Desporto
Basquetebol: SL Benfica cilindra FC Porto e sagra-se campeão nacional
Após ter reduzido a desvantagem na eliminatória para 1-2, o Futebol Clube do Porto (FC Porto) sofreu uma derrota expressiva com o Sport Lisboa e Benfica (SL Benfica) em casa. Os benfiquistas quebram, assim, o jejum de cinco anos sem a conquista do campeonato.
Forte entrada benfiquista dita vantagem ao intervalo
O jogo iniciou com um triplo executado pelo extremo benfiquista João “Betinho” Gomes. O SL Benfica entrou, desde cedo, com uma pressão a campo inteiro e, no plano ofensivo, apostou em ataques mais rápidos em relação ao jogo anterior.
O resultado marcava 0-10 aos quatro minutos de jogo, após um lançamento certeiro de Wendell Lewis, poste “encarnado”. Sucediam-se os turnovers do FC Porto, que denunciavam uma entrada nervosa no campo por parte da equipa visitada. O primeiro lançamento eficaz ao cesto apenas surgiu a meio do primeiro período e das mãos de Miguel Queiroz (2-10).
O SL Benfica controlou os ataques portistas e demonstrou mais agressividade no seu processo ofensivo, em relação ao jogo de quinta-feira. O marcador contava 10-21, depois de dois lances livres de Betinho, um dos elementos em maior evidência nos primeiros dez minutos. Um triplo de Miguel Queiroz a fechar o quarto inicial estabeleceu o 16-23 final.
A vantagem era de sete pontos para os “encarnados” à entrada para o segundo período. No primeiro minuto, um tiro de dois pontos de José Barbosa e um triplo de Aaron Broussard encurtaram as esperanças do FC Porto e aproximaram o SL Benfica do objetivo. Os visitantes revelaram-se fortes na defesa, ao impedirem uma maior eficácia no tiro dos portistas. A defesa à zona e a grande interferência nas ações dos lançadores impossibilitaram o FC Porto de somar mais pontos. Ao cabo de cinco minutos, tinham somado apenas quatro pontos.
Frank Gaines, extremo/base do SL Benfica assumiu-se como o jogador “mais” da formação “encarnada”. Foi da sua autoria o lançamento que estabeleceu uma vantagem de 13 pontos a três minutos do fim (23-36) – a maior da partida, até então. Ao FC Porto, pedia-se uma reação, que chegou por intermédio de dois triplos consecutivos de Charlon Kloof e Francisco Amarante. A revolta “azul e branca” forçou Norberto Alves, treinador do SL Benfica, a pedir um timeout.
Entre o desperdício de lances livres e a lesão de Kloof, a vida dos “dragões” complicou-se no final, até Loncar reduzir a inferioridade no marcador para somente cinco pontos (33-38). Porém, um ataque prolongado, resultante de uma combinação entre os bases José Barbosa e Broussard e a posterior assistência para o poste Dennis Clifford, fechou as contas do primeiro tempo em 33-40.
SL Benfica faz segunda parte “à campeão” e festeja o título
O ímpeto benfiquista não abrandou na etapa complementar do encontro, aliás, tornou-se mais evidente, à medida que o jogo se aproximava do seu término. Antes do primeiro minuto, já tinham de novo mais de dez pontos à maior (33-44). A equipa visitante aproveitou a passividade da defesa do FC Porto para ampliar as contas, fruto do seu elevado registo pontual na área restritiva.
Com 38-48 e quase quatro minutos decorridos, Moncho López, treinador “azul e branco”, viu-se obrigado a pedir um desconto de tempo para fazer ajustes na equipa e apostar numa maior mobilidade no ataque. Numa fase inicial, a dureza de Moncho surtiu efeito, pois os seus pupilos reduziram para seis pontos a desvantagem (42-48), menos de um minuto depois.
No entanto, o caudal ofensivo “encarnado” continuou a fazer estragos. A partir desse momento, o SL Benfica disparou no marcador e não deu qualquer hipótese ao FC Porto de discutir o resultado. A desinspiração dos seus lançadores e dos seus processos de jogo aliada à ineficácia de lançamentos livres permitiu aos visitantes aumentarem o seu conforto no placard. Uma diferença de 17 pontos, através de um triplo de Broussard em cima da hora, levou o 47-64 para o último e decisivo quarto.
O período final foi avassalador, o mais desequilibrado de todos, a favor dos comandados de Norberto Alves. Moncho López viu-se, de imediato, forçado a novo desconto de tempo, no momento em que os “encarnados” cifraram um diferencial de 21 pontos.
Os visitantes dominaram o jogo “a seu belo prazer”, puderam gerir a posse e os ritmos de jogo e ganharam faltas com naturalidade. O desânimo portista refletiu-se nas bancadas e vice-versa. Os “dragões” demoraram três minutos e meio até mexerem no marcador pela primeira vez. Landis foi o autor da cortesia.
A margem pontual esteve quase sempre em vinte pontos ou mais para o SL Benfica. A dois minutos do final, era de 31 pontos (56-87), após o triplo do tunisino Makrem Ben Romdhane. 63-91 foi o resultado final.
Do lado do FC Porto, as principais figuras foram Vladyslav Voytso, com 15 pontos, seguido de Markus Loncar e Charlon Kloof, com 9. Pelo SL Benfica, Frank Gaines e Aaron Broussard dividiram o título de melhores marcadores, com 18 pontos. Ivan Almeida e José Barbosa, com 11, foram também outros jogadores merecedores de destaque. Broussard foi premiado como MVP da final.
No rescaldo da partida, Moncho López, técnico do FC Porto, reconheceu a “muita superioridade do Benfica desde o início” e deu os parabéns aos benfiquistas pela conquista do título nacional. Lamentou ainda a ausência de “capacidade mental e física” da equipa neste jogo, em parte devido às lesões de Mike Morrison e Charlon Kloof.
Norberto Alves, treinador do SL Benfica, confortou os “dragões” pela entrega e por terem obrigado a sua equipa a “dar tudo o que tinha”. Lançou também uma mensagem de apreço pelo apoio dos adeptos de ambas as equipas. “Os adeptos do FC Porto apoiaram a sua equipa. Grande palavra para os benfiquistas, que nos apoiaram ao longo da época. Este título é deles.”.
Com este triunfo, o SL Benfica vence a final do play-off do campeonato nacional por 3-1. Os “encarnados” voltam, assim, a conquistar o título, que lhes fugia desde 2017. Já o FC Porto não é campeão há seis anos. 2016 foi o ano da última conquista.
Artigo da autoria de Daniel Henriques