Cultura

KAP LARGA TUDO E SOBE À TONA

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Um público eclético na idade e feitio recheou o dito Armazém. Todo ele transpirava essa curiosidade de ver Kap, 4 anos depois do início que lhe trouxe o carinho de um pequeno círculo gaiense e 2 anos depois de ter lançado “Íman”, o seu hit, o seu farol para fãs de hip hop mais distantes. Alguns desses fãs estiveram no concerto, distantes. Num dos momentos mais inesperados do set, o rapper lançou uma a cappella inédita, onde diz “o rap que fazemos soa todo igual” e que “não faço rap, faço música”. Desde o início de “Do Nada Nasce Tudo” que se esboçou uma linha entre as crenças do músico e este hip hop, onde os actos não correspondem ao que se prega. É este o ponto de partida para a sua estética actual, renovada e mais consciente.

A primeira parte do concerto foi marcada por um som distorcido e por pequenas gaffes no flow, que de forma bonita foram desprezadas pelo público. Esquecemo-nos que o jovem rapper já dinamiza muitas pessoas com as suas letras e instrumentais. Foi sem dúvida um concerto apaixonado.

“Deitado é Infinito” e “Ninho pt.1” soaram doçura enquanto que “Um Sexto” fez abanar as paredes da sala. O grande momento ficou indiscutivelmente ao cargo d´”As Costas”. Um concentrado de intensidade, com mais de 100 pessoas a trautearam a melodia do refrão e poucas menos a debitar a letra. Kap deixa-nos com a certeza que faz sentido estarmos ali unidos pela sua música.

Denise e os posteriores DJs (Keso, dB, Gon) fecharam bem esta noite que foi de Kap, tanto pela sua prestação como pelo público.

“Do Nada Nasce Tudo”: Do nada nasce Kap, do nada nasce este groove e a confirmação que este rapaz tem muito por dizer na música portuguesa.

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