Educação

PSICÓLOGOS: A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÃO NAS ESCOLAS

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O Secretário de Estado da Educação, João Costa, vincou no início de novembro a necessidade da existência de um psicólogo em todas as escolas do país, por serem uma ferramenta escolar com capacidade de potenciar a estabilidade académica e o sucesso académico. Em declarações ao PÚBLICO, João Costa realçou, no entanto, que o bem-estar dos alunos não depende apenas destes profissionais, mas de todo o apoio prestado pela comunidade académica.

De acordo com o relatório PISA de 2015, Portugal é um país cujos níveis de ansiedade na comunidade estudantil estão próximos do valor máximo. Para além destes dados, o Ministério da Educação mostra-se preocupado com as cada vez mais frequentes mudanças nas áreas de estudo. Por esta razão, questiona-se a necessidade e a importância do papel dos psicólogos nas escolhas dos alunos e na educação inclusiva.

Ana Neto terminou o ensino secundário há um ano, mas mudou de área científica a meio do percurso. Atualmente a trabalhar, justifica a saída de Ciências e Tecnologias por ter vivido uma realidade diferente da que esperava. Paralelamente, a mudança deveu-se à “falta de acompanhamento escolar no fim do ensino básico por falta de verbas” e, por isso, teve “de experimentar primeiro.

Ana Neto

Para a jovem, falta ainda “mais intrução por parte dos professores para “descortinar o futuro” e “psicólogos vocacionados para a área da educação”. Ana considera igualmente que os psicólogos devem “mostrar o que são todas as áreas científicas” antes dos estudantes tomarem opções.

Maria João Nunes revê-se nas declarações de Ana Neto. Quando terminou o ensino secundário ingressou na Academia Militar, mas, admite que se tivesse tido maior acompanhamento escolar, talvez tivesse optado por Engenharia Química, curso que frequenta atualmente na Universidade de Coimbra. A jovem realça que existe “falta de esclarecimentos” sobre o que é a Universidade, motivo que levará, na opinião de Maria João Nunes, ao “abandono do ensino superior”.

Maria João Nunes

Em relação aos psicólogos, defende que estes não a ajudaram muito no final do secundário, pois já tinha “a decisão bem definida”, mas que o acompanhamento ao longo dos três anos que antecedem a entrada no ensino superior, é de maior importância para os alunos. Para complementar esta ideia, Maria João Nunes acredita que as várias instituições deveriam ter um papel mais ativo na divulgação dos seus cursos.

As mudanças de curso no ensino superior são bastante elevadas, conforme noticiou o Observador ,em maio de 2015. Por essa razão, a presença de profissionais especializados nas escolas públicas é frequentemente questionada, levando a que o Ministério da Educação investigue o tema.

 

 

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