Cultura
AS NOVIDADES DO PALÁCIO DO BOLHÃO PARA 2016
Inaugurado no Dia Mundial do Teatro de 2015 (25 de março), o Palácio do Bolhão já recebeu mais de 14 mil espectadores nas várias apresentações deste ano.
Hoje, no Salão Nobre do edifício, foi apresentada a programação para o próximo ano baseada nos três pilares que já são conhecidos do público: a programação da companhia residente, o acolhimento artístico e o serviço educativo.
Se há 25 anos a preocupação da ACE Escola de Artes era a formação de profissionais artísticos, hoje, já uma instituição da cidade, a sua preocupação recai na formação do público. Por essa razão, o destaque é dado à leitura e interpretação de grandes clássicos ocidentais.
Em 2003, ano em que Bush invade o Iraque, o Teatro do Bolhão apresenta “A Resistível Ascensão de Arturo Ui”, de Bertolt Brecht, a história de um homem que preserva a paz fazendo a guerra. Neste ano, a escolha recai sobre o mesmo autor, mas com a peça “A vida de Galileu”, que trata o fanatismo religioso, temática inevitavelmente atual. A peça encontrar-se-á em cena de 11 de novembro a 4 de dezembro.
Ainda na programação da companhia residente surge “Sud Express (Cabaret Político e Francês), uma espécie de teatro musical alternativo a apresentar entre 12 de maio e 5 de junho. O texto de Zeferino Mota, dramaturgo residente, com encenação de João Paulo Costa, expõe-nos à importância da cultura francesa na afirmação de valores que consideramos inalienáveis: a liberdade de expressão e de costumes e os próprios Direitos Humanos.
“Inquietações” é uma coprodução com o Teatro Municipal do Porto Rivoli, com direção de Joana Providência, em que se pede para encarar a situação do limiar da pobreza e a dificuldade em se manter a dignidade quando tudo desaba em redor. Mais que uma simbiose entre teatro e dança, é uma meditação sobre a marginalidade, a exclusão e a precariedade.
Este ano é marcado por dois aniversários: o primeiro do Palácio do Bolhão e o vigésimo quinto da ACE Escola de Artes. Daqui nasce “VAGA – Mostra de Artes e Ideias”, a ser realizada entre abril e julho, onde vão ser mostrados vários trabalhos de ex-alunos da escola. A programação definitiva é apresentada em março de 2016, mas dá-se já o destaque ao espetáculo de abertura “Eu serei Shakespeare”, que evoca os 400 anos da morte daquele que é tido como o maior dramaturgo de sempre. A peça, um espetáculo laboratorial, combina vários segmentos de obras do dramaturgo britânico com textos de outros autores e pensadores sobre a vasta obra deste génio. Ainda nesta mostra é dado destaque ao trabalho da ex-aluna Micaela Miranda e ao seu “Freedom Theatre”, uma companhia/escola de teatro construída num campo de refugiados na Palestina.
O acolhimento artístico do Teatro do Bolhão incluirá, neste ano, o espetáculo “Verso”, de Helder Guimarães, portuense eleito por duas vezes como o melhor mágico do Mundo. O evento terá a sua estreia mundial no Auditório do Palácio do Bolhão.
Já o mês de Junho é a altura escolhida para a 39ª edição do FITEI – Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica.
Este ano, o serviço educativo é potenciado pela mudança de instalações para o Palácio do Bolhão, e passa a incluir, para além das formações contínuas em dança contemporânea, formação teatral e voz, a apresentação de textos do Plano Nacional de Leitura em escolas um pouco por todo o país e visitas dramatizadas ao edifício, que é património nacional.
No fim da apresentação do programa foi referida a criação do prémio ACE Escola de Artes, pelo Montepio Crédito, que pretende reconhecer o trabalho do melhor aluno em cada ano, assim como a melhor prova de aptidão profissional.
Para os interessados em noites poéticas, o bar do Teatro abrir-se-á à comunidade com o projeto “O Clube dos Leitores Vivos”, onde será lida, de 15 em 15 dias, poesia pelos alunos da Escola de Artes.