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Desporto

Carlos Nascimento: “O Desporto Universitário potenciou a minha presença em competições internacionais”

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Com 26 anos e vários títulos arrecadados, Carlos Nascimento já tem um nome bastante vincado no atletismo em Portugal. 

A par da carreira de velocista, o atleta, natural de Matosinhos, iniciou a Licenciatura em Ciências do Desporto da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP) no ano de 2018. Apesar de ter deixado o curso para segundo plano, Carlos participou e ajudou a Universidade do Porto (U.Porto) nas provas universitárias. 

Para além de uma medalha de ouro nos 200 metros nos Campeonatos Nacionais Universitários (CNU), o portuense alcançou também o oitavo lugar na prova de 100 metros nas Universíadas. Para o velocista, as Universíadas “são um momento importante para os atletas de alto rendimento”. Esta competição, segundo o próprio, é mais uma oportunidade para conquistar um título importante ou para representar a Seleção Nacional a nível internacional. 

Eu conheço atletas que conseguiram estar presentes nas Universíadas e foi das poucas oportunidades que tiveram de estar na Seleção. Isso é muito positivo. É importante saber que podemos representar o país também por essa via”, explicou. 

No entanto, e apesar de gostar do ambiente vivido no Desporto Universitário e de ajudar a U.Porto, Carlos salientou que as provas nacionais universitárias não são uma prioridade. O portuense vê os CNU como “uma prova de preparação para o resto da época”, que descreve igualmente como um “momento de diversão”. 

Além do mais, o atleta referiu que as competições universitárias estão, por norma, em desacordo com o seu calendário competitivo. “Estes últimos Campeonatos Nacionais de Atletismo de Pista Coberta estavam completamente deslocados, aliás eu estava no Europeu”, exemplificou. 

Nesse Europeu, Carlos Nascimento fez a segunda melhor marca de sempre ao serviço de Portugal. Foi a 6 de março, nos Campeonatos da Europa de Atletismo em Pista Coberta, que o português conquistou o quinto lugar numa competição em que sabia “que era possível chegar à final”. A somar a este feito, o estudante de Desporto bateu o seu recorde pessoal, que está agora fixado em 6,62s, na prova de 60 metros. 

Em declarações ao Jornal Universitário do Porto, o velocista considerou que o seu principal objetivo era chegar à final. Apesar do feito histórico, Carlos salientou que “estar no Campeonato da Europa, ainda por cima nesta situação que estamos todos a viver, muito complicada, já foi uma grande conquista”. 

Quando questionado sobre as lesões que complicaram o seu desenvolvimento enquanto atleta, o portuense referiu que esses percalços surgiram quando era mais novo e “não tinha tantos cuidados, não tinha tantas preocupações, com o meu físico, com o descanso e com a recuperação”. 

O atual velocista do Sporting Clube de Portugal (Sporting CP) mostrou-se feliz por não ter qualquer lesão há mais de quatro anos, mas salientou que para isso foi necessário mudar o “chip” e “perceber que, se queria ser atleta profissional, se queria estar na alta competição, tinha de estar ao meu melhor nível”.

Para o futuro, o desportista destacou que um dos objetivos primários é estar nos Jogos Olímpicos de 2020, adiados para 2021 e que se vão realizar em Tóquio, motivo pelo qual teve de deixar os estudos para segundo plano. Com uma visão otimista, Carlos sublinhou, à data da entrevista, em março, que “está tudo bem encaminhado para que isso aconteça”. 

Artigo da autoria de Francisca Santos