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Hóquei em Patins: FC Porto vence jogo decisivo e é o novo campeão nacional

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Depois de uma vitória encarnada para repôr a igualdade na final, dragões e águias voltaram a enfrentar-se para jogar a negra. As duas equipas entraram em campo a saber que dali sairia, inevitavelmente, o novo campeão nacional. O Dragão Arena encheu-se para ver a última partida da época desportiva do hóquei em patins e os protagonistas brilharam.

Da intensidade aos nervos das grandes decisões

Os encarnados foram os primeiros a distribuir espetáculo. O marcador tinha contado ainda poucos segundos e já Pablo Álvarez ameaçava a baliza de Xavi Malián. O argentino recebeu de frente para a baliza, mas não foi capaz de concretizar. O SL Benfica não se mostrava intimidado pelo ambiente fervoroso do Dragão Arena, mas os portistas aproveitaram bem o embalo dos adeptos e responderam à altura.

Gonçalo Alves pegou na bola perto do meio-campo e, daí, rematou para dentro da baliza de Pedro Henriques. Com pouco mais de um minuto jogado, os portistas já estavam na dianteira do marcador e levavam os adeptos à loucura.

As oportunidades foram-se dividindo e, durante os primeiros minutos, nenhuma das equipas assumiu o domínio do jogo. Logo depois do golo, Edu Lamas cheirou o empate. O jogador benfiquista fez um bom remate de longa distância, mas a bola acabou por passar ao lado dos postes de Xavi Malián.

Passados cinco minuto do início do jogo, o FC Porto respondeu em grande nível. Xavi Barroso foi líder e provocou calafrios na equipa encarnada. Mas os calafrios não enfraqueceram as águias. Pol Manrubia, jovem da equipa benfiquista, não permitiu que passassem nem trinta segundos e empatou tudo no Dragão Arena. Uma grande jogada individual do espanhol concluída com um remate cruzado indefensável para o guardião portista.

O arranque foi intenso, mas a chama foi apagando. As equipas pareciam afetadas pela falta de margem para erro. Este era o jogo decisivo e a menor distração poderia comprometer a conquista do título nacional. Não foram muitas as chances criadas nos minutos que se seguiram ao golo, mas as que existiram saíram dos sticks portistas.

Primeiro, Xavi Barroso. Contornou a baliza de Pedro Henriques, finalizou de muito perto e por milímetros que não viu a bola cruzar a linha de golo. Depois, Reinaldo García. O veterano argentino recuperou a bola, partiu num contra-ataque mortífero e atirou com muita força para uma boa defesa de Pedro Henriques. Por fim, chegou a vez de Carlo Di Benedetto ser protagonista. Depois de uma boa jogada coletiva, onde a bola passou por todos, o francês recebeu de Telmo Pinto e só teve de encostar para o fundo da baliza encarnada. Estava reposta a vantagem azul e branca no Dragão Arena.

O SL Benfica estava inconformado, mas não o suficiente para recuperar da desvantagem dentro dos primeiros 25 minutos. Edu Lamas, Gonçalo Pinto e Pol Manrubia foram os protagonistas das maiores oportunidades encarnadas dos oito minutos que se seguiram ao golo. Sempre sem sucesso. Ao intervalo, 2-1 era o resultado.

Consagração azul e branca

O SL Benfica veio do intervalo mais organizado e a mostrar-se mais capaz de circular a bola, mas os portistas não desarmavam e mantinham Pedro Henriques alerta.

Manrubia foi o primeiro a mostrar serviço neste segundo tempo. O benfiquista beneficiou da passividade defensiva de Xavi Barroso e ameaçou com um remate forte à figura de Malián. À passagem do quinto minuto da segunda parte foi a vez dos portistas entrarem em ação. Gonçalo Alves recebeu de Ezequiel Mena, puxou para o meio e rematou com muita força contra o poste da baliza das águias.

Com 15 minutos para jogar, foram outra vez os portistas os protagonistas. Reinaldo Garcia ultrapassou dois defesas, simulou que ia contornar a baliza e rematou a obrigar uma defesa complicada de um guardião benfiquista. Dois minutos depois, Reinaldo Garcia e Pol Manrubia desentenderam-se e foram, ambos, admoestados com o cartão azul. Com estas faltas, quer o SL Benfica, quer o FC Porto chegavam à nona falta e ficavam a uma de serem castigadas com um livro direto favorável ao adversário.

Os portistas não tardaram em chegar à dezena de faltas. Pablo Álvarez teve a oportunidade de empatar a partida da linha de livre direto, mas Xavi Malián, mais uma vez, superiorizou-se. O guarda-redes espanhol fez uma grande defesa e provocou um dos momentos de maior festa das bancadas azuis e brancas.

Faltavam oito minutos para o fim do jogo e Gonçalo Alves decidiu brilhar. O português saiu disparado com a bola colada ao stick, chegou até à porta da baliza adversária e finalizou sem sucesso. Logo a seguir, foi protagonista de um grande remate que embateu na trave. Por duas vezes, fez a plateia gritar golo, mas não passaram de falsos alarmes.

O real alarme acabaria por chegar um minuto depois. Pablo Álvarez, dos encarnados, recebeu do stick de Edu Lamas e só teve de encostar para o fundo da baliza portista. Estava feito o 2-2 e ficavam reabertas todas as possibilidades.

Mas o empate não duraria nem um minuto. À passagem do minuto 19, as águias fizeram a décima falta e o FC Porto beneficiou de um livro direto. Perante Pedro Henriques, o habitual Gonçalo Alves não hesitou. Num remate seco fez abanar as redes benfiquistas e devolveu a vantagem aos portistas.

Até ao final da partida escreveu-se pouco mais na história do jogo. Um cartão azul para Edu Lamas, a três minutos do fim, deixou o SL Benfica desfalcado na luta pelo regresso à partida e os portistas souberam gerir a seu bel-prazer. O Futebol Clube do Porto venceu por 3-2 e é o novo campeão nacional de hóquei em patins.

Depois do jogo, foi tempo de festejar e (quase) ninguém arredou pé do pavilhão para verem os novos campeões nacionais erguerem o troféu. Os jogadores benfiquistas recolheram ao balneário e não assistiram à consagração do rival.

No meio dos festejos, Ricardo Ares, técnico portista, aproveitou para deixar algumas palavras de respeito pelo trabalho do rival, mas insistiu que o título foi merecido porque o FC Porto foi “melhor em todas as jornadas” e pelo trabalho que fizeram. “O melhor é que ainda há muito para melhorar e queremos ainda mais”, concluiu.

Os portistas reconquistam o título depois de o terem visto escapar em 2021 para o Sporting Clube de Portugal. É o 24º título dos dragões que superam, assim, o Sport Lisboa e Benfica em número de campeonatos no palmarés. Este é o terceiro título da época para os comandados de Ricardo Ares depois de terem conquistado a Taça de Portugal no início de abril frente ao SL Benfica e a Taça Intercontinental de Clubes no final de 2021.

Artigo da autoria de Tiago Sousa

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