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Educação

FAP:”A BASE DA NOSSA EXISTÊNCIA É SERVIR OS INTERESSES DOS ESTUDANTES”

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E, porque nada melhor que abrir a rúbrica com a associação mais global e abrangente de todos os estudantes, o JUP entrevistou numa conversa informal a mulher que dá voz a todos os estudantes do Porto. Tornou-se a primeira Presidente da Federação Académica do Porto (FAP) e desde o alcance desta primeira vitória, Ana Luísa Pereira, enfrentou um ano repleto de desafios e conquistas. Em cima da mesa, estiveram temas como os futuros projetos da Federação, os obstáculos ultrapassados e o seu futuro pessoal.

JUP: Tendo em conta o contexto de eleições no qual a FAP se apresenta atualmente, gostaríamos de saber se a Ana Luísa se vai recandidatar?

Ana Luísa: Eu não me vou recandidatar, foi a entrega de listas durante o dia de ontem ( 9 de Novembro). Hoje (10 de Novembro) está, neste momento, a decorrer a reunião de Comissão Eleitoral para validar as listas entregues, mas eu decidi não me recandidatar!

JUP: Porque motivos não se irá recandidatar?

Ana Luísa: É um motivo pessoal, eu já estou na FAP há três anos, estive 2 anos como tesoureira e, este ano, como Presidente. E, portanto, também estou à espera de novos desafios, ou seja, por um motivo meramente pessoal. Achei que era altura também de fechar este ciclo e começar outro!

JUP: Quais considera que foram os principais objetivos para o mandato da Ana Luísa?

Ana Luísa: Os nossos principais desafios, na altura, era continuar a aproximação da FAP à Academia do Porto, aos estudantes, e tínhamos algumas linhas estratégicas, nomeadamente na área do “Somos Academia”, que é um projeto que nós temos que tem como objetivo potenciar os projetos que os estudantes neste momento já têm. Isto numa lógica de que a FAP não deve ser um eucalipto que seca tudo à sua volta, mas sim algo que dá força aos projetos dos estudantes que já existem, os quais maior parte deles fazem todo o sentido e, nas suas diversas áreas fazem coisas muito bem. E, portanto, esse era um dos nossos objetivos que ao longo do mandato fomos trabalhando. Neste momento, temos alguns projetos que estão terminados, prontos para serem lançados. Na altura, queríamos trabalhar muito a parte das soft skills porque achamos que isso é fundamental para que os estudantes possam sair daqui para o mercado de trabalho com outra perspetiva que não meramente académica, mas não menos importante. E, portanto, neste momento, temos projetada uma unidade de formação, cujo o objetivo é que os estudantes venham para ela, façam todo o percurso para se formarem a eles próprios e sejam eles também multiplicadores dessas competências junto de outros estudantes. Ela está desenhada e pronta para que a próxima direção a tire do papel. Outra questão que achamos que a FAP deveria dar resposta era criar uma plataforma de voluntariado que juntasse ao nível da Academia do Porto todas as ofertas de voluntariado que existam e sejam pertinentes, não só as atividades da FAP mas também porque os estudantes da Academia do Porto são muito recetivos a essas iniciativas de voluntariado e sentimos isso nas nossas atividades, às quais se candidatam muitos estudantes para fazerem parte das mesmas seja no nosso projeto da FAP no bairro, Semana da Saúde, por exemplo, entre muitas outras. E, portanto, achamos que o estudante quando chega à Academia do Porto deve ter um sítio onde pode ir pesquisar as ofertas de voluntariado que existem na cidade do Porto. A ideia é que a FAP faça uma seleção das entidades e das iniciativas que sejam mais pertinentes, que as disponibilize e que os estudantes se inscrevam.

 “A FAP não deve ser um eucalipto que seca tudo à sua volta, mas sim algo que dá força aos projetos dos estudantes”

JUP: Enquanto primeira mulher a ser eleita presidente, como se sentiu quando tomou posse?

Ana Luísa: Foi uma grande responsabilidade porque  as expectativas também estavam muito altas, a sensação foi ótima, de muita responsabilidade e foi sempre assim que também levamos o nosso mandato, não só eu como a minha equipa também, sempre sentindo a responsabilidade que é liderar a FAP.

JUP: Qual considera que foi o maior desafio para a Ana Luísa neste último ano?

Ana Luísa: Acho que a FAP por si só é um desafio, ou seja, toda a gestão da FAP, seja o seu dia-a-dia, seja as próprias atividades porque que envolvem sempre grandes massas de estudantes são sempre um desafio. Eu tinha a vantagem de ter estado na FAP, mas obviamente com funções muito diferentes. Tinha sido tesoureira, obviamente, funções muito diferentes daquelas que tem um presidente.

JUP: Quais considera que foram os momentos mais recompensadores durante o tempo da Ana Luísa na FAP?

Ana Luísa: Os momentos mais recompensadores que eu tive foi saber que fizemos a diferença na vida dos estudantes. E falando de duas questões muito específicas, o preço da refeição e do alojamento que não aumentou porque, felizmente, conseguimos que houvesse uma alteração a nível legislativo que fizesse com que esses preços não só não aumentassem como expectavelmente sejam mais constantes ao longo do tempo e, portanto, menos suscetíveis porque eles estavam anexados ao salário mínimo e passaram a estar anexados ao IAS. E a outra delas tem que ver com o regulamento de atribuição de bolsas em que é expectável para nós e espero que as alterações introduzidas ao nível da candidatura tenham um impacto positivo naquilo que é a análise do processo que sabemos perfeitamente que o apoio que é dado aos estudantes, que atualmente precisam dele, e que o facto de ele muitas vezes se atrasar é muitas vezes o 1º passo para que o estudante abandone o ensino superior porque fica sem esse recurso. E, portanto, a celeridade do processo tem toda a importância mesmo até no que diz respeito à continuidade do estudante no ensino superior e, nessa lógica, apesar de ser cedo para dizermos que de facto fizeram a diferença, temos essa expectativa que o faça. E , depois, a questão do aproveitamento escolar em que os estudantes que se inscreviam em mais de 60 ECTS, como a percentagem para o aproveitamento escolar era 60 % dos créditos a que eles se inscrevessem. Aquilo que nós achamos foi que esse não era um critério justo e, portanto, fixou-se ao invés de uma percentagem que o estudante tivesse aproveitamento a 36 ECTS. E, sabemos, porque até os Serviços de Ação Social nos transmitiram que isso permitiu que muitos estudantes continuassem dentro do sistema de apoio de bolsas de estudo. E, portanto, essa é a maior recompensa.

 “Fizemos a diferença na vida dos estudantes”

JUP: Enquanto elemento conector entre as diversas faculdades, como é que a FAP consegue abranger uma grande diversidade de faculdades e perspetivas diferentes?

Ana Luísa: A FAP é uma federação de associações de estudantes portanto os nossos interlocutores diretos são as associações de estudantes das várias faculdade e das várias unidades orgânicas. Acho que a FAP é também única por isso, ela consegue reunir, na mesma sala, pessoas que discutem ensino superior independentemente de serem do politécnico, do universitário, do sistema público, do sistema privado, do sistema concordatário. Portanto, essa diversidade é o que torna a FAP muito particular e corre sempre tudo bem porque as pessoas conseguem ter essa abertura para o diálogo. Aquilo que nós temos são Assembleias Gerais e, depois, quando são assuntos mais específicos relacionados com subsistemas, temos também as reuniões de subsistema politécnico, universitário, e depois com outras instituições seja a Católica, seja com o sistema privado. Portanto, temos este formato de reuniões que nos permite discutir as coisas mais particulares de cada subsistema mas, na generalidade, conseguimos facilmente sentarmo-nos à mesma mesa para discutirmos os vários temas do ensino superior e acho que essa diversidade ajuda a que a FAP seja muito rica.

JUP: Quais acha que deverão ser os princípios essenciais da FAP daqui para a frente?

Ana Luísa: Acho que os princípios basilares daquilo que é a atividade da FAP é a representação estudantil e institucional, continuar a sua aproximação aos estudantes da Academia do Porto e estar disponível para eles sempre que for preciso, tendo sempre em vista esta melhoria contínua do sistema de ensino superior.

“Contem sempre com a FAP para aquilo que precisarem”

JUP: Se pudesse mudar alguma coisa ou até melhorar algo feito pela FAP este ano, o que seria?

Ana Luísa: Quando fazemos alguma coisa, como sentimos também essa responsabilidade, ela é sempre pensada de forma coerente e de forma alinhada com aquilo que é a FAP e que tem vindo a ser a história da FAP, portanto, assim alguma coisa diferente do que fiz, acho que nada! Mas claro que a FAP é um projeto inacabado, dá sempre para fazer mais, dá sempre para fazer melhor e, portanto, espero que continue a fazer o caminho que tem feito até agora, de fazer mais, fazer melhor para todos.

“A FAP é um projeto inacabado, dá sempre para fazer mais, dá sempre para fazer melhor”

JUP: Para finalizar, gostaríamos de saber se a Ana Luísa tem algumas palavras dirigidas aos estudantes?

Ana Luísa: Contem sempre com a FAP para aquilo que precisarem, a FAP está sempre aqui disponível para eles, seja a FAP, seja as próprias associações de estudantes, a base da nossa existência é servir os interesses dos estudantes e continuar a melhorar o sistema de ensino superior.

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