Educação

PÓLO ZERO TORNA-SE FINALMENTE REALIDADE

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Marcelo Rebelo de Sousa esteve esta sexta-feira na cidade Invicta para a inauguração do Pólo Zero da Federação Académica do Porto, regressando assim, pela terceira vez na mesma semana, à cidade que o acolheu em diversos momentos da sua vida. Foi na cidade que considera “acolhedora e calorosa” mas também “tranquila e cosmopolita” que passou “uns tempos muito agradáveis” aquando da revisão da sua tese e, mais tarde, quando fundou a Faculdade de Direito da Universidade do Porto. O presidente da República felicitou os responsáveis pelo projeto, dizendo que a FAP “tem enormes méritos” e confessando que aqui se sente “academicamente muito ligado”, estando, portanto, “muito feliz por esta iniciativa”.

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal Porto (CMP), uma das principais entidades responsáveis por este projeto, quer a nível de financiamento quer a nível de cedência de espaço, esteve igualmente presente nesta inauguração. O autarca falou sobre a sua experiência académica, contando histórias do seu percurso estudantil em Londres, marcadas por algumas dificuldades financeiras que o levaram a partilhar a habitação e a conciliar os estudos com um emprego.

O Pólo Zero, é um espaço dedicado aos atuais estudantes da Academia do Porto, mas também àqueles que virão estudar em breve para o Porto, vindos de outros locais do país ou até mesmo de outros países, ao abrigo de programas de mobilidade. Idealizado há cerca de 15 anos, este espaço ao serviço dos estudantes e da cidade, segundo Daniel Freitas, presidente da FAP, viveu enquanto “quimera”, enquanto “sonho”. Foi um longo caminho percorrido e que “atravessou várias direções da FAP e diversos mandatos camarários”.

O Pólo Zero, em formato open space e com 520 metros quadrados, conta com 6 espaços principais: a zona de entrada com apoio de secretariado, uma sala com mesas corridas e cacifos, uma sala de reuniões com acesso a equipamento de videoconferência, uma sala acolhedora com bancos individuais, um espaço com mesa e cadeiras junto à entrada e ainda um local para refeições munido de máquinas de venda automática, pia lava-loiça e micro-ondas. O dirigente académico explica que “este espaço pretende ser uma verdadeira porta da FAP para a cidade, funcionando como centro catalisador da participação estudantil e de acolhimento aos estudantes”.

Com todas estas condições, este espaço multifacetado, de acordo com Daniel Freitas, “materializa-se como um espaço de estudo, de convívio e lazer, de promoção do emprego e empreendedorismo, dinamização cultural da cidade do Porto pela Academia e como espaço de construção e concretização de ideias inovadoras, de fomento da utilização da tecnologia e de prática de associativismo.” Constitui também uma mais-valia que pretende potenciar ao mais alto nível eventos culturais temáticos, eventos de formação e exposição de trabalhos. Visa ainda centralizar as diversas ofertas de ensino, de alojamento ou outros serviços úteis, através de uma plataforma online. O presidente da FAP confessou ao JUP que será prestado o apoio no desenvolvimento de ideias de negócio, nomeadamente na elaboração de Planos de Negócios, e ainda apoio jurídico na implementação de projetos com vista a formalização de empresas.

Com um horário experimental das 10h00 às 24h00 (com a possibilidade de funcionar 24 horas por dia nos períodos em que se justifique), de segunda a domingo, o Pólo Zero abriu as portas à Academia neste sábado. O espaço, com a capacidade máxima para aproximadamente 100 pessoas, contou no dia da abertura ao público com a presença de cerca de 20 estudantes com o objetivo de utilizar o espaço para estudo e de sensivelmente 30 pessoas com a intenção de conhecer o projeto e espaço.

Preocupados com a segurança dos estudantes que por ali passam com equipamentos informáticos de algum valor, a FAP dotou o espaço de câmaras com videovigilância e controlo de entrada por parte do secretariado que, aliadas à vigilância do Passeio dos Clérigos, zelam pela segurança dos utilizadores do Pólo Zero.

Questões de financiamento, de espaço e, mais tarde, de obtenção de licenças e desenho de projetos, foram um grande entrave e levaram a um longo período de espera até o sonho se realizar. O investimento total no Pólo Zero foi de 400 mil euros, num projeto conjunto entre a FAP, a CMP, Universidade do Porto (UP), Instituto Politécnico do Porto (IPP) e Universidade Católica Portuguesa – Centro Regional do Porto (UCP).

Após o investimento inicial garantido pelas diversas entidades, a gestão do espaço ficou a cargo da FAP, que encarregou Carlos Alberto Videira como responsável pela coordenação do mesmo. A apoiá-lo estará uma equipa de estudantes em regime de rotatividade, fruto de parcerias com diversas instituições.

Assim, Daniel Freitas acredita que se inicia agora “uma segunda fase” do Pólo Zero, a fase da “sua implementação, dinamização e apresentação à cidade, de forma que cumpra os objetivos para os quais foi desenhado”.

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