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Ciência e Saúde

“ENGENHARIA EM MOVIMENTO” SALIENTA BOM DESENVOLVIMENTO DO PORTO

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João Rocha, presidente do ISEP, abriu as hostes dizendo que “este tema tem tido enorme desenvolvimento a nível europeu, muito devido aos desafios que as cidades de hoje enfrentam, de ter que combinar a competitividade económica, a sustentabilidade ambiental e a melhoria da qualidade de vida das pessoas que as habitam”, acrescentando ainda que as cidades são “palcos de inovação, conhecimento e criatividade”.

A sessão de abertura contou igualmente com a presença de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), que confessou ter “muita esperança que esta cidade mude”. A seu ver, “o desafio das cidades é transformar dados em informação útil para que, cada vez mais, as decisões sejam sustentadas” tendo de “utilizar processos inovadores, inteligentes, capazes de produzir conhecimento através dos dados”. O autarca independente destacou ainda que “a inovação tem um papel preponderante e não poderia deixar de constituir uma das nossas primeiras prioridades”.

O Porto, considerado no ano passado líder do ranking nacional de municípios inteligentes, de acordo com o Portuguese Smart Index 2015, “tem em funcionamento, desde junho de 2015, o seu Centro de Gestão Integrada, agregando várias competências, desde a Polícia Municipal, a Proteção Civil, a via pública, entre outras”. O presidente do executivo informou que esta infraestrutura “tem sido fundamental para a resposta a eventos de grande dimensão, como é o caso da noite de S. João e de fim do ano, mas também começa cada vez mais a ser fundamental na resolução dos problemas do dia-a-dia, garantindo uma resposta muito mais rápida e muito mais eficiente”.

“Juntamente com cidades europeias como Manchester, Dublin, Estocolmo ou Zagreb, o Porto criou muito recentemente a rede «Smart Impact», um projeto europeu no âmbito do programa URBACT” (programa europeu de apoio a redes temáticas de cidades), “que reúne diversos municípios e agentes de inovação” numa “rede de cooperação e troca de conhecimento que visa dedicar-se a temas como o desenvolvimento organizacional e administrativo da cidade, financiamento e contratação pública de soluções inovadoras, ativação do ecossistema local ou ainda a integração de dados”. O presidente da autarquia acrescentou que “o projeto «Smart Impact» é muito importante pois concretiza o nosso objetivo de transformar a cidade num verdadeiro laboratório vivo, onde a cidade é utilizada para desenvolver, testar e validar novos produtos e soluções.

A moderação do painel esteve a cargo de Ricardo Lopes da i9 Magazine, que apresentou os diversos oradores, tendo começado pelo engenheiro António Pires, da IBM, parceira da CMP na adoção de várias soluções em Smart Cities e Smart Grids. O líder das atividades da IBM relacionadas com as Smart Cities em 4 países: Espanha, Portugal, Grécia e Israel, discursou sobre o tema “A Cidade Cognitiva”.

Segundo António Pires, “a cidade já de si é inteligente”, é um “sistema de sistemas” que “já tem os seus sistemas a funcionar”. O futuro está em “encontrar forma de interligá-los”. O engenheiro da IBM identifica este trabalho como sendo um “desafio imenso” para as cidades.

A computação cognitiva não é mais do que a capacidade de o computador “emular o raciocínio humano”, o que nos poupa tempo na leitura dos documentos. Para António Pires, “estas soluções cognitivas fazem toda a diferença” e a capacidade de os computadores interpretarem e trabalharem toda a informação não estruturada que produzimos será o “futuro da computação”.

A diretora do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD), Zita Vale, apresentou uma visão mais académica do tema, focando a sua intervenção nos benefícios e perspetivas de evolução das redes e cidades inteligentes. Segundo Zita Vale, “Smart Grids é mais um conceito do que uma rede”. A diretora do GECAD admitiu que o desinvestimento nas energias renováveis na Europa “não é de forma nenhuma um problema” mas sim “uma grande oportunidade”, referindo ainda que há “uma grande margem para uma gestão mais inteligente dos recursos”, para “aparecerem novos players” e para “implementarmos novos modelos de negócio que tornem o sistema mais eficiente e a energia mais barata”.

A verdadeira 4ª revolução industrial foi o tema trazido pelo blogger e profissional da área da Comunicação, Vítor Pereira, da Conteúdo Chave. Vítor Pereira apresentou vários exemplos de cidades, evidenciando os pontos fortes da sua atratividade, entre os quais se destaca claramente a tecnologia.

Uma grande surpresa e alteração de última hora ao cartaz foi a intervenção de Mário Peres, IoT Country Manager da Vodafone, cujo tema era “Vodafone leva Smart Cities para o Rock in Rio”. A Vodafone apresentou oficialmente, nesta conferência, o conceito de “Smart City Rock”. Para Mário Peres, “os pilares sobre os quais assentam o conceito de uma Smart City, são muito semelhantes àqueles que são os valores da marca Rock in Rio”. É pretendido, utilizando a tecnologia e todos os meios ao dispor, reduzir os recursos utilizados e a pegada ecológica e ter um controlo efetivo dos custos.

Roque Brandão, docente do ISEP e responsável pela organização deste ciclo de conferências, confessou ao JUP que a escolha do tema desta conferência foi motivada pela sua importância para a cidade do Porto e para a região metropolitana. O engenheiro considera que “é preciso utilizar a tecnologia para ajudar a gestão das cidades” e que “soluções como a segurança das pessoas através da videovigilância, a gestão em tempo real do tráfego viário, a gestão dos lugares de estacionamento dos parques da cidade ou a facilidade na divulgação de informação aos turistas, são soluções implementadas ou a implementar numa smart city”.

Roque Brandão destacou ainda o Centro de Gestão Integrada da cidade do Porto, anteriormente apresentado por Rui Moreira, como sendo um exemplo de aplicação das técnicas de informação e comunicação com vista a implementar o conceito de smart cities.

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