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Basquetebol: FC Porto ganha na casa do Sporting CP e solidifica o primeiro lugar

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Num campeonato que tem sido cheio de equilíbrio e indecisão sobre quem é o maior favorito ao título, o FC Porto conseguiu neste jogo afirmar-se mais uma vez sobre um dos rivais. Esta segunda vitória azul e branca seguida contra os rivais de Lisboa reforça o bom momento da equipa de Fernando Sá. Apesar dos dragões terem tido uma boa vantagem relativamente perto do fim do encontro, os leões conseguiram recuperar e levar o jogo para um final emocionante que acabaria decidido apenas após prolongamento. 

Choviam triplos

Apesar do primeiro cesto ter sido da equipa da casa, de imediato a equipa nortenha respondeu por intermédio de Marvin Clark II. O FC Porto praticava bom basquetebol, focado em trocar a bola para encontrar o melhor atirador solto de marcação. Foi assim que Michael Finke marcava o primeiro lançamento de três pontos. O Sporting CP tentava parar o movimento de bola trabalhado dos dragões. Mobilizava assim várias vezes a pressão de dois contra um na manobra defensiva. No entanto, foi um mau dia para escolher essa abordagem, uma vez que aparecia sempre alguém de azul e branco solto e com uma eficácia irrepreensível durante todo o primeiro período.

A eficácia portista estava claramente acima da média neste jogo. A três minutos do fim do período a equipa visitante conseguia, até ao momento, a sua maior vantagem do encontro, de nove pontos. Os leões mostravam muita dificuldade no ataque posicional. A defesa do FC Porto exibia uma elevada consistência e só os triplos consecutivos do sportinguista Diogo Ventura faziam a equipa da casa manter o marcador equilibrado.

Chegava ao fim um quarto em que o FC Porto impôs o seu ritmo (27-34). Não fosse a grande quantidade de turnovers causados pela pressão de fundo do court do Sporting CP, a diferença podia ter ganho logo outras dimensões.

No recomeço do jogo, os dragões aproveitavam mais uma vez a passividade defensiva sportinguista. Em ambos os bancos eram constantes as substituições. Um possível excesso de rotação e a qualidade do jogo baixava notoriamente. Por parte dos lisboetas o trabalho de pressão à saída do FC Porto mantinha-se e a equipa azul e branca ia acumulando turnovers. Era desta vez o Sporting CP quem aproveitava as falhas portistas e colocava-se a dois pontos com ainda cinco minutos por jogar no período.

Fernando Sá via-se obrigado a colocar Miguel Maria em jogo para acalmar a organização dos dragões. Joshua Patton aproveitava duas desatenções da equipa portista e, após um incrível afundanço, ganhava ainda dois lances livres. Com possibilidade de empatar a partida, Patton não conseguiu converter os dois.

Era claro o crescimento dos leões no jogo, com uma consistência defensiva a ser crucial para uma série de transições rápidas bem aproveitadas. Mas o FC Porto, mantendo uma percentagem superior a 60% no lançamento exterior, não deixava o Sporting CP aproximar-se. Chegava assim o jogo a intervalo com vantagem azul e branca de 10 pontos(43-53).

Drama até ao fim

O Sporting CP regressava do balneário com mais energia. Diogo Ventura, um dos melhores lançadores de três pontos da liga, fazia o que faz melhor e animava o pavilhão. A boa defesa dos leões aliada a um bom aproveitamento das rápidas transições ofensivas recuperavam cinco pontos nos minutos iniciais do terceiro período.

O FC Porto, contudo, não se deixava intimidar,ripostando de imediato e mantendo a diferença perto da dezena. O jogo ficava mais intenso e bem disputado. A faltar seis minutos para o fim do período, puxados para cima pelo público, a equipa da casa reduzia a sua desvantagem para apenas dois pontos. Cada vez mais se sentia o ambiente de clássico com o equilíbrio cada vez mais presente.

Marcus Lovett Jr. colocava então os leões na frente do marcador pela primeira vez desde a bola inicial de jogo. O jogo tornava-se cada vez mais físico e as faltas sucediam-se colocando vários jogadores em risco de exclusão. Como vinha a ser recorrente neste jogo, os azuis e brancos dependiam da capacidade de explosão de Miguel Maria. As suas penetrações constantes na área encontravam sempre Michael Finke solto de marcação. Uma dessas vezes, Finke conseguiu mesmo converter uma jogada de quatro pontos ao sofrer falta em mais um triplo que o norte-americano não falhou.

O FC Porto voltava a crescer no jogo e notava-se um Sporting CP com inúmeras precipitações e pouca inspiração coletiva na manobra ofensiva. O terceiro tempo acabava com uma diferença pontual de nove pontos e deixava tudo em aberto para o derradeiro período.

Nos últimos dez minutos a história deste jogo ganhou todo o drama que um clássico necessita. Apesar do coletivo sportinguista não estar a funcionar, diversas jogadas individuais conseguiam recolocar o Sporting CP no jogo. Em ambiente hostil, os dragões cediam à pressão lisboeta e deixavam-se empatar. Em 30 segundos de drama com as duas equipas separadas por uma posse de bola, Lovett Jr. teve a chance de dar a vitória aos leões, mas da linha de lance livre vacilou e deixou o jogo empatado.

Na última jogada do encontro, Brian Conklin, debaixo da tabela, não conseguiu converter e dar a vitória à equipa da invicta. Apesar de Teyvon Meyers ter introduzido a bola ainda no cesto da equipa lisboeta, este não contou porque a buzina soou algumas decimas de segundo antes. Com o resultado em 98-98 seguiam-se mais cinco minutos de basquetebol.

O prolongamento começava e a tendência ascendente da equipa da casa continuava. Os leões ganhavam uma boa vantagem inicial. Num prolongamento marcado pelo equilíbrio, com inúmeras trocas do líder do marcador o FC Porto acabou por ser mais eficaz nos momentos decisivos e alcançou a vitória.

O resultado foi 106-110. Impossível de deixar de fora a impressionante exibição do jogador do FC Porto, Michael Finke, que liderou o jogo em pontos marcados com 33. Ainda ganhou 11 ressaltos somando assim um duplo-duplo à sua exibição. Do lado do Sporting CP destacar os 28 pontos de Marcus Lovett Jr.

Os dragões focam-se agora na ida aos Açores para defrontar o Lusitânia no próximo dia 22 de abril pelas 15h00. No mesmo dia às 19h30, os leões viajam até Oliveira de Azeméis onde defrontarão o Oliveirense. Ambos os jogos são a contar para a nona jornada do grupo A da segunda fase do campeonato nacional.

Artigo da autoria de Igor Emanuel Oliveira

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