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TEDXUNIVERSITYOFPORTO ENCERRA COM PROMESSA DE NOVA EDIÇÃO PARA 2016

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TedxUniversityofPorto: um evento com mais de 500 horas de organização

A primeira edição decorreu no passado dia 24 no Auditório do Centro de Investigação Médica da FMUP. O tema principal do evento tinha como título “Connecting the Dots” e debruçou-se no objetivo de criar uma iniciativa que promovesse uma forma de união entre as várias faculdades da Universidade do Porto. O evento teve mias de 500 horas de organização, tendo conseguido, com sucesso, atingir o número mínimo de 100 participantes necessários em cada primeira edição de uma palestra Ted x.

“O objetivo desta primeira edição é o de tentar trazer e mostrar ideias de várias faculdades e propagá-las pela Universidade. Com isto resolvemos organizar esta primeira edição do Ted x, porque achamos que é uma marca forte que toda a gente conhece.” Explicou Leonid Kholkine, responsável pela gestão geral do evento. Para promover a variedade de participantes a organização tentou distribuir as vagas por cada faculdade da UP.

Além das palestras, os participantes viram-se envolvidos numa atividade de networking, que permitiu a criação de várias histórias em grupo. Os resultados finais foram depois ilustrados e expostos à entrada do Auditório do Centro de Investigação Médica da FMUP.

 

Três painéis e vários temas

O primeiro painel debruçou-se em ideias inovadoras, bem como na importância da observação. Os designers Filipa Frois Almeida e Hugo Reis, a aluna da FLUP Ana Correia e André Lamas Leite, atualmente Docente na FDUP, foram os três primeiros palestrantes a abrir o evento.

Filipa Frois Almeida e Hugo Reis estudaram na mesma faculdade, no entanto conhecer-se iam melhor ao acabarem a trabalhar na mesma companhia de arquitetura em Berlim, Alemanha. Quando regressaram a Portugal, criaram a empresa FAHR 021.3 e inovaram com vários projetos de design espalhados pela cidade do Porto. O mais conhecido deles todos é a “Metamorfose”, criada no âmbito do projeto Locomotiva, que visou dar um novo visual à Ruína da Oliva, situada ao lado da Estação de São Bento.

Ana Catarina Correia, uma das vencedoras do Prémio de Cidadania Ativa da Universidade do Porto, procurou focar o seu discurso no conceito de “Autodeterminação”. A jovem estudante em Sociologia intensificou um apelo à consciência coletiva das pessoas face a uma minoria que nem sempre é aceite ou vista como sendo capaz.

Já o Professor André Lamas Leite, além de se dedicar ao ensino, tem ainda em mãos um projeto de nome “Um livro na prisão: uma janela para voar” que visa doar livros de várias categorias (assim como roupas usadas) às cadeias, uma das quais o  Estabelecimento Prisional de Custóias. Durante o seu discurso, tal como em entrevista ao JUP, o Professor André salientou o facto de os reclusos serem várias vezes “esquecidos” e “negligenciados”, procurando salientar a importância da leitura para qualquer pessoa, ainda que essa pessoa seja um criminoso.

O segundo painel, mais debruçado na inovação, contou com as presenças do Professor Paulo Garcia da FEUP, dos docentes da FEP Paulo Vasconcelos e Sofia Castro, Inês Gonçalves que, além de investigadora, leciona na FEUP e no ICBAS, e, por fim, Catarina Runa Miranda e Pedro Mendes vencedores da edição 2015 do iUP25k.

O Professor Paulo Garcia falou da importância, dinâmica e credibilidade que um vídeo pode ter para um estudante em aprendizagem. O docente esteve envolvido em várias atividades de inovação pedagógica, entre as quais o projeto VINCERE, que decorreu no ano de 2013, envolvendo a produção de “conteúdos didáticos em ciência e engenharia, sob a forma de micro-aulas”, de acordo com a descrição dada pela página da FEUP.

Os docentes Sofia Castro e Paulo Vasconcelos debruçaram-se na diferença entre ensinar e aprender, salientando que durante a aprendizagem é essencial a existência de uma motivação, bem como de uma necessidade de esforço. O discurso também apontou o peso das escolhas individuais de uma pessoa durante a aprendizagem, apontando as variadas formas de transmitir conhecimentos a “aprendizes” (como por exemplo, aulas presenciais e aulas online) que atualmente estão disponíveis para alunos com várias preferências. Os oradores concluíram a palestra referindo que os professores deverão ser “guias” e que os estudantes são “líderes” nas suas escolhas.

Inês Gonçalves, investigadora no INEB, falou da importância que os biomateriais podem ter na prevenção do cancro gástrico. A docente já teve várias distinções, duas das quais o “Prémio Pulido Valente Ciência 2006” e a “Medalha de Honra da L’Oreal para as Mulheres na Ciência 2013”.

Catarina Runa Miranda e Pedro Mendes, ambos licenciados em Engenharia Biomédica, partilharam com a audiência a sua paixão por videojogos e mundos virtuais, bem como a desmistificação de vários mitos sociais ligados à criação de um negócio. Os vencedores do iUP25k fizeram uma demonstração de uma app que ambos desenvolveram, de nome FaceDecode – We make faces. A aplicação, ainda em desenvolvimento, permite que os utilizadores criem uma versão virtual de si mesmos, versão essa que poderá ser inserida em filmes, videojogos, ambientes de realidade virtual, entre outros ambientes digitais.

No último painel o foco dos oradores foi debruçado no desenvolvimento humano e pessoal. Além de uma atuação levada a cabo por parte do Grupo Académico de Fado da OUP, o Professor da FMUP Nuno Alçada e Luís Pinto, aluno de Engenharia Mecânica da FEUP referiram a importância da experiência para o desenvolvimento pessoal de um indivíduo.

O Professor Nuno Alçada foi o criador da Unidade Curricular de Voluntariado como disciplina opcional durante o ano letivo de 2014/2015. O orador falou das atividades ligadas à disciplina (nomeadamente a prática de atividades de voluntariado numa variedade de locais, desde leres de idosos a locais de acolhimento a animais), bem como do feedback dado por parte dos alunos que exerceram a disciplina opcional durante o ano letivo anterior. A disciplina, que revelou ser eficaz no desenvolvimento pessoal dos alunos, tem crescido em popularidade na FMUP e Nuno Alçada aproveitou para apelar e persuadir os presentes à prática de voluntariado.

Por fim, Luís Pinto, aluno em Engenharia Mecânica relatou ao seu público as suas viagens de 14 meses por vários países, entre os quais o Irão, a Índia, Macau, Austrália, Canadá, EUA, entre outros. O jovem deixou para trás o seu curso superior durante um ano para partir em busca de uma viagem de desenvolvimento pessoal, levando consigo somente o passaporte e o bandolim. Após ter resumido algumas das suas aventuras durante a viagem, bem como de ter atuado com o seu bandolim, Luís terminou o seu discurso, incentivando a audiência a tomar o seu próprio rumo e a correr riscos, por forma a existir um crescimento pessoal significativo.

 

Uma iniciativa que pretendeu unir várias faculdades

Leonid confessou ainda ao JUP que na escolha dos oradores não existia um “critério” que estivesse definido na escolha dos oradores. “O que tentamos fazer foi pesquisar muito e ir perguntando às pessoas se conheciam alguém com ideias espetaculares e tentar decidir quem valeria a pena convidar. Quando demos por nós tínhamos uma spreadsheet com cerca de sessenta pessoas que achamos que seriam interessantes. A partir daí foi um trabalho de discussão.”

No que toca à mensagem principal que o evento tentou passar aos participantes, neste caso Leonid falou-nos em “muitas” mensagens. “No entanto, acho que a maior mensagem que pretendemos mostrar é que existem coisas extraordinárias dentro da Universidade do Porto. Existe uma variedade de tópicos extraordinários que vão desde letras até tecnologias ou mesmo científicos. É isso que pretendemos mostrar à comunidade: que existem várias ideias que muitos alunos desconhecem por ficarem muitas vezes dentro do seu próprio teto. Na minha faculdade sei muitas vezes o que se passa, mas nem sempre o que se passa nas outras.”

 

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