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RED BULL AIR RACE: MARTIN SONKA VENCE ETAPA NO PORTO DIANTE DE 600 MIL ESPECTADORES

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O última dia da etapa portuense da Red Bull Air Race começou bem cedo, pelas 9h30, com uma sessão aberta ao público. O dia avizinhava-se cinzento, com o nevoeiro a pairar sobre o aeroporto oficial da corrida, localizado no Queimódromo do Porto.

Entre fotografias e declarações, o relógio caminhava apressado para a hora das provas, pelo que a ausência de alguns pilotos e respetiva equipa foi notória. Quem marcou presença foi Kirby Chambliss, piloto norte-americano de 57 anos que liderava o campeonato antes da etapa portuense. Chambliss esteve à conversa com o JUP e falou sobre a paixão pela competição: “Sinto-me muito confortável no avião, por isso nunca fico nervoso antes das corridas, mas sim entusiasmado”, confessou. O piloto enalteceu também a vontade de vencer a etapa e alcançar assim três vitórias consecutivas, pela primeira vez na carreira, que teve início em 2003. Sobre o traçado, revelou que este é um dos mais fáceis: “Eu prefiro as pistas mais técnicas. Esta é muito rápida, mas não tão técnica”, afirmou. O norte-americano já tinha estado presente nas edições anteriores e reforçou o seu encanto pela Invicta, apontando a proximidade em relação ao público como um aspeto bastante positivo: “Há pessoas que me mostram fotografias tiradas comigo da última vez que aqui corri, quando ainda eram crianças, e agora cresceram!”, confessou com um sorriso rasgado.

O canadiano Pete McLeod também compareceu, depois de ter feito o melhor tempo na qualificação de sábado (dia 2) pela quarta vez consecutiva. Em declarações, mostrou-se confiante e afirmou que acredita estar a ter uma boa prestação: “Eu penso que estou a fazer tudo corretamente. Definitivamente estou a voar depressa o suficiente”. Confrontado com a ausência de vitórias nas provas, o canadiano de 33 anos confessou acreditar que, por vezes, “também é preciso ter sorte”. Sobre o ambiente entre as equipas, McLeod falou com entusiasmo: “Tirando as rivalidades em pista, muitos dos pilotos são amigos”.

Também Martin Sonka esteve no aeroporto oficial da corrida. Depois de ter feito o primeiro tempo no terceiro treino livre, a qualificação não correu tão bem ao piloto checo. Sonka confessou que “durante o primeiro voo da qualificação perdeu tempo nos loops”, mas ressalvou que “o segundo voo foi bom”, embora o último loop lhe tenha estragado a qualificação. Quanto ao objetivo, o checo revelou que “seria ganhar”, embora esse “fosse o objetivo de todos os pilotos”. Acima de tudo, Martin Sonka queria “evitar erros” que lhe custassem tempo.

O relógio marcava as 12h00 quando teve início a Challenger Cup, prova do escalão que foi concebido para ajudar futuros pilotos a aumentarem competências necessárias para ingressarem na Master Class. Kevin Coleman assegurou o primeiro lugar na competição, seguido de Florian Bergér, o alemão que dominou os treinos livres e a qualificação do dia anterior. A fechar o pódio, a primeira e única mulher da história da Red Bull Air Race, a francesa Mélanie Astles. A cerimónia de entrega de prémios teve lugar no palco situado no cais de Gaia, às 14h35.

À medida que o ponteiro caminhava para as 13h05, as margens do rio Douro iam registando um recorde de espectadores. Nos dois dias da competição, 850 mil pessoas rumaram ao Porto e a Gaia para vivenciar a energia da corrida. Por entre a multidão viveram-se momentos de verdadeira ansiedade, seguidos de gritos e exclamações de euforia como resposta à passagem das aeronaves. Vítor Ferreira tem 48 anos, é de Pombal e confessou ao JUP que a corrida lhe aguçou a curiosidade. Vítor afirma que este evento contribui para engrandecer a cidade e a “diversificação cultural” da mesma. “Pena é que tenham deixado de realizar a etapa durante tantos anos!”, confessou com um sorriso de entusiasmo.

Objetivos traçados, estratégia estudada e umas quantas doses de adrenalina ditavam a descolagem do primeiro piloto da Master Class. Os 13 pilotos do escalão desfilaram pelos céus da Invicta a uma velocidade estonteante, em busca de um tempo que garantisse o apuramento para a Round of Eight. Apenas Juan Velarde ficou em terra, devido a problemas na aterragem durante os treinos livres de sábado.

A Final Four foi disputada entre Kirby Chambliss, Martin Sonka, Pete McLeod e Matt Hall. Com a luta pelo campeonato ao rubro, os pilotos não pouparam o espetáculo. Chambliss, que liderava o campeonato, sofreu uma penalização de dois segundos e dissipou qualquer esperança de alcançar a terceira vitória consecutiva no campeonato. O norte-americano alcançou o quarto lugar, precedido por Matt Hall, australiano que fechou o pódio. Em segundo lugar, o canadiano Pete McLeod, piloto que liderou os treinos livres de sexta-feira (dia 1) e fez o melhor tempo na qualificação de sábado (dia 2).

A celebração dos vencedores fez as delícias do público que se encontrava do lado de Gaia. O terceiro classificado, Matt Hall, recebeu o prémio das mãos de Eduardo Vítor Rodrigues, Presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia. O prémio do segundo lugar foi entregue pelo Presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, ao canadiano Pete McLeod. Já Martin Sonka, o vencedor, recebeu o prémio pelo Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral. Aberto o champanhe, Hall e McLeod fizeram questão de banhar o campeão da etapa, Martin Sonka.

O última dia da Red Bull Air Race terminou com uma conferência de imprensa na qual estiveram presentes os três primeiros lugares Master, assim como o vencedor do escalão Challenger. Em declarações ao JUP, Sonka confessou que a estratégia da equipa é “planeada corrida a corrida”. O piloto checo garantiu sentir-se “muito satisfeito” com a vitória, apesar de ter apenas uma semana para se preparar para a próxima etapa. Já o segundo lugar dos Master, Pete McLeod, afirmou ter-se sentido “desapontado” quando viu o tempo do adversário checo, apesar de estar contente com o seu próprio resultado.

A etapa portuense do Red Bull Air Race World Championship terminou, mas a competição regressa para a semana, nos dias 16 e 17 de setembro, em Lausitzring, Alemanha. Feitas as contas do campeonato, Kirby Chambliss perde a liderança e passa a ocupar o terceiro lugar, com 47 pontos. Pete McLeod sobe para segundo lugar e ultrapassa Chambliss por três pontos. A liderar a tabela, o checo Martin Sonka, vencedor da etapa portuguesa, que passa a somar 54 pontos.

Classificação da Etapa:

Challenger:

1.º Kevin Coleman 01:19.019

2.º Florian Bergér 01:19.196

3.º Mélanie Astles 01:19.756

4.º Daniel Genevey 01:20.014

5.º Ben Murphy 01:21.322

6.º Kenny Chiang 01:21.762

 

Master:

Ronda de 14:

Mikaël Brageot VITÓRIA
VS
Michael Goulian DERROTA


Petr Kopfstein VITÓRIA
VS
Nicolas Ivanoff DERROTA


Matt Hall VITÓRIA
VS
Matthias Dolderer DERROTA


Yoshihide Muroya VITÓRIA
VS
Peter Podlunsek DERROTA


Martin Sonka VITÓRIA
VS
François Le Vot DERROTA


Kirby Chambliss VITÓRIA
VS
Juan Velarde DERROTA


Pete McLeod VITÓRIA
VS
Cristian Bolton DERROTA

 

 

Ronda de 8:

Martin Sonka VITÓRIA
VS
Yoshihide Muroya DERROTA


Kirby Chambliss VITÓRIA
VS
Petr Kopfstein DERROTA


Pete McLeod VITÓRIA
VS
Matthias Dolderer DERROTA

 

Matt Hall VITÓRIA
VS
Mikaël Brageot DERROTA

 

Final 4:

1.º Martin Sonka 1:07.229

2.º Pete McLeod 1:07.342

3.º Matt Hall 1:08.508

4.º Kirby Chambliss 1:09.141

 

Ranking:

Challenger:

1.º  Florian Bergér 36 PONTOS

2.º  Kevin Coleman 26 PTS

3.º  Daniel Ryfa 24 PTS

4.º  Luke Czepiela 24 PTS

5.º  Mélanie Astles 18 PTS

6.º  Baptiste Vignes 14 PTS

7.º  Ben Murphy 14 PTS

8.º  Kenny Chiang 12 PTS

9.º  Daniel Genevey 12 PTS

 

Masters:

1.º  Martin Sonka 54 PONTOS

2.º  Pete McLeod 50 PTS

3.º  Kirby Chambliss 47 PTS

4.º  Yoshihide Muroya 44 PTS

5.º  Petr Kopfstein 34 PTS

6.º  Matthias Dolderer 27 PTS

7.º  Matt Hall 25 PTS

8.º  Michael Goulian 24 PTS

9.º  Juan Velarde 21 PTS

10.º Mikaël Brageot 15 PTS

11.º Peter Podlunsek 14 PTS

12.º Nicolas Ivanoff 14 PTS

13.º François Le Vot 8 PTS

14.º Cristian Bolton 7 PTS

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