Educação

UNIVERSIDADE DO PORTO: 104 ANOS DE HISTÓRIA

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22 de Março de 1911. Embora esta seja a data a que se associa o nascimento da Universidade do Porto, aquando da implementação da República, as suas origens remontam ao século anterior. Em 1762 foi criada a Aula de Náutica por D. José I. Seguiram-se a Aula de Debuxo e Desenho, em 1779, a Academia Real da Marinha e Comércio, em 1803 e a Academia Politécnica, em 1837.

É em 1825 que é fundada a Real Escola de Cirurgia, transformada, em 1836, em Escola Médico-Cirúrgica, a primeira escola médica do Porto. Também em 36, a Aula de Debuxo e Desenho dá origem à Academia Portuense de Belas Artes, que se virá a chamar, em 1881, Escola Portuense de Belas Artes e, em 1950, Escola Superior de Belas Artes do Porto.

Inicialmente, a Universidade do Porto é composta por duas faculdades: de Ciências e de Medicina. Ao longo do século XX, assiste-se à diversificação de saberes. Em 1915 surge a Faculdade Técnica, – que virá a chamar-se Faculdade de Engenharia, em 1926 – em 1919, a Faculdade de Letras e, em 1921, a faculdade de Farmácia.

O regime autoritário introduz, porém, algumas mudanças. A Faculdade de Letras é extinta em 1928 e só retoma o seu funcionamento em 1961. Neste período, a Faculdade de Economia é a única a ser fundada.

Esta fase fica marcada por muita agitação por parte dos estudantes. Até à revolução de Abril, a Universidade assiste a uma crise académica que dá lugar a movimentos e manifestações estudantis.

Agitação académica: crise estudantil e manifestações

A década que antecedeu o 25 de Abril de 1974 foi um alvoroço.

A primeira grande vaga de contestações acontece em 1962. A luta pela paz, pela igualdade e contra a opressão do regime começa. No Porto, bem como em Coimbra e Lisboa, os confrontos entre estudantes e polícia são constantes. Os universitários pedem um Dia do Estudante e, mesmo sem a autorização do Ministério de Educação Nacional, comemoraram-no no dia 24 de Março daquele ano – dia em que ainda hoje se assinala o Dia do Estudante.

1965. A agitação estudantil continua. Em Janeiro, a PIDE detém cerca de 50 estudantes por, alegadamente, pertencerem ao PCP. Os protestos resultam na exclusão de 53 alunos de todas as universidades do país e na suspensão de mais de 100 estudantes.

Contagiados pela “crise” de maio de 68, em França, os estudantes portugueses manifestam-se. A luta contra a guerra colonial e contra a ditadura culminam na demissão do ministro da Educação e na mudança de reitor.

 

Pós-Revolução de Abril: Fim da crise, início de uma nova vida na UP

Com a “revolução dos cravos”, a desordem da década de 60 dá lugar a novos desafios.

A Universidade do Porto expande-se. O número de faculdades aumenta – de seis para catorze. Fundam-se, em 1975, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e a Faculdade de Desporto. Dois anos depois, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação. Em 1979, surge a Faculdade de Arquitetura e, passados dez anos, a Faculdade de Medicina Dentária. Na década de noventa são fundadas a Faculdade de Ciências da Nutrição e da Alimentação (1992), Faculdade de Belas Artes (1992) e Faculdade de Direito (1994).

O desenvolvimento das Universidades reflete-se no aumento, de quase um milhão, do número de pessoas com formação superior, entre 1991 e 2011.

Há, porém, outros flagelos que emergem nos dias de hoje. Segundo dados da PorData, o número de matrículas no Ensino Superior tem descido. Além disso, em 2014, registou-se uma perda de 2,8% das vagas no acesso à faculdade.

Boas notícias marcam, também, a história atual da Universidade que celebra hoje 104 anos. Em 2014, a U.Porto esteve entre as 200 melhores escolas do mundo. Este ano, a boa nova é dirigida aos alunos: a UP decide manter valor das propinas.

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