Educação

‘ERASMUS’ NO PORTO: O QUE CATIVA OS ESTUDANTES INTERNACIONAIS

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Paulina, polaca, escolheu o Porto para fazer Erasmus. Fotografia por Miguel Marques Ribeiro.

 

Atualmente, 20% da comunidade estudantil ativa no Porto é oriunda de outros países. Para o ano letivo que começou recentemente, estão previstos seis mil novos alunos internacionais (comummente chamados de “Alunos Erasmus”) no Ensino Superior, um número nunca antes atingido.

Os dados são da Reitoria da Universidade do Porto, divulgados em outubro pelo Jornal Expresso.  Brasil, Itália, Espanha, Moçambique e Alemanha são os países com mais estudantes na Universidade do Porto, mas a estas geografias juntam-se a Coreia do Norte, Japão, Bangladesh, Síria ou China.

Estudar no Porto, porquê?

Uma das muitas estudantes vindas de Erasmus é a Romilda. Proveniente da Universidade de Turim, em Itália, frequenta atualmente o 4º ano de Medicina Veterinária no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e confessa que “os portugueses são pessoas muito disponíveis, sempre prontos a ajudar.”

Em entrevista ao JUP, afirma que “em Itália a Universidade do Porto é a mais reconhecida”, mas o que a convenceu a vir estudar para a cidade nortenha foram “os professores de outras partes do mundo” e a “maior oportunidade de escolha”.

Está no Porto há apenas um mês, mas “até agora a experiência é muito positiva. Já morei nos Estados Unidos durante um ano e agora estou a fazer o mesmo aqui. Esta é a única forma de conhecer o mundo e ganhar mais experiências.”

Outra das estudantes que entraram no Porto neste ano letivo é a Paulina. Fez as malas da Polónia há dois meses e valoriza as diferenças entre os países.

“As coisas diferentes são boas, tanto para nos ajudarem a crescer enquanto pessoa, como para ganharmos novos conhecimentos, sabermos mais que os restantes e podermos partilhar esse mesmo conhecimento. Acho que sou uma pessoa melhor agora do que quando estava na Polónia”, admitiu a estudante ao JUP.

Paulina escolheu o Porto porque “sempre quis visitar a Europa. O Porto é a forma mais fácil de chegar a todo o lado”.

Os métodos de ensino enquanto ponto diferenciador

Além da facilidade nas viagens em que apostam os alunos de Erasmus, o estudo é também valorizado. Entre os seis mil estudantes que este ano chegam ao Porto, Engenharia, Letras, Ciências, Economia e Belas Artes são as faculdades com maior adesão. Mas quais são as maiores diferenças nos métodos de ensino? O que procuram os estudantes na oferta educativa portuguesa?

Romilda. Fotografia por Miguel Marques Ribeiro.

 

Para Romilda, o ensino português é “muito diferente” da realidade italiana.

“Cá os estudantes têm muitas aulas práticas, o que não acontece na universidade em Turim. Para o curso de Medicina Veterinária estas aulas práticas são muito importantes”, explica. A aluna destaca ainda os professores de vários países, caraterística que considera essencial “para aprender modos alternativos de trabalhar com os animais.”

Paulina está neste momento no 2º ano de Gestão e quando abordada relativamente às expectativas de ensino confessa que “eram diferentes”.

“Os meus amigos tinham-me dito que o ensino era mais fácil do que na Polónia, mas na realidade não é”, observa a aluna de mobilidade.

As principais diferenças entre Portugal e Polónia, segundo a estudante, são que “em Portugal eu não tenho de ir à Universidade para todas as aulas, enquanto que na Polónia todas as aulas são obrigatórias”.

“Cá em Portugal existem unidades teóricas e trabalho prático em cada disciplina e exames separados. Para mim isso é uma mais-valia”, remata.

Em entrevista ao Expresso, o reitor da Universidade do Porto garante que o aumento destes alunos é “muito relevante por corresponder a mais massa crítica, maior intercâmbio de conhecimento, mais relações interculturais e mais recursos financeiros para a instituição”. António Sousa Pereira adiantou ainda que, em relação ao ensino superior, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estima que “o número de estudantes internacionais irá saltar dos 4,5 milhões registados em 2012 para os cerca de 8 milhões em 2025”.

Artigo da autoria de Lídia Araújo e Miguel Marques Ribeiro. Revisto por Rita Pais Santos.

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