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ÉPOCA 2014/2015: TRUNFOS E CANDIDATOS

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Carlos Martins

Os três “grandes” partem para a nova época futebolística com legítimas aspirações de conquistar o Campeonato Nacional, que continua a ser o grande objetivo e o troféu mais apetecido.

O Benfica procurará sagrar-se bicampeão, um feito que lhe escapa há 30 anos, desde as épocas de 1982 a 1984, na altura com o treinador sueco Sven-Göran Eriksson. Jorge Jesus, que está já na sua 6ª temporada na Luz, vai tentar revalidar o título, mesmo com um plantel que perdeu vários elementos de qualidade (Garay, Oblak, Siqueira, Rodrigo, Markovic, André Gomes, Cardozo) e ainda carece de reforços. Apesar disso, os benfiquistas estão esperançosos que Jesus, com a sua experiência, seja capaz de formar uma equipa competitiva. Embora a pré-época tenha sido desastrada, o Benfica ganhou o primeiro jogo oficial, que lhe valeu a conquista da Supertaça.

Quanto ao Sporting, depois de uma época positiva em que o 2º lugar lhe garantiu a qualificação direta para a Liga dos Campeões, inicia a temporada de 2014/15 com objetivos mais ambiciosos. Os responsáveis do clube já assumiram publicamente querer fazer melhor do que na época passada, pelo que o novo treinador, Marco Silva (com um discurso mais cauteloso e realista do que Bruno de Carvalho), tentará dar aos sportinguistas a alegria pela conquista de um troféu que escapa aos leões desde 2001/02. Convém, no entanto, lembrar que o Sporting terá uma época mais exigente do que a última em número de jogos, visto que no ano passado não participou nas competições europeias.

Já o FC Porto, depois de uma época para esquecer (apenas conquistou a Supertaça e praticou mau futebol), tentará entrar em 2014/15 com o firme objetivo de devolver a confiança aos adeptos, fazendo-os acreditar que a equipa vai voltar às vitórias e que a hegemonia portista dos últimos 30 anos é para continuar. O espanhol Julen Lopetegui foi o escolhido para comandar as tropas e, a bem dizer, não se pode queixar da equipa que lhe puseram à disposição, pois teve os reforços que pretendia (muitos deles espanhóis ou provenientes de “La Liga”). Com tanta qualidade à disposição (Tello, Adrián López, Brahimi, Casemiro, Óliver Torres, Martins Indi, etc), Lopetegui não tem margem de erro, nem desculpas no caso de falhar os objetivos. Por isso mesmo, e tendo em conta a valia e o potencial do plantel, o FC Porto é, em minha opinião, o grande favorito a vencer o Campeonato.

De qualquer forma, o mercado de transferências só encerra a 31 de agosto, pelo que qualquer saída de um dos titulares indiscutíveis que não seja devidamente colmatada pode deixar marcas para o resto da época. Entre os jogadores mais requisitados por clubes estrangeiros estão os benfiquistas Enzo Pérez e Gaitán, os sportinguistas Rojo e Slimani, e o portista Jackson Martínez.

Em Espanha, o Atlético de Madrid terá grandes dificuldades em revalidar o título de campeão, apesar da capacidade de Diego Simeone para formar equipas competitivas, praticando um futebol mais aguerrido do que talentoso. De qualquer forma, a concorrência está mais forte e o 1º lugar de “La Liga” deverá ser novamente uma disputa a dois, entre os super-poderosos Real Madrid (com os reforços James Rodríguez e Toni Kroos) e Barcelona (com Rakitic e o irreverente Luis Suárez).

Na Premier League, os favoritos são os suspeitos do costume: o campeão Manchester City terá a concorrência do rival Manchester United, para além dos sempre candidatos Chelsea, Liverpool e Arsenal (que começou a época a vencer em grande estilo a Supertaça inglesa, derrotando os citizens). É sempre difícil fazer previsões num campeonato tão competitivo como é o inglês, mas, na minha opinião, os dois clubes de Manchester são os que reúnem maior dose de favoritismo: o City que, se já tinha um plantel forte, ainda se reforçou com os portistas Mangala e Fernando, para além de Lampard; e o United, que, depois de uma época desastrada (ficou órfão de Alex Ferguson) em que não foi além do 7º lugar e falhou o acesso às provas europeias, contratou este ano o experiente treinador Van Gaal para tentar recolocar o clube no trilho das vitórias.

Em França, o campeão PSG, que gastou 50 milhões de euros na contratação de David Luiz, mantém intacta a maior dose de favoritismo. Quanto ao Mónaco, clube agora treinado pelo português Leonardo Jardim, perdeu a sua maior estrela, James Rodríguez (melhor marcador do Mundial do Brasil), para o Real Madrid. Os monegascos têm, para além do treinador, mais três portugueses no plantel: João Moutinho, Ricardo Carvalho e o reforço Bernardo Silva (ex-Benfica).

Na Alemanha, o Bayern de Munique não deve, a nível interno, dar grandes hipóteses à concorrência e será com naturalidade que alcançará o tri-campeonato. Pep Guardiola vai tentar esta época juntar a vitória na Bundesliga à conquista da Liga dos Campeões. Veremos se é capaz, mas a equipa que comanda (que é a base da Seleção alemã, atual campeã do mundo) reforçou-se com o avançado Lewandowski (à custa do rival Dortmund), mas perdeu Toni Kroos para os merengues.

Na Série A, a Juventus, atual tri-campeã italiana, tentará chegar ao “tetra”, apesar da forte concorrência da Roma. Quanto aos rivais Milan e Inter, tentarão este ano intrometer-se na luta pelo título, depois de na época passada terem ficado muito abaixo das expectativas (o Inter em 5º e o Milan em 8º).

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2 Comments

  1. David Guimarães

    20/08/2014 at 15:18

    Amigo Carlos,
    Mais um bom artigo! Discordo apenas que o James seja a principal estrela do Monaco. Acho mais influente Falcao e até Moutinho. James é um excelente jogador de facto. Embora no Mundial tenha jogado a um nível elevadíssimo, penso que não o conseguirá manter no Real Madrid. No seu novo clube não vai jogar a médio ofensivo, onde rende mais e por esse facto, terá mais dificuldade. Julgo que foi uma compra precipitada pelos valores envolvidos. A ver vamos…
    Um grande abraço.

    • Carlos Martins

      21/08/2014 at 01:56

      Obrigado pelo comentário, amigo David.

      Sim, concordo que o James ainda não está ao nível do Falcao, sobretudo porque lhe falta alguma regularidade exibicional. Precisa de ser mais constante e eficaz. O fantástico Mundial que fez garantiu-lhe a transferência para Madrid, onde agora sentirá mais pressão. Vamos ver como reage…

      Quanto ao Moutinho, depois de uma época muito abaixo das expectativas, penso que este ano poderá voltar a ser o Moutinho dos bons velhos tempos…

      Grande abraço!

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