Futsal: Portugal bate Espanha e está nas meias-finais do Mundial

Depois do triunfo luso frente à Sérvia, que permitiu a passagem portuguesa aos quartos de final do Mundial, Portugal encontrou-se frente a frente com a seleção espanhola, Campeã do Mundo em 2000 e 2004. 

Oportunidades não desbloquearam o marcador

Logo nos primeiros 15 segundos de jogo, Portugal causou perigo na área espanhola depois de um remate de Bruno Coelho, que fez “tremer” Jesús Herrero, guarda-redes da Espanha. No entanto, não tardou a que Portugal sofresse o primeiro susto, no segundo minuto da partida, depois de um remate de Adri Martínez que quase tirou “tinta” ao poste da baliza de Bebé, guarda-redes português.

A “seleção das quinas” manteve-se fiel à sua tática de jogo, apostou numa defesa mais organizada e numa maior pressão na saída de bola da Espanha. Foi neste seguimento que surgiram as melhores oportunidades para Portugal abrir o marcador. Destaque para o minuto dez da partida onde João Matos quase marcou, depois de assistido por Ricardinho, mas o remate saiu desviado.

Numa primeira parte marcada pelo somatório de faltas de ambas as equipas, Jorge Braz, selecionador português, pediu à equipa que se adaptasse ao momento do jogo e que reduzisse o número de ações faltosas sobre o adversário.

Para além de inúmeras faltas, de salientar o nulo no marcador apesar dos vários contra-ataques perigosos de ambas as seleções. O destaque deste primeiro tempo vai para o guardião espanhol, que defendeu todas as investidas portuguesas e livrou a sua seleção de um possível autogolo do seu compatriota Borja, depois de uma investida de Miguel Ângelo.

“Remontada” portuguesa

Se a primeira parte ficou marcada pelos vários avisos da seleção espanhola, a segunda parte trouxe uma Espanha mais forte e o pior período de Portugal. Em cima do primeiro minuto, os espanhóis fizeram o primeiro golo da partida na sequência de um chapéu de Adolfo Fernández a Bebé, após uma bola alta vinda dos pés do espanhol Carlos Ortiz.

Portugal não teve tempo de recuperar do primeiro golo e, quase de imediato, os espanhóis conseguiram aproveitar uma distração portuguesa e aumentar a vantagem no marcador. 2-0 assinalado para a Espanha.

No decorrer do minuto 27, o guardião espanhol protagonizou uma grande defesa, negou o golo a Miguel Ângelo e a Zicky Té na recarga. À entrada dos dez minutos finais do tempo regulamentar, Ricardinho passou atrasado para André Coelho, que apareceu na passada e rematou para o 2-1. O golo ainda foi analisado pela equipa de arbitragem, por uma possível falta de Ricardinho sobre Adolfo, mas foi validado.

A seleção comandada por Jorge Braz mostrou sede de vitória e não tardou muito até que o empate surgisse. Ao minuto 36, numa jogada entre Afonso Jesus e Miguel Ângelo com finalização de Zicky, o empate chegou. Os lusos passaram por vários calafrios, mas o jogo acabou por ser decidido no prolongamento.

Portugal sofreu, mas confirmou a passagem

À semelhança do último encontro, Portugal teve de ir a prolongamento para decidir o vencedor do encontro e, por consequência, a seleção que passaria à fase seguinte. Foi ao minuto três que, após um remate de Pany Varela, José Antonio Raya cortou para a própria baliza, dando a vantagem a Portugal.

O duelo ibérico já ia longo, quando os portugueses aumentaram a vantagem na sequência de uma recuperação de bola de Pany. O jogador aproveitou a baliza deserta da Espanha e rematou para o 4-2, numa jogada que assegurou o conforto português no marcador, a apenas três minutos do final da partida.

A vitória portuguesa coloca assim a seleção de Jorge Braz nas meias-finais do Mundial, onde Portugal vai tentar chegar, pela primeira vez, à final, depois das meias-finais de 2000 e 2016.

Em declarações, Jorge Braz afirmou que foi um jogo onde a equipa mostrou “desde o início, uma ambição gigantesca para vencer”. “Ainda não ganhamos nada. Passamos etapas que queríamos passar para o objetivo que temos”, salientou o treinador que reforçou que esta vitória ainda não é motivo de festa, apenas de orgulho pelos obstáculos já alcançados.

Zicky, autor do golo do empate na segunda parte do encontro, referiu que tem sido um campeonato muito emocionante e que “o sentimento que fica é de felicidade tremenda”. Quanto à passagem às “meias” e a luta para chegar à final, Zicky afirmou que “agora temos de pensar passo a passo, temos objetivos definidos e temos de cumpri-los”. 

O próximo adversário de Portugal é o Cazaquistão, num encontro que vai decidir quem passa à final do Mundial, que está marcado para quinta-feira, pelas 18:00h. 

Artigo da autoria de Catarina Leite