Educação
Nota 20: Maria Magalhães e a vocação por Direito
Com o objetivo de manter o percurso que tem vindo a construir e de conseguir responder a tudo o que daqui para a frente irá delinear, Maria Magalhães prepara-se para a “adaptação do Secundário para o Ensino Superior”.
Num diálogo com o JUP, a nova aluna da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), que ingressa neste ano letivo com uma média de 20 valores, menciona a importância da gestão de prioridades e as expectativas que tem para o início do seu percurso académico.
Estás prestes a iniciar uma nova etapa da tua vida. Quais as tuas expectativas para este novo percurso académico? E os teus maiores receios?
Acho que o maior receio, de momento, como é o início, é a adaptação do Secundário para o Ensino Superior. Tenho plena noção que vai ser uma mudança drástica. No entanto, decorrendo disso, acho que as expectativas também são precisamente o entrar nessa rotina, conhecer pessoas novas, e que, dentro dos possíveis, consiga manter o percurso que tenho feito até agora.
Com a tua nota de ingresso poderias ter escolhido qualquer universidade. Assim sendo, o que te fez escolher a Universidade do Porto?
É perto de casa, o curso que eu escolhi na Universidade do Porto é bastante conceituado, é reconhecido. Então, acho que é juntar o útil ao agradável. Se tinha esta possibilidade, porquê ir para mais longe?
Ter média de 20 valores exige muito estudo e muita dedicação a nível escolar, mas o estudo não é tudo. O que gostas de fazer nos teus tempos livres?
Gosto de fazer desporto, gosto de sair com as minhas amigas, de ir passear, ler, ver séries e filmes.
Tiveste sempre tempo para isso? E, em caso afirmativo, tens alguma dica sobre como conciliar bem o tempo de estudo e o tempo para relaxar e cultivar os teus hobbies?
Até agora, sempre tive o tempo para fazer as duas coisas, porque acho que isso ajuda também a espairecer um bocado e ajuda a focar mais nos estudos quando é o momento certo. E até agora, aquilo que eu tenho feito é criar prioridades: naquele momento o que é mais importante para mim, estudar aquela disciplina ou arejar um bocado para depois me poder focar mais? Até agora tem corrido bem, por isso espero que continue.
De entre o enorme leque de escolhas que tinhas ao teu dispor, o que te levou a escolher o curso que vais agora ingressar?
Escolhi Direito porque acho que é uma área que se vai enquadrar bem com aquilo que eu sou enquanto pessoa e é algo que eu simplesmente consigo ver-me a fazer no futuro e a ser feliz a fazê-lo. Já me passaram algumas opções pela cabeça, no entanto, acho que Direito era aquilo que fazia mais sentido.
Acredito que, durante o processo da escolha, te tenham questionado se não irias para Medicina ou Engenharia, por exemplo – áreas que muitas vezes são vistas como as únicas merecedoras do teu mérito. Como é que isso te fez sentir e de que modo afetou a tua escolha?
Acho que não afetou a minha escolha, porque tinha aquela ideia definida, então não me deixei influenciar por aquilo que as outras pessoas me dizem. No entanto, como estudei humanidades, aquilo que muita gente diz é: “Ah, perdeu-se uma boa médica”, ou levam sempre para o caminho das ciências, apesar de estar numa área que não tem nada a ver.
Tendo em conta o que sabes hoje, se voltasses atrás no tempo e iniciasses de novo o secundário, farias algo diferente?
Acho que não, acho que o resultado final foi bastante bom, então deixaria conforme foi.
“Espero ser uma pessoa mais completa, no sentido de compreender melhor as coisas e estar preparada para o mercado de trabalho.”
Para os estudantes do Ensino Secundário que, tal como tu, pretendem obter uma média de entrada que lhes permita entrar no curso que mais desejam, qual o teu conselho e o que consideras ser o segredo para este sucesso?
Perceber qual é a melhor forma de estudo para cada um e durante as aulas prestar bastante atenção, porque os professores às vezes explicam as coisas de maneira diferente daquilo que nós vamos entender, então já é meio caminho andado para conseguir entender melhor a matéria. E, além disso, durante as aulas, tentar perceber quais são as matérias e as disciplinas em que nós temos maior dificuldade, para poder incidir mais no estudo quando estamos em casa. Numa coisa em que temos mais dificuldade, precisamos de gastar mais tempo, enquanto que se for uma coisa mais fácil, damos uma revisão e prestamos obviamente atenção; no entanto, como já percebemos, torna-se mais fácil para depois o estudo sozinho voltar a radicular isso.
O que esperas alcançar nos próximos anos na UP?
Espero ser uma pessoa mais completa, no sentido de compreender melhor as coisas e estar preparada para o mercado de trabalho. Dentro dos possíveis, não descarrilar daquilo que fui até agora e responder a todos os objetivos que eu possa vir a delinear ao longo dos próximos quatro anos. Quanto ao que se advém à Licenciatura, ainda não sei, comecei agora, acho que era demasiado precoce da minha parte. No entanto, sei que gostava bastante de fazer Erasmus pela expectativa simplesmente de conhecer outras realidades, tanto de pessoas como de culturas, acho que isso seria bastante bom para mim e para qualquer um.
Entrevista e artigo por: Joana Monteiro
Editado por: Inês Miranda
Fotografia por: Ana Leonor Quinta