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Educação

VIVA A LIBERDADE, VIVA A EDUCAÇÃO

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O 25 de abril de 1974 é um marco histórico, definidor da liberdade, do reconhecimento de direitos, de melhorias na educação e na saúde. É, com isso em vista, que, passados 45 anos da Revolução, ainda se sai às ruas no dia da liberdade. Mas e como era educação durante o Salazarismo? Que mudanças fundamentais ocorreram na transição para a Democracia?

A Educação na época de Salazar

Uma escola elitista, pensada para poucos. Para as crianças em geral, o importante era um ensino básico (até a 4º classe). Somente pessoas consideradas mais privilegiadas na sociedade deveriam seguir para a conclusão da escola e a realização de uma universidade. O punitivismo e o autoritarismo eram ferramentas de poder e controle. Estudantes deveriam obedecer a todo custo, com o risco de, em caso de insubordinação, sofrerem castigos físicos. A separação entre meninos e meninas na escola era regra. Crucifixos na parede e reza eram rotina.

Alguns dos valores pregados naquela época eram “Deus, Pátria, Família”. Nesse cenário, cabia à mulher cuidar dos filhos e da casa, sendo muito difícil de ter uma vida independente e com igualdade de direitos. O homem trabalhava, muitas vezes, no campo ou nas indústrias, sem garantias trabalhistas.

A Educação após 25 de abril

Com a Revolução dos Cravos, a educação foi um dos setores que mudou mais expressivamente. A escolaridade obrigatória foi, aos poucos, alargada para os 12 anos de escola (Ensinos Básico e Ensino Secundário) e a democratização da educação passou a ocorrer, com o acesso escolar público possibilitado a praticamente todas as crianças. Do mesmo modo, a cultura e a autonomia na educação passaram a ser mais valorizadas. As turmas começaram a ser mistas e os castigos físicos aos estudantes foram gradualmente abolidos.

Diante das melhorias observadas com essas mudanças, é possível afirmar que, segundo o INE, a taxa de analfabetismo foi de 25,7% em 1970 para 5,2% em 2011. Quanto a alunos no Ensino Secundário, conforme DGEEC, enquanto em 1974 havia 43.653, em 2017 já havia 399.775 matriculados.

Apesar dessas conquistas, é certo que Portugal ainda tem muitas questões a melhorar na educação, como, por exemplo, os números ainda elevados de insucesso e abandono escolar. Há muito o que pensar e investir para garantir a justiça social dentro do espaço escolar e a garantia de direitos a todas as crianças. Entretanto, somente é possível pensar nessas melhorias da educação em razão de hoje se ter liberdade e uma maior democratização da escola, duas grandes conquistas do 25 de abril. Viva a liberdade e viva a educação.

Marcela Balbão