Cultura
NO VERÃO, O PORTO REAPARECE AOS DOMINGOS
Relativamente perto do recinto, já se ante-ouvia as frequências graves de uma qualquer música electrónica. Elas magnetizavam pessoas, tanto da Foz Velha como da restante Marginal, para este jardim outrora esquecido. Juntando a isto a total ausência de lugares para estacionar, percebemos que este evento não passa despercebido à população portuense.
Na sua quarta edição, as Porto Sunday Sessions pretendem trazer música gratuita às tardes preguiçosas de Domingo, enquanto a temperatura pedir. Contudo, calculando o interesse da multidão pelo DJ set em detrimento dos mercados e da convivência, dir-se-ia que a motto da sessão passou para segundo plano.
Banquinhas de peças de artesanato variadas ladeavam a parte central do Passeio, ex-tremadas pelos chafariz e obeliscos de Nicolau Nasoni. Entre roupa e gadgets personali-zados e outras peças mais genéricas, destacou-se o posto preenchido por taças tibeta-nas. No redor, grupos de pessoas desenvolviam as conversas no chão, em piqueniques. Inúmeros cães passeavam-se com os seus donos e inúmeras crianças passeavam os seus gelados com os pais. Nas mãos das transeuntes, contrastavam-se cerveja, caipiri-nhas e bolas de berlim. O minigolfe da Foz, geralmente silencioso, estava cheio. Uma luz descontraída embebia todo este movimento, tapada pela sombra das palmeiras do jardim.
Quanto à música propriamente dita, os djs Alex FX e Ruuar, da curadoria da NeoPop, não fizeram mais do que encher o ar de energia sonora, com a sua electrónica claramen-te não apropriada ao evento. As suas batidas lineares e murchas foram recebidas por um pequena multidão defronte do coreto onde atuavam, e provaram que o som ao vivo não é necessário para esta iniciativa brilhar.
A segunda Porto Sunday Session foi uma tentativa vitoriosa de dinamizar este jardim be-lo mas subestimado. Mais uma iniciativa que acompanha o sussurrar vibrante que se re-verbera no Porto de 2015.