Cultura

INDIE(LÂNDIA) MUSIC FEST – PRIMEIRO DIA

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Contando apenas com três edições, o Indie é já talvez a maior celebração de música Portuguesa actual (daí me questionar: Porquê um nome em Inglês? Por que não “Rockalhadas do Catano”, simplesmente?). Na pacata terra de Baltar tudo pareceu, subitamente, possível; excepto as grades aguentarem com tanta loucura!

Decidi inovar um pouco e chegar uma vez na vida a horas, apesar de me ter enganado no caminho, tendo ido parar ligeiramente aos quintos mais velhos. Ao atinar, dei com um acampamento alegre, em que os gritos de guerra se mantinham por tempo considerável. Ele era “SIIIII!”, ele era “Oh Eeeeelsa!”, que eu julgava extincto desde a dinastia Ming… Nisto, os Moonshiners inauguraram às 20:01, atenção à pontualidade, o Palco Cisma, um dos dois que nesse dia estiveram operacionais. Ora, nada como começar com um Blues da velha guarda, e ao som do saxofone e da harmónica dançar um twist até escavar um buraco no chão – poeirento por sinal, um autêntico mata-asmáticos!

Coube ao conjunto Davide Lobão (ex- membro d’O Bisonte) abrir o Palco Portugal 3.0, com um concerto que para além do clássico “visceral” foram galardoados no meu caderninho com o apontamento: Dão-lhe bem! Foi, no entanto, com Bispo que começaram todos a ficar tolinhos, não fosse esta malta dos Capitão Fausto ter apadrinhado os primeiros mosh pits e crowd surfings – mesmo eu participei neles alegremente e encontrei nas cavalitas de um tipo aleatório um excelente sítio para fotografar – que se tornaram uma constante. Bem dizia a música: Piña colada es la madicíon! Em Eat Bear fez-se a apologia da anarquia – a luz foi abaixo, o guitarrista cheiinho juntou-se ao público, o senhor Victor, grande staff de não sei o quê ao certo, foi dançar para o palco, um careca pôs-se em cima das grades… Seguiram-se os Cave Story que vieram das Caldas da Rainha para pôr a vida dos fotógrafos em risco, de tanto espicaçarem o público com os ritmos agrestes produzidos pelo baixo. Pela 01:01 (com o pormenor dos minutos sempre a seduzir) foi tempo dos Plus Ultra aquecerem os nossos corações. Que dizer de uma banda que tem, em carne e osso, o Kinörm dos velhos Ornatos Violeta na bateria, o Fidel Castro, camaradas, na guitarra e um vocalista que parece pertencer ao Estado Islâmico (que passou um concerto inteiro a fazer coisas assustadoramente suspeitas e a mandar manguitos aos público, tendo, inclusive, atirado com cerveja para os meus olhos, o que de resto é sempre algo agradável)? Juro que não sei; porém prometo dormir sobre o assunto!

Para dar o dia por terminado, fiz o que sei melhor: ignorei os DJs e fui tentar dormir. Resta-me só referir que a premissa do campismo ser iluminado não é falsa… não – diria mais semi-falaciosa, pois um fiozinho estendido ali ao fundo com umas lâmpadas raquíticas mal dá para acertar com a pasta de dentes na escova.

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