Cultura

INDIE(LÂNDIA) MUSIC FEST – TERCEIRO DIA

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Há ainda muito cartucho por queimar! Por exemplo, o duelo de flashes que fiz com o meu colega Sérgio (o resultado da épica batalha consta nas fotografias do ambiente); acho que a cara de sofrimento dele ficou absolutamente preciosa. E eis que arrancou novamente a maratona musical, desta vez com os Dj’s d’Aldeia e um concerto surpresa do Rui Taipa, fora do recinto e com lotação limitada. Os Miss Titan trataram de abrir às 17:01 (apresento aqui as horas uma última vez para me despedir do minutinho sedutor) o Palco Cisma. Adivinhem quem se atrasou e portanto não esteve lá para testemunhar nenhum destes acontecimentos? Exactamente! Talvez seja uma altura conveniente para mudar de parágrafo.

Destacando-se com músicas como “O Meu Cão Fugiu” e uma solene ode ao orgasmo, os curiosos Adeus Júpiter animaram o palco da Antena 3, Portugal 3.0. De seguida tivemos o Portugal Fashion, no qual o guitarrista dos Sunflowers nos apresentou um vestido lindíssimo enquanto tocava umas selváticas malhas, ao compasso que a baterista ditava, com punho de ferro. Até trocaram de posto lá para o final do concerto; e continuaram a partir tudo. Neste dia coube aos Old Yellow Jack abrir o Palco #IMF, com um Rock Psicadélico extremamente amigo do pavilhão auditivo. Abriu-se-me subitamente o apetite e tive de ir de imediato jantar, de modo que com muita pena minha não pude estar presente na actuação dos The White Knights. A reter dessa refeição: o molho de tomate contido nas sardinhas enlatadas não passa de uma conspiração!

Thunder & Co foram uma excelente banda pós-refeição – com o estilo bem mexido e dançante ajudaram aos processos físico-químicos da digestão. Antes, porém, de mostrar ao Mundo os meus passos de dança, tive a oportunidade de assistir e participar, à entrada do campismo, no XIII Campeonato Internacional do Jogo da Sardinha, no qual eu e todos os outros concorrentes fomos dizimados pelo porreiríssimo mas implacável segurança (consultar os registos fotográficos). Regressando à música, aos Trovões e Companhia sucederam os Toulouse, malta dotada de uma sonoridade mais introspectiva, de óptima qualidade a meu a ver, que me vez pensar em complexas questões da vida, como: Que efeitos tem o molho de tomate na sardinha sabendo que este não tem qualquer sabor? Os Keep Razors Sharp fizeram jus ao nome e brindaram-nos com o um Rock um tanto agreste, perfeito para acordar aqueles que como eu sentiam nas pálpebras o peso de três dias de intensa alegria. Seguidamente vieram os Big Red Panda (live at Pompeii) para continuar o trabalho dos Amoladores de manter os festivaleiros bem quentinhos, e diga-se, também não eram meninos nenhuns! Foram, para mim, aliás, a maior surpresa do festival. O que não foi nada inesperado, era que o concerto dos Linda Martini fosse simplesmente brutal! Os maiores nomes de cartaz mandaram, como lhes competia, a casa abaixo, mesmo com alteração na banda – a baixista Cláudia Guerreiro foi substituída pelo Makoto Yagyu, colega de Hélio nos PAUS, que deu muito bem conta do recado. Antes de regressar ainda houve tempo para ouvir um pouco, e fotografar, os Stone Dead, sendo que depois o fiz com a devida atenção no D’Bandada, podendo afirmar seguramente que eles são do caraças e se transcendem particularmente ao vivo!

No discurso de despedida, Álvaro Costa, naquela pose de super-homem, lançou louvores à Indielândia, que havia descrito como o Twin Peaks das celebrações musicais (poupando-me ao trabalho de massacrar a cabeça para encontrar um slogan). Por mim, na despedida do festival onde tudo parece possível – postes de electricidade a arder, grades a ameaçarem os fotógrafos de morte, fazer slide por cima da multidão ao som de Linda Martini e com um poncho vestido, invasões ao palco, conhecer o senhor Victor… – acrescento apenas: Muito obrigado, e até para o ano! E eis que o bosque de Baltar volta a ficar profano, até regressarem os faunos (vulgo campistas com a barba mal feita) para lhe devolverem a magia e o estatuto de Bosque Encantado!…

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