Cultura

E TUDO O JAZZ LEVOU

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Coube à banda de Myles Sanko começar a festa, brindando o público com um Soul Jazz enérgico e bem-disposto, desprovido de pretensiosismos. A fortíssima presença em palco pôs a Casa da Música de pé, a agitar as ancas.

Apenas os insensíveis não se juntaram ao líder da banda  para trotear “Oh I need you, more than you know, more than you know!”. As letras “Who has a love in their life?”; “Who has a true friend?”; “Who has someone you can give all the money he needs?” perderam-se entre os clamores e o aplauso incessante do público.

Em poucos minutos de concerto o Domingo já estava ganho! Num rasgo de genuína simpatia, Myles Sanko acrescentou: Every place I go I try to make family; Now you are my primary target! Depois disso, o espetáculo prosseguiu, sem nunca perder a força ou deixar escapar a euforia do público.

Seguiram-se os Incognito, cujas raízes datam de 1979. O caos já estava semeado e, uma vez mais, a audiência cedeu à maroteira e saltou dos bancos para dançar (naquela que bem pode ser considerada a sala mais contida do país) ao som de um Soul vindo dos confins das cordas vocais mais sentimentais, apimentado por um Funk que curaria qualquer pé de chumbo.

Houve guitarrada da boa, com solos magníficos, enquanto baixo e percussionistas desafiavam a movimentos pélvicos. Os sopros e o teclado davam uma pinta imensa à sonoridade que massajava os tímpanos do público. Enfim, uma canseira! De entre os quatro sublimes vocalistas, foi-nos dito que a senhora que parecia vir dos Alpes da Suíça estava na verdade a substituir uma outra cantora, o que não a impediu de ter uma ventoinha só para ela, a fazer-lhe esvoaçar graciosamente os cabelos enquanto rasgava pano com os seus dotes vocais.

No final, todos foram convidados a subir ao palco. Após um discurso sobre a importância de acolher os refugiados, a mítica “One Love” surgiu em coro, num momento emocionante ideal, clichés à parte, para fechar a noite.

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