Crónica

PROCURA-SE CAMPEÃO

Published

on

Carlos Martins

O FC Porto desperdiçou uma excelente oportunidade para ficar a apenas um ponto do líder Benfica. Depois da derrota dos encarnados (por 2-1) em Vila do Conde, os portistas tinham tudo para vencer na Madeira e reduzir a distância para o primeiro lugar. Mas tal não aconteceu. O Nacional impôs um empate a um golo e deixou os portistas com um sabor amargo na boca.

Ainda assim, esta jornada não deixou de ser, de certa forma, positiva para os dragões, visto que agora dependem apenas de si próprios (e não dos resultados de terceiros) para chegarem ao título nacional. O FC Porto ficou a três pontos de distância do Benfica e terá a possibilidade de anular essa desvantagem quando, dentro de quatro jornadas, for jogar ao Estádio da Luz.

As deslocações à Madeira são, por tradição, difíceis para os clubes “grandes”. Esta temporada, o FC Porto já ali tinha perdido com o Marítimo e, agora, empatou com o Nacional. Ao todo, são cinco pontos que ficaram pelo caminho…

Num jogo em que estava obrigado a vencer para aproveitar o deslize do Benfica, a equipa de Lopetegui fez uma exibição descolorida, sem raça, sem nervo, sem garra. Causou estranheza que os azuis e brancos não tenham entrado em campo com vontade de “comer a relva”.

A primeira parte na Choupana resume-se praticamente ao golo de Tello, aos 45 minutos, quando o Nacional jogava momentaneamente com dez. O extremo espanhol recebeu um passe de Danilo, flectiu para a zona central e, à entrada da área, rematou forte e colocado ao ângulo superior da baliza de Gottardi. Ao intervalo, os azuis e brancos venciam justamente.

A segunda parte começou com o FC Porto à procura do segundo golo. O central Maicon esteve perto do objectivo, quando, aos 47’, rematou à barra num livre directo.

No entanto, os azuis e brancos acusaram o desgaste físico e não tiveram capacidade para parar as transições rápidas do adversário, que chegavam à área de Helton com rapidez e, por vezes, em superioridade numérica.

O primeiro “aviso” do Nacional da Madeira foi aos 56 minutos: Christian cobrou bem um livre directo, mas Helton (titular na Liga pela primeira vez) negou-lhe o golo, com uma excelente defesa.

O golo do empate surgiu pouco depois, aos 62 minutos, por Wagner, que tinha entrado em campo quatro minutos antes. O jogador do Nacional aproveitou uma desatenção do lateral Alex Sandro e, com um pequeno toque, fez o 1-1.

Com o resultado empatado e a faltar menos de meia hora para o final, Lopetegui fez entrar Quintero (que pouco ou nada fez) para o lugar de Evandro. O FC Porto continuou à procura do golo que lhe desse o triunfo e teve duas boas oportunidades em apenas dois minutos: aos 66’, Danilo rematou ao poste e, aos 67’, o guarda-redes do Nacional negou o golo a Aboubakar.

Aos 71’, excelente oportunidade de golo para os madeirenses, que recuperaram a bola, lançaram o contra-ataque, em superioridade numérica (de cinco para três), mas Lucas João desperdiçou, atirando por cima da baliza.

Dois minutos depois, o treinador do FC Porto lançou no jogo o último “trunfo”: Ricardo Quaresma. O extremo “mexeu” com o jogo e teve uma prestação muito positiva, tendo ficado a sensação de que deveria ter entrado mais cedo para o lugar de Brahimi. Na Madeira voltou a notar-se a influência de Quaresma na dinâmica ofensiva da equipa. Merece, por isso, que o treinador aposte mais vezes nele, porque fez mais em 15 minutos do que outros durante o jogo todo…

Quaresma bem tentou criar oportunidades e assistir os companheiros, em particular o camaronês Aboubakar, mas o empate manteve-se até ao final do jogo, com o Nacional a defender-se com unhas e dentes.

O único lance que gerou polémica surgiu aos 86′, quando Quaresma, depois de entrar na área, foi empurrado e caiu no relvado, já fora das quatro linhas. No entanto, o árbitro Manuel Oliveira nada assinalou.

A oito jornadas do fim da Primeira Liga, Benfica e FC Porto estão agora separados por apenas três pontos. Nada está decidido, mas fica a ideia de que o “derby” da Luz, entre ambos, será decisivo. Daqui a um mês se verá…

Save

2 Comments

  1. David Guimarães

    27/03/2015 at 23:23

    Amigo Carlos,
    Esta semana ouvi uma nova estupidez! Quaresma foi empurrado dentro da área claramente. Inúmeros analistas consideram que o atleta estava fora do campo e que por isso não é falta. Primeiro, o craque sai do campo por ser empurrado, depois o que interessa aqui não é a localização do Quaresma mas sim da bola (que está dentro do campo). Por esta lógica, um jogador que agrida outro fora do campo não deve ser expulso. Mais uma vez, recuso-me a pactuar com abjecções!
    Um forte abraço!

    • Carlos Martins

      29/03/2015 at 00:04

      Obrigado pelo comentário, amigo David. Inteiramente de acordo com o que dizes. A falta sobre o Quaresma é óbvia. Ele só não continua com a bola porque é empurrado, mas enfim… Dá ideia que os árbitros estão proibidos de marcar penalties a favor do FC Porto…

      Um abraço

Leave a Reply

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Exit mobile version