“BASTA” O QUÊ?

Francisco Perez

Quando uns ganham injustamente não se pronunciam, mas se perderem e tiverem sido prejudicados são os primeiros a atacar. Falar é fácil, ainda para mais quando se justifica um mau resultado com uma arbitragem duvidosa.

Minutos após o jogo que opôs o Vitória de Setúbal  ao Sporting Clube de Portugal, Bruno de Carvalho dirigiu-se aos jornalistas e teceu fortes críticas ao árbitro Vasco Santos. No dia a seguir, criava-se o Movimento “BASTA!”, encabeçado pelos adeptos leoninos. Este defendia que o clube de Alvalade tinha sido gravemente prejudicado em diversos jogos, tendo perdido sete pontos por falhas das equipas de arbitragem.

Uma semana depois, no estádio José Alvalade, o Sporting venceu o Futebol Clube do Porto por 1-0, com um golo do argelino Islam Slimani que é precedido de fora-de-jogo. Neste jogo, segundo alguns especialistas, houve ainda tempo para Pedro Proença não assinalar uma grande penalidade a favor dos dragões, não mostrar o segundo cartão amarelo a Cédric Soares e o primeiro a Fredy Montero, não mostrar um vermelho a Abdoulaye Ba e ter expulso indevidamente Fernando.

A arbitragem em Portugal tem perdido a sua credibilidade, no entanto, seria incorreto dizer que este ou aquele clube tem sido o mais beneficiado/prejudicado. Contudo, criou-se a ideia de que somente os clubes “grandes” são os beneficiados, desviando os erros que ocorrem noutros jogos. O Sporting de Braga-Rio Ave foi exemplo disso. Um penalti polémico e um golo mal anulado foram os mais graves.

Todas as equipas num momento ou outro são favorecidas e por vezes prejudicadas. Apontar o dedo aos árbitros seria presumir que a culpa é só deles, quando na verdade é , em grande parte, da Liga que não lhes garante a formação mais adequada. Uma falha aqui é aceitável, mas em excesso são mal vistas pelo público. Ainda para mais quando um deles reconhece através do Facebook que falhou, dando razão aos inúmeros protestos.

Com o discurso do Presidente do Sporting, a arbitragem caminha novamente para a tendenciosidade. Iremos assistir a jogos polémicos, indiretamente influenciados pela palavra “BASTA!”, tanto hoje como amanhã, não só para o clube de Lisboa mas para os restantes. Os erros acontecem e irão continuar, por isso questiono: Basta? O quê?

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