Educação
ERASMUS – 6 MESES DE EUROPA
Passei seis meses em Estrasburgo, uma pequena cidade no nordeste francês que faz fronteira com a Alemanha e, posso dizer, que foi uma das melhores experiências da minha vida. Cresci, aprendi e diverti-me.
Fiz amizades que, além de colocarem determinados assuntos numa outra perspetiva através das diferenças de culturas, hábitos e gostos, mas, e acima de tudo, pude perceber que há valores que nos aproximam devido a algo em comum, a Europa. Sim, podemos ser e considerar-nos sem dúvida europeus.
Viajei por grandes capitais e pequenas vilas, por França e no estrangeiro, tive experiências novas e consolidei algumas antigas. De qualquer das formas, há episódios que sempre irei recordar como: ver neve pela primeira vez, ir à Oktoberfest, ir à casa de Anne Frank ou visitar um campo de concentração. Também marcou-me percorrer as catacumbas de Paris, beber chocolate quente no meio dos Alpes ou até mesmo adormecer na estação de comboios de Amesterdão. Novo ou repetido, nada que alguma vez possa ser esquecido. Porém as experiências não foram só além-fronteiras, muitas delas mantiveram-se por Estrasburgo… Para uma pessoa que sempre viveu em casa dos pais e que quando decide sair, embora que por um período relativamente curto, vai para outro país para uma cidade a 2000 km, há certas vivências que podem parecer banais mas que acabam por ter um significado impressionante. Começando pelo típico cozinhar e as invenções gastronómicas, como pôr a roupa para lavar e ter um dia de limpezas semanal. Viver sozinha é algo bastante bom, principalmente para quem não está habituado a esse tipo de rotina. É poder sair e entrar sem dar explicações, ir lanchar e depois com o desenrolar das coisas chegar a casa às 4h da manhã, acordar ao meio dia ao domingo e só almoçar às cinco da tarde ou não ter nada mais e lanchar uma omelete. O dia-a-dia por vezes dava-me oportunidades que só vistas, desde poder assistir à entrega do prémio Sakharov a Malala Yousafzai até assistir, por norma, às sessões plenárias do Parlamento Europeu.
O Erasmus resume-se então a isto, viagens, experiências e amigos. No entanto nem tudo é um mar de rosas. Passei momentos difíceis tanto pelas saudades, que na minha opinião é como se fossem fásicas, porque ora afectam mais ou menos, como por percalços em ocasiões mas que acabavam por passar. A própria língua estrangeira, burocracias, simplesmente pessoas ou qualquer outra coisa que agora não recorde. A verdade é que na contabilização final posso dizer que é uma experiencia que vale totalmente a pena e que superei dificuldades que nunca imaginei possíveis.