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Desporto

Andebol: Portugal carimba passaporte Olímpico para Tóquio

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Após a derrota frente à Croácia, Portugal estava obrigado a ganhar à França para conseguir o apuramento para os Jogos Olímpicos. Por sua vez, a formação francesa já se encontrava praticamente qualificada para a competição – só uma derrota por mais de seis golos a afastaria. Após a eliminação dos lusos no Mundial frente aos gauleses, avizinhava-se um jogo difícil para os portugueses. 

Um arranque arriscado

Os primeiros minutos de jogo foram marcados pela entrada menos positiva da seleção das “quinas”. A França aproveitou o mau momento dos “heróis do mar” e acabou por assumir o jogo nos primeiros instantes. A superioridade francesa demonstrou-se através da eficácia no ataque, a criar situações de perigo e a aproveitar os erros portugueses. Graças a esta entrada tremida de Portugal no encontro, a seleção da casa chegou a uma vantagem de seis golos.

Depois de uns primeiros 15 minutos sob pressão, os comandados por Paulo Jorge Pereira, selecionador português, melhoraram no ataque e, até aos últimos minutos da primeira parte, com uma sólida capacidade defensiva, não permitiram que os gauleses continuassem a aumentar a vantagem e recuperaram no marcador. Os lusos reduziram até à margem mínima de 12-13, resultado com que seguiram para intervalo.

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A segunda parte do jogo permitiu a Portugal sonhar com a qualificação. A formação “lusitana”, desta vez, abriu o marcador e manteve a eficácia no ataque, num início muito equilibrado entre as seleções. Mas foi aos 39 minutos que, pela primeira vez na partida, a seleção portuguesa esteve na frente do marcador. Após excelente defesa de Gustavo Capdeville, guardião português, Portugal construiu um ataque sólido e seguro que deu origem à reviravolta no marcador. “Das alturas”, André Gomes marcou e foi o responsável pela vantagem, ainda que pela margem mínima. 

Num segundo tempo em que, até ao fim, existiu uma grande consistência de ambas as seleções, houve ainda grande destaque para os respetivos guarda-redes. A cinco minutos, a França construiu uma vantagem de três golos que não foi capaz de segurar. A 15 segundos do fim, o português Rui Silva, num contra-ataque, marcou o golo que garantiu o objetivo dos portugueses e estabeleceu o  resultado final em  29-28. Nos últimos instantes, a seleção gaulesa ainda voltou a introduziu a bola na baliza nacional, mas nesse momento o tempo regulamentar do jogo já tinha terminado. Desta forma, o golo não foi validado e Portugal carimbou passagem aos Jogos Olímpicos de Tóquio. 

No final do jogo, o selecionador português, Paulo Jorge Pereira, fez referência às dificuldades com que se depararam e não deixou escapar a memória do guarda-redes Alfredo Quintana neste apuramento. “Não conseguimos isto sozinhos, desde que chegámos aqui, quero agradecer ao Alfredo Quintana e a estes jogadores que são enormes guerreiros, se não tivesse estes atletas era impossível.”, afirmou. Miguel Laranjeiro, Presidente da Federação de Andebol de Portugal, mostrou-se bastante satisfeito com a conquista. “Hoje, o andebol português provou que é capaz de estar nos Jogos Olímpicos”, destacou.

Com este resultado, ambas as seleções seguem em frente para a capital japonesa. Do lado português, este foi um feito histórico e com um sabor agridoce, uma vez que estes foram os primeiros jogos com a ausência do guardião luso-cubano, Alfredo Quintana. 

Artigo da autoria de Beatriz Faria

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