Cultura
Primavera Sound Porto 2023: um final em grande apesar dos problemas técnicos
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A expectativa sentia-se já à entrada do recinto, naquele que foi o último dia da 10ª edição do Primavera Sound Porto. O vestuário dos festivaleiros não deixava margem para dúvidas, as inúmeras camisolas de Blur e New Order deixavam claro quem eram os artistas mais aguardados.
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Fotografia: Inês Aleixo
O entusiasmo foi catapultado pelo sol que se manteve durante o dia e veio apagar as memórias da tempestade que assolou as datas anteriores. Apesar de já desvanecido, o mau tempo deixou marcas. A terra continuava enlameada e exalava um cheiro estranho que não passava despercebido a quem passava pelo palco principal, algo que não impediu a formação de um pequeno ajuntamento perto deste já com fãs dos cabeças de cartaz a reservarem lugar o mais à frente possível.
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Fotografia: Inês Aleixo
Iniciavam-se assim os concertos, com Unsafe Space Garden a juntar um modesto grupo de pessoas que ia aumentando consoante a atração pela música no palco Vodafone. A banda portuguesa apresentou-se com uma aparência inusitada, quase infantil, de caras pintadas e roupas coloridas. A própria atuação assumiu um caráter bastante próprio, com alternância entre português e inglês, e músicas que passavam por mais do que um género.
No palco ao lado faziam-se ouvir os Pup, uma banda canadiana de punk rock que conseguiu juntar um público animado, com o vocalista incitando-o a abrir mosh pit – “I hate authority just as much as you. This would be a great time to open the pitch.” – mas alertando para a necessidade de tomarem conta uns dos outros.
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
O dia prosseguiu com nomes como Isa Leen, Yard Act, Flowerovlove e Isarel Fernández y Diego del Morao divididos por entre os palcos do recinto, mas um dos concertos mais bem conseguidos de dia 10 aproximava-se.
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Fotografia: Inês Aleixo
Perto das oito da noite entrava no palco principal a banda americana Sparks, composta pelos irmãos septuagenários Ron Mael e Russell Mael. A pergunta “Porto, may we start?” foi o mote para a música do mesmo nome e para um espetáculo marcante. Quem não estava familiarizado com a banda rapidamente se deu por convencida com a animação do vocalista. O mesmo confessou que descobriu algo melhor que “latte”, em Portugal – o pingo -, e que a música que dá nome ao álbum “The Girl Is Crying In Her Latte” passara a chamar-se “The Girl Is Crying In Her Pingo”, arrancando risadas de uma audiência já vibrante
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
Passando por músicas como “Angst in My Pants”, “Nothing is as Good as They Say It Is”, “When Do I Get To Sing ‘My Way’ ” e “This Town Ain’t Big Enough for Both of Us”, os Sparks conquistaram a plateia e encheram o recinto do Primavera Sound, acabando o concerto a tirar uma foto com a mesma e com a esperança de um retorno em breve.
Julia Holter e Karate antecederam dois dos nomes mais ansiados do festival – Halsey e Yves Tumor –, que dividiram quem se deslocou até ao recinto nessa noite.
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
No palco Super Bock, Yves Tumor levou a cabo uma performance eletrizante e quase psicadélica que contou com muitos temas do álbum lançado este ano, “Praise a Lord Who Chews But Wich Does Not Consume; (Or Simply, Hot Between Worlds)”. A química entre o artista e os membros da banda era notória, embora deixasse a desejar por vezes na forma como interpretava certas músicas. O último concerto da tour do americano dava-se assim por terminada com muita euforia por parte dos fãs, após lhes serem atiradas as setlists, palhetas, água, e inclusive uma camisola usada por Yves Tumor no início do espetáculo.
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
Mais longe, no palco Porto, Halsey deleitou os fãs com os seus maiores êxitos e com muita representação do seu mais recente álbum “If I Can’t Have Love, I Want Power”. A cantora de “Graveyard”, “Eastside” e “Closer” mostrou-se bastante interativa, chegando a descer às grades durante “Without Me”. Servindo de porta para o muito que ainda estava por vir, Halsey assumiu que mal acabasse iria a “correr ver os New Order” e confessou que já tinha assistido a um concerto de Blur em Barcelona.
- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
New Order começaram, de facto, a atuar de seguida no palco Vodafone para um mar de gente que ocupava todo o espaço circundante do palco. Num espetáculo cheio de luzes e nostalgia, a banda de rock que nasceu dos Joy Division levou a cabo um concerto recheado de hits como “Age of Consent” e “Bizarre Love Triangle”. Nada fazia prever o que se verificou em seguida – durante a performance de “True Faith”, o som falhou. Após uma espera de breves minutos, retomou-se a atuação, ao que o som voltou a falhar. Durante a espera, desta vez mais longa, sentiu-se tensão por parte de uma banda claramente desagradada com o sucedido e de um público desanimado que já começava a dispersar-se para chegar a tempo dos Blur. De volta ao palco com as desculpas pedidas, New Order retomaram o alinhamento com “Blue Monday” e acabaram com o tão esperado cover de “Love Will Tear Us Apart”, de Joy Division.
- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
- Fotografia: Inês Aleixo
Com uns minutos de atraso, Blur chegaram para atuar para um público migrado de New Order que, mais uma vez, encheu por completo o recinto. A banda mostrou a já habitual energia juvenil enquanto tocava temas bem conhecidos ao ouvido de quem marcava presença no palco Porto. Com temas como “Beetlebum”, “Coffee & TV”, “Girls & Boys” e “Sound 2”, o concerto foi uma bonita viagem pela discografia dos britânicos. Um dos momentos mais bonitos surge com “Tender”, quando no final da atuação Damon Albarn retoma o tema em acústico com o acompanhamento da audiência nos vocais. O mais recente tema do novo álbum que ainda será lançado, “The Narcissist”, não ficou esquecido e o concerto deu-se por terminado com “The Universal”.
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Fotografia: Inês Aleixo
Já se sentia o festival a chegar ao fim, e com festivaleiros a abandonarem o evento, quando, no palco Plenitude, Drain Gang atraiu um público mais jovem para uma atuação energética e refrescante. Com muito ânimo, dança, e mosh pits, o grupo formado por Bladee, Ecco2k e Thaiboy Digital causou euforia na plateia. Músicas como “Western Union”, “The Flag is Raised”, “Reality Surf” e “Girls Just Wanna Have Fun” satisfizeram os fãs, que se mostraram inconformados quando o grupo se retirou do palco, dando por concluída a atuação, e ficaram a gritar em uníssono pelo tema “Side by Side” durante alguns minutos, pedido este que não foi atendido.
- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
A noite acabou com um dj set de Daphni no palco BITS, que se estendeu até às seis da manhã.
A 10ª edição do festival Primavera Sound Porto encerra assim. Após quatro dias recheados de grandes nomes e marcado por adversidades meteorológicas e problemas técnicos, o festival regressa em 2024, prolongando o seu legado.
- Fotografia: Inês Aleixo
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- Fotografia: Inês Aleixo
Artigo por Beatriz Magalhães
Conteúdo multimédia por Inês Aleixo
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