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Educação

Nota 20: os números de Daniel Costa

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Com uma média de 20 valores, Daniel Costa escolheu a Universidade do Porto como casa para o início do seu percurso académico. Apaixonado pelos números, ingressa na Licenciatura de Matemática da Faculdade de Ciências (FCUP), cheio de vontade de aprender e de adquirir novas competências úteis para o seu futuro.

O JUP conversou com Daniel, um dos “três vintes” da UP. O estudante falou-nos do seu segredo para a conquista das boas notas e as preocupações para este novo começo.

Estás prestes a iniciar uma nova etapa da tua vida. Quais as tuas expectativas para este novo percurso académico? E os teus maiores receios?

Começo com expectativas de aprender muito, principalmente porque entrei num curso que eu realmente queria, que é Matemática, que eu realmente gosto. Estou com expectativas de conhecer pessoal novo na universidade. Agora passando para os receios, digamos que eu vou ter de perceber que a mudança do secundário para a faculdade é uma mudança grande, vou ter de me habituar. Eu acho que sou bem capaz disso, de me habituar à dificuldade que me vai ser apresentada.

Com a tua nota de ingresso poderias ter escolhido qualquer universidade. Assim sendo, o que te fez escolher a Universidade do Porto?

Eu acho que a Universidade do Porto foi uma escolha bastante fácil, porque estou perto e é uma universidade muito bem prestigiada. Por isso, para mim não fazia sentido nenhum escolher um curso que realmente há na Universidade do Porto noutro lugar, quando podia ficar simplesmente aqui.

Ter média de 20 valores exige muito estudo e muita dedicação a nível escolar, mas o estudo não é tudo. O que gostas de fazer nos teus tempos livres?

Para começar, eu pratico karaté shotokan há 12 anos, já sou cinto preto e posso dizer que isso me ajudou muito. Fisicamente, porque é sempre exercício físico, mas também mentalmente e socialmente, porque conheci lá pessoal com quem eu me dei bem durante este tempo todo que lá estive, e espero que continue durante mais tempo. Depois, também gosto de estar com os meus amigos – posso estar online, posso estar com eles presencialmente, podemos sair de vez em quando. E gosto de jogar videojogos.  

Tiveste sempre tempo para isso? E, em caso afirmativo, tens alguma dica sobre como conciliar bem o tempo de estudo e o tempo para relaxar e cultivar os teus hobbies?

Em primeiro lugar é preciso ter as duas coisas, porque não pode ser só estudar. Aliás, eu diria até que se fosse só estudar, se não tivesse tempo para os hobbies, estaria demasiado cansado e talvez a prestação até seria pior. Diria que é importante fazer uma gestão inteligente. Estudar regularmente, um pouco todos os dias. Talvez um pouco mais focado no tempo dos testes, mas não deixar acumular tudo para a véspera, porque senão aí é que não se consegue, não dá para estudar direito, não se consegue assimilar nada, ou muito pouco. E é necessário tentar pensar e perceber aquilo que se está a estudar, não basta abrir o livro e simplesmente dizeres que estás a estudar. 

De entre o enorme leque de escolhas que tinhas ao teu dispor, o que te levou a escolher o curso que vais agora ingressar?

Sempre gostei de matemática. Foi uma decisão que começou a ser mais assertiva no secundário, pois antes estava um pouco indeciso se era matemática ou física. Acabei por escolher matemática. Acabei por perceber que era o mais adequado para mim, o mais adequado para o meu raciocínio lógico e rigoroso. E também porque eu quero seguir a vertente de investigação no futuro. 

Acredito que, durante o processo da escolha, te tenham questionado se não irias para Medicina ou Engenharia, por exemplo – áreas que muitas vezes são vistas como as únicas merecedoras do teu mérito. Como é que isso te fez sentir e de que modo afetou a tua escolha?

Por acaso, não me questionaram muitas vezes quanto a isso, pelo menos dessa forma. O que me perguntaram muitas vezes foi: ”Mas então o que vais fazer em Matemática?”, o que é quase a mesma coisa. O pessoal pensa que se calhar Matemática é para ensino, mas não: eu tenho que explicar que dá para seguir mais coisas, que há muito mais saídas do que talvez as pessoas pensam. Agora claro, Medicina e Engenharia têm médias muito mais elevadas e por isso são vistas quase como obrigação para um aluno com boas notas. O que não é verdade, não é porque tens uma boa nota que te tens de sentir obrigado a ir para um curso que tem uma média alta de entrada.

“Diria que é importante fazer uma gestão inteligente. Estudar regularmente, um pouco todos os dias.”

Tendo em conta o que sabes hoje, se voltasses atrás no tempo e iniciasses de novo o secundário, farias algo diferente?

Acho sinceramente que não mudaria nada, por enquanto, acho que estive bem até agora. 

Para os estudantes do Ensino Secundário que, tal como tu, pretendem obter uma média de entrada que lhes permita entrar no curso que mais desejam, qual o teu conselho e o que consideras ser o segredo para este sucesso?

O meu conselho está principalmente baseado na gestão do tempo. Estuda, mas também é preciso haver tempo livre e é preciso ter motivação para isso. 

O que esperas alcançar nos próximos anos na UP?

Espero aprender muito, mas também espero desenvolver outras competências que me possam ser úteis no meu futuro profissional, para além dos conhecimentos que eu vou adquirindo nas aulas. Mestrado é certo que vou fazer, doutoramento provavelmente também. 

 

Entrevista e artigo por: Joana Monteiro

Editado por: Inês Miranda

Fotografia por: Ana Leonor Quinta

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