U.Porto faz balanço positivo do CNU de Atletismo em Pista Coberta

Três meses depois da última competição universitária, os Campeonatos Nacionais Universitários (CNU) regressaram no dia 6 de março. A Universidade do Porto (U.Porto) foi a instituição mais medalhada do evento, com um total de 10 medalhas. O primeiro lugar conquistado garantiu o 12º título consecutivo no CNU de Atletismo em Pista Coberta.

Um dos principais destaques da competição foi Catarina Queirós, estudante de mestrado de Engenharia Geográfica na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP). A atleta portuense conquistou duas medalhas de ouro na modalidade de triplo salto e 60 metros barreiras e estabeleceu novos recordes nacionais universitários nas respetivas provas. Em declarações ao Jornal Universitário do Porto (JUP), a estudante da U.Porto mostrou-se bastante feliz pelos feitos alcançados, uma vez que foi a primeira vez que bateu um recorde nacional.

Quando questionada sobre o regresso à competição, Catarina revelou ter sido uma experiência diferente em relação a outros anos. A ausência do público foi a principal diferença notada que, para a atual representante da ACD Jardim da Serra, trouxe vantagens e desvantagens. “Por um lado, temos menos pressão porque não temos público, mas por outro também nos faltavam as palmas motivacionais”, acrescentou.

As medidas impostas pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no desporto alteraram as rotinas de treino dos atletas, bem como o funcionamento das competições, e “o desporto universitário não foi exceção”. De acordo com as palavras de Bruno Almeida, diretor do Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP), estas medidas “têm levado a que a recalendarização/cancelamento das provas universitárias seja uma constante, o que não permite um planeamento uniforme das participações nestas provas”. 

Para Catarina e a sua comitiva, os treinos eram, inicialmente, feitos a partir de casa, no entanto, e após aprovação da Federação, os atletas de alto rendimento foram autorizados a retomar os treinos nos seus trâmites habituais. Ainda assim, a atleta portuense revelou que as sessões de treino foram reduzidas a três elementos, com a presença do seu treinador e um colega de equipa. Apesar  de todas as restrições,  “mantivemos o treino que fazíamos antes da pandemia”, reforçou a atleta.

Cientes desta nova realidade, o número de representantes da Universidade do Porto também teve de ser reduzido, de modo a salvaguardar a segurança de todos os envolvidos. Assim, o diretor da instituição desportiva revelou que foram privilegiados os estudantes que conseguiram manter uma regularidade da prática desportiva, durante este período pandémico, bem como aqueles que participaram em provas oficiais da Federação Portuguesa de Atletismo.

Na altura de revelar o fator chave para o sucesso da U.Porto nas competições universitárias, Bruno Almeida afirmou que “são as pessoas”. Desde os estudantes aos staff da instituição, o diretor considera que são estes que permitem “à U.Porto ser líder no desporto universitário nos últimos dez anos”. 

Para Catarina, o seu sucesso é resultado de muito treino acompanhado pela boa forma física. A atleta destacou também que este é um dos primeiros anos em que não sofreu qualquer lesão, o que ajudou ao seu sucesso desportivo. 

Com os olhos colocados no futuro, a jovem de 23 anos já pensa na próxima competição em que pretende participar: as Universíadas que vão decorrer de 18 a 29 de agosto, em Chengdu, na China. A atleta afirmou que, antes disso acontecer, é necessário “fazer uma marca interessante”, mas demonstrou-se ambiciosa em relação ao evento. “Estou-me a preparar para fazer uma boa marca, tentar uma final e um pódio”, explicou.

A prestação da U.Porto neste Campeonato Nacional Universitário de Atletismo em Pista Coberta foi avaliada por Catarina Queirós e Bruno Almeida como excelente. A próxima competição universitária já está agendada e vai realizar-se no dia 25 de abril, em Montemor-o-Velho, na modalidade de Canoagem.

Artigo da autoria de Francisca Santos