Cultura
CRÍTICA: BEAUTIFUL AFRICA

Em Beautiful Africa, Rokia Traoré presenteia-nos com uma bela melodia de raiz africana. Do Mali, chega-nos a batida de um tambor, despido, que se prolonga durante alguns segundos convidando-nos a mergulhar na graça rítmica e quente de Traoré.
Afastando-se das influências blues que caraterizam os trabalhos anteriores e afirmando que Beautiful Africa é um álbum rock, não podemos deixar de concluir que é um rock filtrado por um prisma africano. Ouvimos a forma como a sua guitarra se enrola com outras guitarras acompanhadas pelo som nítido e carregado de ritmos transversais e nuances cromáticas do n’goni.
Cantando essencialmente em Bambara, traduz tristeza e melancolia, referindo-se, por vezes, à violência que assombra o Mali. Na canção que dá título ao álbum, é com raiva que indaga com o riff mais poderoso, “Can guilt be the cause of these destructive quarrels?” e responde ”Conflict is no solution”, misturando a indignação com o amor sentido pelo continente Africano. Um álbum memorável.
