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Hóquei em Patins: FC Porto e OC Barcelos dividem pontos em jogo épico

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Em jogo a contar para a sexta jornada do Campeonato Nacional, o Futebol Clube do Porto (FC Porto) teve pela frente o Óquei Clube de Barcelos (OC Barcelos), a única equipa, a par do Sport Lisboa e Benfica (SL Benfica), invicta até então, e que contava com os melhores ataque e defesa da liga, tendo 24 golos marcados e apenas seis sofridos. Com o presidente Jorge Nuno Pinto da Costa a assistir de perto e os lugares cimeiros em disputa, o confronto que tanto prometia não deixou nem um pouco a desejar. 

Dragões por cima na primeira parte

A claque do OC Barcelos ainda nem tinha chegado ao Dragão Arena quando, logo aos dois minutos de jogo, Danilo Rampulla inaugurou o marcador. Alvarinho descobriu o argentino em boa posição e serviu-o com destreza, jogada que o recém campeão do mundo finalizou de forma clínica. Logo a abrir, 0-1 para os visitantes

Depois de um tento madrugador, os minutos seguintes foram preenchidos por ocasiões de ambos os lados. Ezequiel Mena e Carlo di Benedetto lideraram as hostes portistas no ataque, enquanto Danilo Rampulla continuava a rondar a baliza “azul e branca”.

Os dragões foram aumentando a intensidade e começaram a ser cada vez mais perigosos. Perto do minuto sete, Gonçalo Alves aproveitou um roubo de bola exímio por parte de Rafa e tentou contornar Conti Acevedo, mas o guardião da Albiceleste saiu por cima.

O conjunto da Invicta não se deixou abalar pela desvantagem e deu continuidade ao caudal ofensivo que estava a ter. Carlo Di Benedetto foi a figura de referência ao protagonizar não uma, não duas, mas quatro (sim, quatro!) chances de golo iminente no espaço de um minuto e meio. Por outro lado, também nesta altura se percebeu uma das razões pelas quais a defesa dos barcelenses era a menos batida. Conti Acevedo, ainda na memória de todos os portugueses pela exibição na final do Campeonato do Mundo, mostrou-se intransponível e defendeu todos os remates do francês. 

Evidentemente frustrado pelas oportunidades perdidas, o número 19 do conjunto portista acabou por “descarregar” em Vieirinha, cometendo falta sobre este, punida de imediato com cartão azul. Na conversão do livre direto, Alvarinho tentou serpentear Xavi Malián, mas o guarda-redes espanhol afastou o esférico.

Os minhotos lançaram-se para o ataque em período de power play e Alvarinho voltou a ameaçar as malhas portistas, com Xavi Malián a esticar-se todo para impedir o 0-2. 

Depois de alguns minutos marcados por dois intervalos de tempo (um para cada clube) e sem grandes chances de perigo, eis que apareceu Gonçalo Alves. O avançado português ameaçou ao minuto 17, mas foi negado por Conti Acevedo, que já nada pôde fazer 60 segundos depois. Gonçalo Alves intercetou um passe mal medido dos visitantes e, em situação de um para um, não tremeu e restabeleceu a igualdade no placar. 1-1 por esta altura. 

Na resposta ao tento portista, a comitiva do OC Barcelos procurou voltar à vantagem e esteve muito perto de o conseguir. Primeiro, Luís Querido aproveitou uma bola que tinha sobrado dentro da área para testar os reflexos de Xavi Malián, e depois André Centeno, veterano dos minhotos, apareceu em boa posição e executou um remate cruzado com selo de golo, mas que deu de caras com a trave.

A poucos minutos do fim da primeira parte, a sempre muito faltosa formação dos barcelenses consumou a décima infração, concedendo aos “azuis e brancos” uma oportunidade soberana. No momento da marcação do livre direto, Gonçalo Alves, batedor habitual dos dragões, não fez melhor do que uma “stickada” à figura, tranquilamente bloqueada por Conti Acevedo. 

Ainda assim, os dragões não tiraram o pé do acelerador e, a dois minutos e 17 segundos do intervalo, Ezequiel Mena deixou Reinaldo García em excelente posição, que assinou um belíssimo disparo certeiro à baliza de Conti Acevedo. O esférico ainda embateu na barra, mas acabou por ir parar ao fundo das redes. 2-1 ilustrava o marcador.

Contudo, o FC Porto não se deu por satisfeito até ao soar da buzina e, no último segundo do primeiro tempo, Rafa desenhou um lance individual que culminou com a bola a beijar as malhas da baliza minhota, fixando o resultado em 3-1 ao fim dos 25 minutos inaugurais.

Segundo tempo impróprio para cardíacos 

Depois de ter fechado a primeira parte em grande, o FC Porto entrou para a segundo tempo com a mesma categoria. À passagem do minuto dois, Ezequiel Mena, o mais tecnicamente dotado jogador dos ”azuis e brancos”, esculpiu uma verdadeira obra de arte em pleno Dragão Arena para bater Conti Acevedo e dar ainda mais expressão à avalanche portista. O resultado era agora 4-1.

Parecia que o golo tinha dado confiança a Ezequiel Mena e o número sete dos dragões começou a “abrir o livro”, protagonizando um lance de enorme perigo, defendido por Conti Acevedo.

No entanto, a dinâmica ofensiva do FC Porto sofreu um revés após Reinaldo García travar em falta Danilo Rampulla e ser admoestado com cartão azul, o segundo na partida para a formação da casa. Desta feita, Luís Querido foi o eleito para a conversão, mas Xavi Malián impôs-se por duas vezes para impedir o segundo golo do conjunto visitante.

Apesar da chance desperdiçada, os barcelenses, ainda em situação de power play, continuaram a causar estragos e, após remate ao poste da autoria de Alvarinho, Luís Querido finalizou para o espaço vazio na recarga e deu ânimo à comitiva minhota. A pontuação passou a 4-2 e devolveu a esperança ao OC Barcelos.

Esperança essa que se fez valer cerca de quatro minutos depois, aos 11 minutos e 45 segundos de jogo. Darío Giménez fez um passe de rutura a “rasgar” a defesa portista e Danilo Rampulla aproveitou para fazer o segundo da conta pessoal e o terceiro da sua equipa. Estava reposta a desvantagem de apenas um golo, e a tensão era palpável dentro do ringue.  

Cerca de um minuto depois, o nervosismo dos “azuis e brancos” materializou-se numa entrada de Gonçalo Alves sobre Danilo Rampulla, que resultou em falta e, como não há duas sem três, cartão azul para o atleta do FC Porto. Darío Giménez foi o terceiro jogador a assumir a responsabilidade do lado minhoto e à terceira ocasião de livre direto foi mesmo de vez. O experiente argentino ainda esbarrou em Xavi Malián, mas, na recarga, o guardião espanhol cedeu perante a “picadinha” de assinalável recorte técnico. E assim se esfumou a liderança portista, com o marcador a registar um empate a quatro bolas.

E a tarde, que estava a ser de sonho para os “azuis e brancos”, cada vez mais se assemelhava a um pesadelo, quando viram André Centeno a isolar Danilo Rampulla e o avançado argentino a concluir o hat-trick e a consumar a cambalhota no resultado. 4-5 no placar e a desilusão a ganhar contornos cada vez mais negros.

Perante o desastre, o FC Porto tentou reagir e foi por muito pouco que Xavi Barroso não concluiu uma grande iniciativa de Rafa, enviando a bola ao ferro. No seguimento, Rafa foi o rosto da ansiedade portista e cometeu mais uma infração castigada com cartão azul. Era o quarto livre direto concedido pelos dragões e o quarto cartão azul para a comitiva da casa, isto numa altura em que o OC Barcelos estava há largos minutos com 14 faltas, ou seja, a apenas uma de conferir aos “azuis e brancos” uma oportunidade soberana.

Longe desses problemas estava Darío Giménez que, embalado pelo sucesso anterior, tomou o seu tempo para dar toques na bola, esperar a deslocação de Xavi Malián e introduzir com extrema graciosidade e frieza a bola dentro da baliza, aumentando para 4-6 a vantagem do OC Barcelos. Nesta altura, o silêncio tomou conta das bancadas, tal era o domínio dos visitantes.

Foi então que, quando o FC Porto mais precisava de um herói, ele apareceu. Gonçalo Alves (quem mais?), agarrou-se ao esférico no círculo central após a retoma do jogo, encheu-se de fé e disparou da linha de meio-campo uma bola que mais parecia uma munição de chumbo, tamanha a velocidade com que saiu do “stick” do português. O remate fuzilou Conti Acevedo e só parou dentro dos postes adversários. 5-6 no marcador e tudo em aberto a pouco mais de 6 minutos do término do confronto.

A apenas um golo do empate, os “azuis e brancos” foram com tudo para cima dos minhotos e criaram diversos lances de perigo. Xavi Barroso foi quem surgiu primeiro, mas o esférico acabou desviado por cima da baliza. Segundos depois, o espanhol foi carregado em falta por Vieirinha e, por ser a décima quinta, originou um livre direto para os portistas. No momento da verdade, Carlo Di Benedetto tremeu e, enquanto armava a “picadinha”, perdeu o controlo da bola. Depois, o capitão Reinaldo García desferiu mais um potente remate, mas viu Conti Acevedo agigantar-se para segurar a vantagem.

Mas quem espera sempre alcança, e o FC Porto tanto procurou que conseguiu. Carlo Di Benedetto redimiu-se do livre desperdiçado e, numa jogada de insistência com vários remates e interceções à mistura, a bola ficou a passear por meros instantes sem dono e o francês fez-se ao lance, atirando para o fundo das malhas. Empate a seis e os adeptos ao rubro no Dragão.

Ao cair do pano, Vieirinha voltou a cometer falta proibida e foi penalizado com cartão azul e livre direto a favor do FC Porto. Quando tudo se resumia a um golo, a “stickada” de Gonçalo Alves saiu ao lado. Ainda no último minuto, e com a equipa do OC Barcelos em under play, os dragões tentaram desfazer o empate com remate a meia distância, mas Conti Acevedo impediu a derrota da sua equipa. Apito final e 6-6 era o resultado exibido no marcador, após uma batalha em que nenhuma formação mereceu sair sem pontos.

Em declarações no final dos 50 minutos, Paulo Freitas, treinador barcelense, descreveu o encontro como sendo um “jogo com várias fases”, salientando a reviravolta dos seus pupilos, algo que “poucas equipas conseguem fazer”. Quando questionado sobre o segredo para a grande exibição do OC Barcelos, Paulo Freitas elogiou os jogadores, afirmando que se trata de uma “equipa com muita vontade de ganhar e sem medo de perder.” 

Ricardo Ares, por sua vez, deixou “condolências à família Gomes” (n.d.r.: faleceu, à data da partida, o ex-avançado do FC Porto, Fernando Gomes), explicando que a sua formação queria “dedicar a vitória, mas não pôde ser”. O técnico dos dragões, que renovou recentemente contrato até 2027, lamentou as abordagens dos jogadores portistas aos lances que deram origem à mostragem de cartões azuis e disse ainda que a equipa “pode ter sentido um pouco o cansaço físico”. Em jeito de conclusão, prometeu que os portistas vão “procurar ganhar o campeonato, seja como seja.”

Na próxima jornada, o FC Porto visita o reduto da Associação Juventude de Viana (AJ Viana). Já o OC Barcelos terá pela frente mais um desafio determinante na luta pelo primeiro lugar, uma vez que recebe o Sport Lisboa e Benfica (SL Benfica), que é agora a única equipa a registar apenas vitórias no Campeonato Nacional.

A redação do JUP aproveita para manifestar o seu pesar e expressar apreço pelo vasto legado de Fernando Gomes, atleta que marcou uma geração no futebol e no desporto português ao serviço do FC Porto, Sporting de Gijón e Sporting CP, para além de ter representado a seleção nacional.

Artigo da autoria de João Pedro Pereira.

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