doo doo doo de da da da, Every breath you take ou Walking on the moon foram êxitos dos Police que se ouviram. Desert Rose e a balada Fragile também fizeram parte das eleitas para este concerto. Uma plateia cheia, completa, para o mais esperado concerto da noite.
18 mil pessoas terão ontem passado pelo Parque das Nações, num festival renovado que é este SBSR. Ponto negativo: depois de Sting o recinto ficou com pouco gás, muita gente abandonou e o primeiro dia acabava, assim, com pouca energia e ainda cedo, perto das duas da manhã. Ponto positivo: as acessibilidades e a pontualidade dos concertos.
Hoje há mais concertos, com os Blur a liderar o dia. O JUP vai continuar por lá e vamos dar-vos conta das mudanças com esta renovação de espaço e ainda da exposição que relata 20 anos de SBSR.