Desporto
Voleibol Feminino: AJM/FC Porto dominante vence nos Açores
Os portistas vinham de uma derrota na final da Taça de Portugal contra o Sporting na “negra” por 3-2 e esta era a oportunidade de voltarem aos resultados positivos. A equipa respondeu de forma inequívoca com uma vitória fora-de-casa pela margem máxima: 3-0 (25/21- 25/14- 25/19).
Campeãs Nacionais vencem set equilibrado
O primeiro set foi marcado pelo equilíbrio entre as equipas, todos os pontos foram disputados “taco a taco”. Ambas as equipas começaram o jogo de forma sólida, sem arriscar muito no movimento ofensivo, procurando um jogo mais equilibrado e esperando pelo erro da equipa adversária.
O placard manteve-se constante ao longo do set, com os semifinalistas do campeonato nacional a alternarem a liderança no marcador.
A AJM/FC Porto “abriu” o jogo a partir dos 16 pontos, conseguindo uma vantagem de 19-16. Esta superioridade evidencia-se devido a um serviço mais agressivo da AJM que destruiu muito do jogo ofensivo do Clube K, provocando uma série de ataques “bola C”, aliado a isto a equipa orientada por Rui Moreira, organizou bem o bloco, não perdoando na transição defesa-ataque. Acabando a equipa mais habituada a estes palcos a vencer o 1ºset.
Victória Pinto, a zona 4 das portistas, esteve muito sólida na receção, possibilitando uma grande exibição de ambas as centrais da formação azul e branca, Tia Jemerson e Klara Vyklická a pontuarem sete dos 15 ataques feitos pelas bicampeãs nacionais.
Domínio azul e branco total no segundo set
Após um primeiro set de bom voleibol, esperava-se mais um set pautado pelo equilíbrio entre as duas equipas. Contudo, as campeãs em título não deram hipótese à equipa orientada por João Carronha. Apesar de ter melhorado a percentagem de eficácia de ataque comparativamente ao primeiro set (18% para 22%), o Clube K cometeu muitos erros, com cinco erros na receção e pouco eficaz, as açorianas nunca conseguiram verdadeiramente impor o seu jogo durante este segundo set.
A AJM/FC Porto foi irrepreensível durante todo o segundo set, terminando com apenas dois erros de receção. Kyra Holt em grande destaque, contribuindo com oitopontos para a sua equipa (seis ataques “kill”, um “ace” e um bloco “kill”).
O domínio da AJM/FC Porto traduziu-se num set sem grande história, sem a equipa açoriana conseguir responder ao jogo da formação azul e branca, somando no final do set dez erros, em boa parte provocados pela força da equipa nortenha. A AJM/FC Porto vence de forma justa o segundo set.
Experiência vence o jogo
O terceiro e último set da partida foi mais semelhante ao que se passou no 1º set. A equipa da casa subiu os níveis de receção, cometendo menos erros, dando mais tranquilidade à distribuidora norte-americana Cali Thompson para construir o momento de K1 das açorianas que tinha falhado no segundo set.
Cali Thompson “explorou” bastante a atacante brasileira Maria Paula (foi solicitada para atacar 21 vezes) tentando esticar o jogo de forma a tentar evitar o confronto pelo meio da rede onde a AJM/FC Porto tinha sido superior durante toda a partida.
As visitantes mantiveram-se fiéis a si próprias e ao seu plano de jogo. O set pareceu estar sempre controlado, gozando de vantagens confortáveis ao longo do set (17-13). Destaque para o serviço agressivo de Ana Gamboa e para a segurança defensiva que Joana Resende e Kyra Holt ofereceram.
A vitória na partida acabou por surgir de forma natural à equipa de Rui Moreira que foi superior no decorrer do jogo. 0-3 foi o resultado final.
Kyra Holt acabou por ser considerada a MVP da partida. A norte-americana mantém as boas exibições que conseguiu ter ao longo da época. O Clube K parece acusar a falta de Irene Verasio, a atacante argentina foi durante toda a época a jogadora mais decisiva do clube açoriano.
As campeãs em título podem garantir a presença na final do campeonato nacional já este sábado, em caso de vitória fecham a eliminatória em 2-0 numa série de três. Apesar da confortável vitória fora de casa, o Clube K já mostrou que é um adversário de respeito e mesmo não sendo favorito, pode causar uma surpresa à formação nortenha.
Artigo da autoria de Miguel Madureira Dias