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FC PORTO EM MODO “CHAMPIONS”

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O FC Porto fez o que lhe competia. Eliminou o Lille e, com isso, atingiu o primeiro grande objetivo da época: passar à fase de grupos da Liga dos Campeões.

Para além das vantagens do ponto de vista desportivo, esta qualificação para a prova milionária também garante importantes benefícios financeiros. Só com o apuramento para a Champions, o FC Porto lucrou um total de 10,7 milhões de euros (2,1 milhões no play-off e 8,6 milhões por chegar à fase de grupos). Para além disso, os dragões registaram ainda um feito notável: igualaram clubes como o Real Madrid, o Manchester United e o Barcelona no número record de presenças (19) na Liga dos Campeões.

A vitória dos portistas por 2-0 sobre o Lille, neste segundo jogo, foi inteiramente justa. A eliminatória nunca chegou a estar em risco, sobretudo depois de o FC Porto ter conseguido vencer o encontro da primeira mão, em França. Os dragões confirmaram em campo que possuem melhor equipa e melhores valores individuais do que o conjunto francês.

Depois de uma primeira parte em que foi superior ao adversário mas não conseguiu marcar, os dragões iniciaram o segundo tempo com vontade de resolver rapidamente a eliminatória a seu favor. E assim foi: logo aos 4 minutos, Brahimi executou de forma exemplar um livre direto, marcando um golão. Vinte minutos mais tarde, o franco-argelino assistiu Jackson Martínez para o 2-0. A nação portista pôde então respirar de alívio, pois já não restavam dúvidas: o FC Porto estava mesmo na fase de grupos da Champions.

O “mago” Brahimi foi, claramente, o melhor em campo. Teve um papel decisivo nos dois lances-chave da partida (um golo e uma assistência para golo) e ainda espalhou classe pelo relvado do Dragão, servindo-se da sua técnica aprimorada. Vendo Brahimi jogar, fica-se com a sensação de que é realmente um jogador acima da média, pois tem muito “futebol” nos pés. O jogador contratado ao Granada foi, na minha opinião, o melhor reforço dos dragões esta época.

No processo defensivo, a equipa do FC Porto exerceu pressão alta sobre o adversário durante todo o encontro, com o objectivo de recuperar rapidamente a bola. Claro que isso só é possível se os jogadores tiverem uma preparação física que lhes permita manter a intensidade de jogo e de pressão sobre o adversário, durante os 90 minutos.

Ao eliminar o Lille, o FC Porto manteve o seu estatuto de cabeça-de-série no sorteio da fase de grupos da Liga dos Campeões. O sorteio ditou como adversários dos dragões os bascos do Atlético de Bilbau e, ainda, duas equipas de leste: os ucranianos do Shakhtar Donetsk e os bielorrussos do BATE Borisov. Apesar de serem adversários de respeito, estão, claramente, ao alcance do FC Porto, que irá tentar aquilo que não conseguiu na época passada: apurar-se para os oitavos-de-final da prova milionária. Os dragões são, em teoria, mais fortes do que as outras três equipas do grupo H, mas terão que demonstrá-lo dentro do campo. É bom lembrar que está muita coisa em jogo: o prestígio do clube e, claro, os prémios monetários por cada ponto alcançado, sempre importantes para o equilíbrio financeiro da SAD…

Este FC Porto de Lopetegui começa, aos poucos, a mostrar um estilo e uma identidade próprias. O treinador espanhol privilegia um futebol de “posse” e circulação de bola, trocas posicionais, intensidade de jogo, pressão alta.

Quanto aos adeptos, esperam, naturalmente, ver um FC Porto a “jogar à FC Porto”. É isso que, em última instância, vão exigir à equipa e aos jogadores: aquele espírito de conquista e vontade de vencer que sempre caracterizaram o FC Porto.

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2 Comments

  1. David Guimarães

    01/09/2014 at 20:02

    Amigo Carlos,

    Mais um bom artigo!!!

    Duas questões para debate? Brahimi, indiscutivelmente o melhor em campo no jogo da pré eliminatória, julgo que joga melhor no centro do terreno, como médio ofensivo. Como se viu, aliás, nos espaços onde marcou e assistiu. O que te parece? Já agora o que entendes por jogar à Porto? Apenas um estado de espírito e uma atitude guerreira ou também a explanação de um estilo técnico-táctico próprio?

    Um abraço

  2. Carlos Martins

    02/09/2014 at 01:13

    Obrigado, David, pelo comentário.

    “Jogar à FC Porto” é jogar com garra, determinação, ambição, disputando cada lance como se fosse o último lance de uma carreira desportiva… “Jogar à FC Porto” é, como digo no fim do artigo, jogar com “aquele espírito de conquista e vontade de vencer que sempre caracterizaram o FC Porto”…

    Ou seja, não tem a ver com o estilo técnico-táctico utilizado pelo treinador, porque ao logo das últimas décadas o clube teve vários jogadores “à FC Porto” (Pinga, Hernâni, Monteiro da Costa, Pavão, Rodolfo, João Pinto, Jorge Costa, etc.) que jogavam em estilos técnico-tácticos diferentes…

    Quanto ao Brahimi, penso que pode fazer com igual eficácia as duas posições: médio-centro ou (falso) extremo, à esquerda ou à direita… É um jogador que gosta de conduzir a bola pelo relvado, passeando a sua classe… Para além disso, tem um drible fantástico e raramente perde a bola no um contra um… No ano passado, por exemplo, foi o jogador da Liga espanhola que mais vezes driblou os adversários (à frente de um tal de Messi…).

    Grande abraço!

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