Artigo de Opinião

SEMPRE QUE QUARESMA CRUZA…

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O “efeito Quaresma”, como oportunamente apelidei um dos meus últimos artigos aqui no JUP, voltou a fazer-se sentir. Não há como fugir à evidência: Quaresma esteve em todos os golos da era Fernando Santos. Repito: todos! Marcou um golo à França, fez a assistência para os dois golos que derrotaram a Dinamarca e a Argentina, e ainda teve participação decisiva no golo da vitória contra a Arménia.

Dá que pensar porque não o quiseram levar ao Mundial do Brasil. Será que Quaresma não fazia falta à Seleção? As estatísticas do seu desempenho nos últimos jogos mostram o contrário… Então, porque nunca era sequer convocado por Paulo Bento? Seria uma questão de mera embirração pessoal? Possivelmente…

Em pouco tempo, Quaresma passou de não convocado (com Paulo Bento) a “arma secreta” e jogador imprescindível (com Fernando Santos). Algo que diz bem da sua importância atual na Seleção.

Há 42 anos que Portugal não derrotava a Argentina, que é, tão só, a atual vice-campeã do mundo. Para tal valeu o golo “à ponta de lança” do jovem lateral Raphaël Guerreiro, já em tempo de compensação, após (mais) um excelente cruzamento de Quaresma.

Ainda assim, apesar da vitória sobre a Argentina, o selecionador nacional, Fernando Santos, disse no final do jogo que a Seleção tem “obrigação de fazer muito mais”.

A “equipa de todos nós” parece estar no bom caminho. Antes de vencer a Argentina, num jogo de caráter amigável, a Seleção derrotou a modesta Arménia e deu mais um passo rumo ao Europeu de França, em 2016.

Contra a Arménia, a entrada de Quaresma foi uma vez mais decisiva para desbloquear um jogo até então empatado. Um minuto depois de entrar em campo, o extremo portista rompeu pela grande área adversária e disparou um remate para golo; o guarda-redes adversário defendeu a bola para a frente e, no meio da confusão, a bola foi parar aos pés de Cristiano Ronaldo que, com um toque simples e subtil, fez o único golo da partida.

Cristiano Ronaldo continua a somar recordes atrás de recordes. Com o golo que marcou à Arménia, chegou ao impressionante número de 23 golos marcados em fases de apuramento e fases finais de Europeus de Futebol. Já é o melhor marcador de sempre! Mas não lhe basta ser considerado o melhor jogador da atualidade. Não, o CR7 quer ser o melhor de todos os tempos. Ousadia não lhe falta. Mas, verdade seja dita: é por ter tanta ambição, auto-estima e sede de vitória que o madeirense chegou onde chegou… E agora? O céu é o limite…

4 Comments

  1. Afonso Loreto Aguiar

    21/11/2014 at 02:45

    Caro Carlos Martins, tenho a dizer que concordo plenamente com a chamada de Quaresma à seleção e que, efetivamente, ele é a arma secreta. No entanto, tenho de salientar que o golo que ele fez contra a França foi de um pénalti sofrido pelo João Mário, o golo contra a Arménia veio, não só da sua capacidade enquanto jogador, até porque rematar naquele lance foi uma má decisão que acabou por dar um golo fortuito, mas também fruto de um bom entendimento com O Nani (acho eu) e, principalmente, devido à frescura física e, finalmente, o golo que deu origem à vitória devia ser analisado da seguinte forma: O quaresma fez um bom cruzamento, mas o que raio estava ali a fazer um defesa na área? Foi ordem de Fernando Santos, foi audácia de um jovem? Apesar de achar o Quaresma um bom jogador, não creio que, após uma boa análise dos lances, seja correto o elevarmos a herói. Tem qualidade (cruza bem e tem um bom poder de desiquilíbrio, principalmente se estiver fresco, tem capacidade (garra), mas também tem tido uma pontinha de sorte.

    • Carlos Martins

      21/11/2014 at 14:54

      Caro Afonso Loreto Aguiar, obrigado pelo comentário. A minha intenção não foi elevar o Quaresma à categoria de “herói”, mas apenas reflectir sobre o facto de um jogador que tem tido este rendimento nos últimos jogos da Selecção (desde a chegada de Fernando Santos), não era sequer convocado por Paulo Bento… Dá que pensar, não?
      Recordo que no último jogo da era Paulo Bento (aquela vergonhosa derrota com a Albânia) foram utilizados jogadores como Vieirinha (a titular), Ivan Cavaleiro e Ricardo Horta, enquanto que o Quaresma não esteve sequer no banco de suplentes…
      Até admito que o Quaresma tem tido uma “pontinha de sorte”, mas a verdade é que não se fazem campeões sem sorte… Um abraço

  2. David Guimarães

    21/11/2014 at 03:16

    A sua não convocação (para o Mundial) foi uma aberração!
    Uma forte abraço!

    • Carlos Martins

      21/11/2014 at 14:57

      É evidente, amigo. Um abraço

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