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Desporto

Basquetebol: FC Porto volta a perder em casa com o Sporting CP e complica acesso à final do campeonato

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Pelo segundo jogo consecutivo o FC Porto não conseguiu bater os rivais lisboetas. Agora com uma desvantagem de 2-0, a eliminatória complicou-se para o lado azul e branco. Num jogo a meio da semana, os adeptos portuenses não quiseram deixar de apoiar a sua equipa e deslocaram-se em bom número ao Dragão Arena. O Sporting CP esteve o jogo todo por cima e, apesar de um último quarto atípico em que o FC Porto esteve perto de levar o jogo para prolongamento, a equipa de Fernando Sá não conseguiu chegar à vitória.

Intensidade e tensão digna de Clássico

Os primeiros pontos do jogo surgiram da linha de lance livre, convertidos por Miguel Maria. O FC Porto ganhava assim a primeira liderança do jogo. Apesar do início na frente, os dragões sentiam imensa dificuldade nas reposições de bola. Sentiu-se desde início um Sporting CP mais confortável na partida, fazendo os dragões entrar no ritmo desejado por Pedro Nuno Monteiro, treinador dos leões. O FC Porto jogava rápido, tal como o Sporting CP queria, e cometia sucessivos erros.

Aos quatro minutos de jogo, um lance entre Brian Conklin e Gerald Armwood fez os ânimos exaltarem-se. A tensão entre os jogadores das duas equipas aumentou com vários jogadores a provocarem-se uns aos outros. Coube aos treinadores darem um ótimo exemplo, ao mitigarem o conflito e mostrarem como deve ser um comportamento saudável numa rivalidade, respeitando os adversários.

O que se seguiu foi um “festival” de faltas antidesportivas. Duas para o lado sportinguista, a Armwood e Travante Williams, uma para o lado portista, a Conklin.

Até meio do primeiro quarto, o equilíbrio era a palavra de ordem. Com dois minutos por jogar no quarto inaugural, Charlon Kloof voltou a jogar depois de parar em janeiro por lesão. Um regresso bem-vindo para Fernando Sá, que ao longo da época teve de frequentemente ajustar a sua equipa devido a problemas físicos. Era agora “obrigado” a usar um jogador fora de ritmo, pois Marvin Clark II tinha-se tornado na mais recente baixa dos dragões, com uma lesão ocular, depois do jogo de domingo.

Com alguma precipitação, os azuis e brancos acumularam turnovers e os leões aproveitaram para ganhar uma boa vantagem, com a qual acabariam o quarto (20-27). 

Como já tinha acontecido em jogos passados, Teyvon Myers revelou-se o maior agitador da manobra ofensiva portista saltando do banco. No ataque azul e branco Kloof estava constantemente a ser “convidado” por Travante Williams a lançar ao cesto. Aproveitando todo o espaço e mais algum que o defensor sportinguista lhe estava a dar, Kloof não falhou de três pontos e despertou o Dragão Arena. Francisco Amarante seguiu o exemplo do neerlandês e, também com um triplo, colocou o FC Porto apenas a um ponto do Sporting CP.

Era notória a diferença de qualidade entre o ataque organizado dos dragões e os seus contra-ataques. Os contra-ataques azuis e brancos frequentemente davam origem a turnovers. A meio do segundo quarto a qualidade das jogadas melhorava e ambas as equipas apresentavam lançamentos de grande qualidade.

Enquanto a eficácia lisboeta a lançar ao cesto melhorava, esperava-se que o Sporting CP aumentasse a vantagem. No entanto, o FC Porto ganhava a batalha nas tabelas, os ressaltos ofensivos portistas revelavam-se mais uma vez a chave para equilibrar o jogo.

Novamente os turnovers portistas e a acumulação de erros nas marcações defensivas deram oportunidade ao Sporting CP de se distanciar. A equipa da capital portuguesa não desperdiçou e mais uma vez fechou bem o quarto, indo para o intervalo com uma vantagem de dez pontos (40-50). 

Final impróprio para cardíacos

Os primeiros pontos do quarto foram dos dragões, os primeiros de Finke no jogo. A tendência faltosa do encontro manteve-se. O FC Porto estava muito passivo a defender e permitia muitos contra-ataques ao Sporting CP. Os leões tinham o jogo como queriam.

Com a equipa da casa a sentir bastantes dificuldades, eram os adeptos portistas que tentavam embalar e animar a equipa. Num lance que teve direito a bastantes críticas azuis e brancas, Kloof levou uma falta técnica. Um lance em que o mesmo ficou revoltado por a equipa de arbitragem não ter assinalado uma falta de Travante Williams no jogador neerlandês.

Sensivelmente a meio do terceiro quarto, Miguel Queiroz ganhou mais um ressalto ofensivo que originou mais um cesto dos dragões. A diferença voltava a baixar da dezena. No entanto, o bom momento azul e branco não durou muito. Imensos erros ofensivos e defensivos do FC Porto deram asas aos lisboetas para ganharem uma vantagem de 16 pontos.

Depois de um par de minutos em que a equipa da cidade invicta estava de cabeça perdida, Fernando Sá adaptou o modelo defensivo para uma defesa à zona. Com a defesa zonal a funcionar, o FC Porto conseguiu impedir alguns cestos sportinguistas. Para terminar o quarto, Myers do meio da rua marcou um triplo excecional. Os dragões reduziam ligeiramente a diferença para 15 pontos (57-72). 

O último quarto começou com um bom momento portista. A entrada de Keven Gomes trouxe altura e fisicalidade ao jogo azul e branco. A intensidade do FC Porto aumentou significativamente e Miguel Maria conseguiu forçar a quarta falta a Marcus Lovett Jr. O base do Sporting CP estava a ser o maior desequilibrador do lado leonino e assim ficava em risco de exclusão por faltas.

Num momento caricato ocorrido num contra-ataque azul e branco, Max Landis chocou com o árbitro da partida e perdeu a cabeça. O norte-americano já contava com uma falta antidesportiva e, após os protestos com o árbitro, foi-lhe atribuída uma falta técnica. O base portista foi excluído do jogo e deslocou-se para o balneário.

Tudo corria bem ao Sporting CP, Armwood com um lançamento no soar da buzina colocou o jogo com 14 pontos de diferença a dois minutos do fim. Os leões controlavam totalmente o jogo e com pouco tempo por jogar as esperanças do FC Porto eram poucas.

Os jogadores do Sporting CP estavam todos em risco de exclusão por faltas. Diogo Ventura e Travante Williams acabaram assim por ser excluídos por acumulação de cinco faltas. O FC Porto começou a fazer pressão a campo inteiro. Fruto dessa pressão, Myers conseguiu dois cestos rápidos e colocou o jogo com cinco pontos de diferença com 16 segundos por jogar.

Reflexo da pressão sentida pelos lisboetas foi a falta desnecessária cometida por João Fernandes, deixando em Myers a oportunidade de reduzir a desvantagem para três pontos da linha de lance livre. O norte-americano não desperdiçou.

Com um final dramático, com críticas à arbitragem do lado azul e branco, o jogo acabou 91-93 a favor do Sporting CP.

A nível individual é de destacar do lado portista, a exibição de Teyvon Myers que saltou do banco para apontar uns incríveis 30 pontos. Do lado leonino, Marcus Lovett Jr. acabou o jogo com 23 pontos.

Ambos os treinadores falaram um pouco do jogo na flash interview. O técnico leonino, Pedro Nuno Monteiro, destacou o domínio da sua equipa ao longo de toda a partida. Mostrou-se descontente com a passividade sportinguista no último quarto, que permitiu a recuperação do FC Porto. Finalizou, dizendo que estava muito contente por a equipa ter conseguido ganhar os dois jogos fora de casa.

Fernando Sá deu os parabéns aos seus jogadores, dizendo que têm dado tudo, ultrapassando todos os obstáculos que a época tem trazido. Não pôde deixar de fazer algumas críticas à arbitragem e prometeu fazer o possível para ganhar o jogo três. Terminou as declarações com fé na equipa, referindo que acredita nos seus jogadores até ao último segundo.

Na próxima sexta-feira, pelas 19h30 as meias-finais do play-off do campeonato nacional continuam. O jogo três joga-se no pavilhão João Rocha, em Lisboa, e é o tudo ou nada para os dragões, que não podem perder mais nenhum jogo.

Artigo da autoria de Igor Emanuel Oliveira